sábado, 29 de dezembro de 2007

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Last.fm 2007

Top de 2007 tirado hoje do Last.fm.

TOP 20 ARTISTAS

01. David Bowie: 1,414
02. Joy Division: 976
03. New Order: 853
04. Axis Reverb: 779
05. Xiu Xiu: 655
06. The Smiths: 478
07. Sonic Youth: 449
08. Iggy Pop: 418
09. The Fall: 403
10. Radiohead: 388
11. Brian Eno: 383
12. Adam and the Ants: 364
13. The Beatles: 357
14. Information society: 326
15. The Doors: 324
16. Casiotone for the Painfully Alone: 322
17. Harry: 315
18. Fellini: 288
19. Public Image Ltd: 280
20. Pixies: 266


Alguma surpresa?
Nenhuma.
Harry e Fellini foram muito tocados por mim esse ano mas não imaginei que ultrapassaria Pixies, banda essa que também fez parte de trilhas sonoras da minha vida esse ano.



TOP 15 MÚSICAS

01. Casiotone for the Painfully Alone – Toby, Take A Bow: 66
02. Joy Division – Disorder: 47
03. Nico – These Days: 43
04. Joy Division – Isolation: 41
05. The Smashing Pumpkins – Luna: 40
06. Klaxons – Gravity's Rainbow: 39
07. Xiu Xiu – Clowne Towne: 37
07. Information Society – Running: 37
07. Xiu Xiu – Buzz Saw: 37
10. Brian Eno – Needles In The Camel's Eye: 36
10. Klaxons – Atlantis to Interzone: 36
10. Xiu Xiu – Ceremony: 36
10. Iggy Pop – Sister Midnight: 36
14. Xiu Xiu – Sad Pony Guerrilla Girl: 35
15. Joy Division – She's Lost Control: 33


Surpresa?
Não também!
Nico em 3º era óbvio, Toby Take a Bow em 1º também (eu amo essa música). Nada de muito surpreendente.



TOP 10 ÁLBUNS


01. Brian Eno – Here Come the Warm Jets: 207
02. Joy Division – Unknown Pleasures: 206
02. David Bowie – Lodger: 206
04. Adam and the Ants – Kings of the Wild Frontier: 201
05. Iggy Pop – The Idiot: 188
06. Radiohead – Kid A: 180
07. Kate Bush – Hounds of Love: 173
08. Casiotone for the Painfully Alone – Twinkle Echo: 161
09. Harry – Fairy Tales: 159
10. Joy Division – Closer: 157



Surpresa: Harry na 9ª posição. Não tinha reparado que tinha ouvido tanto esse disco da banda brasileira. É até engraçado ve-lo no meio de Kate Bush e Joy Division. Hounds of Love, aliás, é um dos 3 discos mais tocados na lista de todas as semanas.



Outra lista igual a essa só ano que vem (ou na minha página do last.fm)

We wish you a merry christmas...

Desculpem por não ter lista alguma de final de ano, além das promessas habituais dessa época. Mais uma promessa pro ano que vem é ouvir os discos do ano pra montar uma singela lista.

Neste ano só posso citar o álbum de estréia do Klaxons (Myths of a Near Future) e o do Radiohead (In Rainbows).

E nada de Sean Kingston nem Rihanna e muito menos Amy Winehouse.

Vamos terminar o ano com Joy Division.



Mas isso só no próximo post =D

sábado, 22 de dezembro de 2007

Lobão e seus Ronaldos - Ronaldo Foi Pra Guerra

Uh-wa!

Lobão é sem dúvida um cara muito estranho. E esse disco é muito New Wave!

Nascido no dia 11 de Outubro de 1957, Lobão participou da banda Vimana e da Blitz (e nomeando-a) como baterista. Em 1984 toda a cena New Wave estava aflorando em terras tupiniquins, Lobão junto com a banda dos tais Ronaldos lançou esse disco, o qual precedeu todo o estouro do RPM. Ronaldo Foi Pra Guerra tem tudo o que um disco do Duran Duran teria: baladas, rimas absurdas, ritmo frenético cheio de sintetizadores, etc...

