sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Can - Tago Mago

Krautrock do japonês alemão
(WTF?)
Demorou um pouco pra eu falar dessa banda de Krautrock, o Can. Esse disco que será comentado aqui, o Tago Mago, é considerado a obra prima do Can (banda essa que influencia muita gente que você ouve e você nem faz noção disso) e só pela capa você já tem noção do que você vai encontrar aqui.
Agora, vc deve estar se perguntando o porquê do título do post, não? É por que o vocalista (ser insano!) do Can nessa época era Damo Suzuki, um japones que foi pra alemanha. Depois do Tago Mago, Damo cantou também nos discos Ege Bamyasi e Future Days e então saiu fora da banda. O estilo do Can nesse disco é bem simples: ritmico, minimalista e vocais psicóticos. Não é a toa que Can é influencia do Public Image Ltd. e do Joy Division (eles também??? hahaha).
O Tago Mago é um disco duplo, foi lançado em 1971 e não foi nenhum sucesso de vendas. Mas, com a fusão de jazz, improviso, teclados e bizarrices melódicas, ele se tornou um disco mais do que essencial principalmente pro Pós-Punk.
Faixa a Faixa:

1 - Paper House: Pra começar bem, vem essa faixa sensacional! Começa suave e ai vai se intensificando. E fique atento aos acessos de insanidade de Damo Suzuki. No meio da música tem um interlúdio minimalista muito FODA! E as mudanças de clima (de indiano pra rock pra insano) da música deixam ela mais humana possivel, diferente do prog que eu conheço (que faz o contrário, eleva aos céus e aos deuses). E o final da música: Insana! O clipe que tem no youtube é demais, eles tocando ao vivo, dá pra vocês verem o japonês insano e o baixista maroto (Holger Czukay). Clica no nome da música pra você ver!

2 - Mushroom: Ai já vem, grudada a Paper House, essa faixa com um riff minimalista, só ambientando pro Damo dar seus "pulos". Os gritos dele são impressionantes, contem uma violência climática de cair o queixo. O clipe é muito bom também, clica lá.

3 - Oh Yeah: Então você me pergunta: Cadê o experimentalismo? Eles não são "parentes" do Kraftwerk? Então eu te respondo: Oh Yeah. A parte vocal consiste em três parte: A primeira é a gravação da voz ao contrário, a segunda é ela do jeito normal e a terceira é a letra traduzida pro japones. Uhu. Tudo isso ligado à um riff de baixo perfeito, bateria Apache (como o NEU!) e guitarra fritando. Oh Yeah.

4 - Halleluwah: Se esse riff de baixo não grudar na sua cabeça, você deve ter algum problema! Psicodelia dançante! Prometo que serão os 18 minutos mais bem gastos da sua vida. Várias nuances durante a música, mas ela é basicamente a mesma pelos 18 minutos. Mas você não vai perceber o tempo passar (como a Autobahn). Veja o clipe também! Não tá inteiro, mas tem a parte mais foda.

5 - Aumgn: Ok, aqui a coisa passa um pouco do limite. É quase como o Kraftwerk 2. Ouça avisado de que pode ser sua faixa menos favorita do disco! Isso mesmo, menos favorita, porque é excepcional, bem vanguardista.

6 - Peekin O: Ah, essa música é bizarra! Principalmente no meio dela, quando começa o famoso "Samba do alemão-japoneis doido". Eu gosto dela, fique avisado de que é sem nexo, mas que ainda assim é boa.

7 - Bring Me Coffee or Tea: Termina como começa, calmo, sereno. A minha favorita do disco, sem dúvida. A letra sem nexo já demonstra o nível mental ao fim da viagem que o Can te proporcionou por mais de uma hora. É bem no estilo da Paper House, mas mais indiano, bem fim de trip. Não teria como terminar melhor! Essa faixa completa, como em todo disco bom, o ciclo.

E ae? Como se sente?

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