A primeira faixa, Corações Psicodélicos, já dá o clima do disco (tática muito usada por gravadoras naquelas épocas) e é daquelas músicas que te fazem cantar junto, apesar da voz do Lobão não ser aquela maravilha. O coral das vozes femininas dá uma sonoridade mais B52's, que era algo que Lobão queria. Não Tô Entendendo Nada é uma narração de um cara tentando "traçar" a Goretti mas "ela só queria segurar minha mão", nas palavras de Lobão. Tô À Toa Tókio tem rimas absurdas e provavelmente foram escritas em alguma noitada regada a whyskey e drogas, mas a música é interessante. Abalado é uma balada, cheia de metáforas, daquelas pra encher a cara depois de uma noite ruim. Os Tipos que Eu Não Fui é uma das minhas favoritas do disco, com letras as vezes bobas ("Eu sou o arco / Eu Sou a Flecha"), as vezes poéticas ("Até quando eu Minto / Eu Sou seu Enigma"). Em seguida, Bambina é liderada por Alice Pink Pank, ex-Gang 90, na época namorada de Lobão e vinda diretamente da Holanda. A música é cantada em Inglês, lembrando muito B52's (não que isso seja um defeito) e letras bizarras como "Papa'd say eat soja-beans / And put in your hard-time jeans / He'd shoot me up to go to school / Then give me pills to keep me cool". Então após a Bambina voltar pra casa e guardar a máquina, vem a música mais famosa de Lobão. Me Chama é uma das baladas mais regravadas no nosso país, acredito. É um marco na carreira e sem dúvida catapultou Lobão pro mainstream. De acordo com ele, no programa Discoteca (da emissora MTV), essa música teve de ser acelerada pra que a gravação dele conseguisse ficar no tom (pois ele a compôs fora de seu alcance). Todo mundo já ouviu Me Chama pelo menos uma vez na vida. Inteligenzia é uma faixa de Alice, dá pra notar. É uma faixa engraçada, com letras bem bobinhas como "Pode estar no Himalaia / Ou debaixo de uma saia / Pode estar nos canais de Marte / Ou por trás de uma obra de arte". Engraçado mesmo é ouvi-la cantar em português, pois seu sotaque se sobressai bastante. Teoria da Relatividade é a minha favorita, sem dúvida. Cantar sobre uma corneada porque ele prefere ler a transar com a namorada é genial. O ritmo é divertido, a letra é engraçada, dá pra transformar até em filme. "Enquanto eu leio / Os dois se beijam / E me mandam passear / E eu continuo lendo". Genial! Dr. Raymundo é uma música totalmente New Wave e que me remete a Dr. Robert dos Beatles. É no minimo inteligente em rimar grilo com Murilo. E finalmente Ronaldo Foi Pra Guerra, a faixa-título que conta a história de um franco atirador que só quer ver gol. A faixa resume genialmente a consistência desse disco, que é a reunião dos tais Ronaldos. A letra é muito boa e mostra que a ordem das músicas garantiu a uniformidade e inovação desse disco por aqui.

Não entrarei no mérito de valor para a música brasileira. Todo mundo sabe que Lobão teve muitos inimigos por ai e sumiu nos anos 90 por causa da sua repudia à industria fonográfica, então nunca uma lista de discos influentes no Brasil sairia com esse disco no meio.

E o Lobão é pra mim um cara genial, do tipo filho da puta e eu o admiro mais pelo fato de que nascemos no mesmo dia. Isso me lembra que posso ser um cantor e não me vender aos males da industria. (Não sei se vocês se lembram da época na qual Lobão teve a brilhante idéia de vender seu disco novo nas bancas de jornais, mas esse foi um ato admirável)

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Dois Mil e Sete para Dois Mil e Oito

Bem... Estamos quase no fim de '07.
Demorei pra atualizar, mas tudo bem. Não tive tempo.

Vim apenas declarar meus objetivos para o próximo ano, assim como eu fiz ano passado (e que todos se concretizaram, ainda bem!)


  1. Aprender mais sobre escrever

  2. Desenhar um gibi de no mínimo 20 páginas

  3. Fazer um show

  4. Arrumar um emprego (Com o dinheiro do emprego, comprar um PC bom pra edição caseira de vídeos e um teclado da Casio, além de eventuais gastos com combustíveis.)

  5. Aproveitar mais meu tempo livre

  6. Me exercitar mais

  7. Viver melhor.




Esses objetivos são mais elaborados que os do ano passado, mas bem... Now I want the future.
Ok, eu volto em breve para algum post de natal!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Nightmare can beat you

Novo clipe que eu fiz pro Axis Reverb.

As imagens foram extraídas de um documentário sobre esquizofrenia e é dos anos 40. eu só encaixei a Dream Wave por cima das cenas cortadas, algumas estão aceleradas. Foi divertido reencontrar esse site, eu sempre quis fazer clipes com filmes que estão em domínio público. Tenho mais dois projetos de filmes, um com cenas de guerra pra Forlorn Hope e outro com alguma música no Drugs Are Like That.

O site onde peguei o filme é: http://www.archive.org/details/Symptoms1940

E aqui o clipe:

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Os Mutantes

"Venha vós ao nosso reino aqui no Brasil"

Quando eu era mais jovem eu geralmente depreciava as bandas brasileiras pois todas eram bem ruins. E então, num belo dia achei Mutantes. Quem são eles? Arnaldo Baptista (não o brega, mas sim o louco), Rita Lee e Sergio Dias, paulistas, o trio mais das profundezas de nossa selva musical!

O ano era 1968. O disco é o "Os Mutantes". Esqueça o rótulo da tropicália, esconda-o debaixo do tapete. Eu particularmente não sou fã da tropicália (talvez pela ignorância minha no assunto), mas dos Mutantes sim. Uma banda surgida paralelamente ao Velvet Underground, Stooges, e sei lá mais o que, com um som universalmente novo e interessante. O que me intriga mais é o fato do som que os três faziam era algo mais complexo do que o rock até então (principalmente o brasileiro) e que de referência só o Sgt. Peppers e os Beatles. Se eu fosse montar uma lista de discos básicos que todos deveriam ouvir pelo menos uma vez na vida, incluiria alguns dos Mutantes, se não todos (não posso afirmar pois ainda não consegui ouvi-los todos).

Minhas favoritas até hoje são: Panis et Circences; It's Very Nice Pra Xuxu; Jardim Elétrico; Ainda Vou Transar Com Você; Balada do Louco e Ando Meio Desligado. Por enquanto...

Dessas músicas, uma delas em especial já é da segunda fase dos Mutantes, conhecida pela psicodelia floydiana. Ainda Vou Transar Com Você tem mudanças de tempo e toda a bobagem musical do progressivo, mas eu simplesmente amo!

E eu concordo, esse post tá bem fraquinho, mas eu volto pra dar uma geral melhor nessa banda essêncial e vista totalmente distorcida por pessoas no mundo músical. Eles são a melhor coisa que o Brasil já fez, mas isso não significa muita coisa por aqui, né?

domingo, 25 de novembro de 2007

Final de Semestre é sempre igual

Cá estou eu, dia 25 de novembro.

As próximas duas semanas serão infernais, não conseguirei nem postar frequentemente nem mexer no pc nem nada direito...Provas, trabalhos, seminários, etc. Normal.

Tentarei postar aqui, mas não garanto nada.
Depois das duas semanas garanto que volto!

E ah, baixei Orange Juice. Não é bem o que eu esperava, não gostei tanto assim, me lembra um A Certain Ratio com Haircut 100 mais pop...

Desejem-me sorte.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Fritz the Cat

Mais que um símbolo da contracultura, esse gato é um filho da puta.

Nunca tinha lido nada de Robert Crumb, sempre achei interessante os desenhos dele com mulheres cheias de curvas, coxas grossas e bunda grande. E por obra do acaso, vi um clipe do Guru com o Common (vou colocar o vídeo no final do post) e achei a coisa mais legal que eu já vi. A música é um rap mais Old School, mas não apurei e não sei quem é o Guru nem o Common (parece que são grandes rappers do underground americano, ainda não sei). E então fui ver o clipe no youtube e descobri que ele foi feito com cenas do filme do Fritz The Cat, do Crumb. E então, como já entrei nesse mundo dos scans de gibis, já achei o do Fritz e li inteiro.

É ácido, meio bobo às vezes e cheio de putaria que todo adolescente introspectivo gostaria de fazer. O Fritz em certos momentos é um imbecil sacana, às vezes é só um cara normal tentando sobreviver numa cidade grande. Como nessa cena, em que por sinal ele foi sacana pra ganhar as garotas de um "corvo":

Clique pra ver em tamanho natural


Aliás, esse mundo de pseudo-arte é bem retratado pelo Crumb. E concordo com ele. Tem uma cena, um pouco anterior a desse quadrinho que coloquei acima, na qual dois amigos dele começam a brigar pra provar quem tem mais sensibilidade. É ridiculo! E não é muito diferente da realidade. Também nos quadrinhos existe a questão das drogas, sexo e coisas mais, sempre bem explícita e até engraçada, como a cena da orgia na banheira, hahaha.

Fritz é um marginal, sem dúvida, apesar de ser um universitário e em uma história até ser agente secreto e depois casado, e na última, um superstar. O final, já que tocamos no assunto, é a única crítica que eu posso ter sobre Crumb em relação ao Fritz. Um personagem famoso não pode ser morto. Por mais que o autor o abandone, ele não morre se o público gostar. Elektra, até onde vai minha intelectualização quadrinistica, é um exemplo disso. Morreu, mas foi ressucitada algum tempo depois, mas num contexto decente. Era a personagem mais famosa e Frank Miller a matou por pura "vaidade" (sempre quis usar essa palavra numa resenha!). Só que Crumb o matou de um jeito tão idiota e por causa do filme ( li que Crumb não gostou do resultado, já que ele ajudou a montar o filme e então saiu espalhando que fizeram sem a aprovação dele) e porque idiotas que ele criticava com o personagem haviam se tornado fãs do gato. É um preço a se pagar, e não se mata um personagem por causa disso.

E termino esse post com o clipe do Guru e Common, da música State of Clarity com o filme do Fritz:

domingo, 18 de novembro de 2007

Comics 2




Mais dois desenhos, esses são desenhos de fotos da minha namorada. =)
Onda de desenhos...

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Postagem (de acordo com o blogger) nº 50!

Bem... Se o blogger não quiser imitar o orkut, este é o post de numero 50! Yay!
E eu, como já disse e demonstrei, estou numa onda de gibis e romances gráficos...

Então desenhei o gibi que está a seguir. Não espero que vocês gostem, mas eu gostei. Pra primeiro quadrinho de verdade que eu faço, tá ótimo, não?

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Desenhos...



Primeira tentativa de algo bobo no photoshop. Acho que até deu certo...
Pra abrir a imagem em tamanho maior, só clicar nela, todo mundo deveria saber isso...

Well, talvez eu os transforme em personagens pro meu quadrinho. Who knows...

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Comics

Entrei numa onda de quadrinhos!

Após algumas pequenas influências de amigos, resolvi me adentrar por esse vasto (e difícil) mundo das artes seqüenciais. Então, após o meu pouco proveitoso incurso ao manga lendo AKIRA, de Katsuhiro Otomo a algumas semanas fui a biblioteca da minha faculdade e peguei pra ler o "Desvendando os Quadrinhos", de Scott McCloud, já recomendado por amigos meus.

Esse livro expandiu algumas idéias que tinha sobre os quadrinhos e me fez reparar que eles não são apenas aquela bobagem que vemos nas bancas sobre super-heróis de roupas apertadas e cuecas por cima das calças. Me fez querer escrever uma história. E até esta presente data ainda nada fiz. Mas farei.

E nesse meio tempo, no qual descobri que minhas habilidades de desenhista não foram totalmente relegadas a quinto plano, descobri como baixar scans dos gibis e novelas gráficas. Apesar disso, o único gibi que li mais da metade foi o Sandman, o qual eu peguei da biblioteca da faculdade. Além dele, o máximo que li foi a primeira história de Sin City e estou lendo o segundo livro do McCloud, "Reinventando os Quadrinhos", que também é muito bom (até agora porque não terminei e isso é óbvio).

Minhas próximas leituras serão:
Maus, de Art Spiegelman;
Domu, de Katsuhiro Otomo;
Love and Rockets, dos irmãos Hernandez (inspirou, sim, a banda de mesmo nome);
A Garagem Hermética, de Moebius (pelo menos algumas edições);
e terminar Sin City, do Frank Miller.

E ai mais pra frente eu pego algo que me for indicado, talvez eu consiga terminar de ler o Sandman também e pego referências suficientes pra fazer o meu próprio quadrinho, quem sabe...

Veremos. Estou bem otimista quanto a isso.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Scary Monsters (and Super Creeps) - David Bowie

I'M NOT A PIECE OF TEENAGE WILDLIFE! - diria David Bowie para uma certa topeira de nariz quebrado...

Scary Monsters é considerado o último grande disco de David Bowie, o que é uma injustiça com o Let's Dance e Heathen, e foi lançado em 1980 numa época conturbada ainda pra sir David. Depois da perfeita trilogia de Berlin, David ainda estava paranóico, largando as drogas e ficando limpo (como ele mesmo conta na "Ashes to Ashes") e depois de viajar o mundo e ser totalmente experimental, Bowie e sua trupe preferiram voltar ao comercialmente aceito, apesar da trilodia ter sido um sucesso artistico (e um "fracasso" em vendas).

Contando com a ajuda (de novo) de Robert Fripp, esse disco é cheio de nuances, temas como moda e o Major Tom ("de uma música do começo da carreira", que é "Space Odditty"), monstros e até uma cover de Tom Verlaine. Não digo que é o meu favorito, mas posso cantar quase todas as músicas com a mesma força e vigor. Nessa época, também é válido ressaltar, David estava de saco cheio do povo da New Wave que insistia em copia-lo e (de acordo com a Wikipédia) então a promoção do disco vinha com a seguinte frase: "Geralmente copiado, Nunca igualado". O que não passa de uma verdade, né?

Alguns destaques desse disco: "It's no Game (part I)" conta com os vocais de Michi Hirota (seja lá quem ela era) e, além de abrir o disco, tem também a sua contra-parte no final do disco, num tom mais monótono e já foi interpretada como se ele estivese confrontando a mesma situação que ele enfrentou no começo do disco, mas sem a raiva. "As coisas não melhoraram, mas ele está ficando melhor". "Teenage Wildlife" é quase um épico autobiográfico de David, no qual ele comenta sobre a onde New Wave tentando copia-lo sem sucesso e ele só ficando de saco cheio com tudo isso. Então ele realmente solta o verbo e fala que ele não é um "rebelde sem causa" e fala que é "cada um por si".

E um parágrafo só pra música que revolucionou muita coisa. "Ashes to Ashes" é um marco na história da música. "Porque?" você me perguntaria! E eu digo: Apesar da música ser apenas "muito ótima", o clipe revolucionou. Em 1980? As coisas nessa época acredito que era muito toscas e feias pros clipes. Esse clipe foi o clipe mais caro da época (custou £250,000) e totalmente inovador. Um trator, solarização, Boy George (???) e Bowie de Pierrot e preso numa máquina (que podemos dizer ter sido copiada pelos Backstreet Boys anos depois [????]) e numa sala de manicômio, além do barbeiro.
Por votação, esse clipe mais o de "Fashion" foram os melhores clipes de 1980, o que não é pouco.

Um disco com referencias a ele mesmo, povo da New Wave, drogas, monstros e moda. E ah, é um disco de David Bowie, só isso já diz muita coisa hehehe....
AH! as faixas bonus, apesar de estranhas, são ótimas. Eu particularmente gosto da versão nova da Panic In Detroit. E Crystal Japan foi plagiada (apesar de dizerem o contrário) por Trent Reznor, que foi um grande amigo de David.

Bom, chega de escrever, vai ouvir.

domingo, 4 de novembro de 2007

David Bowie - "Heroes"

É nas aspas mesmo e é assim que foi criado. "Heroes", o disco que irei comentar nessas próximas linhas é um dos discos mais perfeitos que a humanidade já viu, na minha humilde opinião. É um disco mais psicótico que seu antecessor, o maravilhoso Low, e o mais Berlin dos três dessa trilogia (Low, "Heroes" e Lodger).

E porque essa trilogia é uma das mais perfeitas?
Pelo fato de ter mudado e criado tanto quanto os Beatles (concordo que possa ser um exagero, mas Joy Division se chamava Warsaw e não era a toa). Imagine o mundo sem a música Heroes, uma das músicas de amor mais legais e ilegais da música.

"Heroes" (o disco) foi gravado e lançado em 1977 logo após o Low. Nesse disco participa Robert Fripp, o maior guitarrista (exagero, mas é necessário) que já encostou em uma palheta e que gravou todas as guitarras desse disco em apenas um dia. Ele trabalharia com David de novo no disco Scary Monsters and Super Creeps que fecha o ciclo alternativo Bowiano, mas não vem ao caso agora.

E porque esse disco, "Heroes", é um ótimo disco?
Pela sua qualidade musical. Bowie no seu auge, Brian Eno, o mago dos teclados e Tony Visconti na produção, mais o já citado Robert Fripp. E letras paranóicas, o clima criado é digno de um bom livro/filme/whatever. Impossivel não se envolver com esse disco. Blackout, a minha favorita, serve de exemplo nisso. O riff dela te faz querer gritar com David, a voz está impecavel, a letra é psycho, a cozinha mantem o clima sempre na linha tenue entre realidade e histeria e a guitarra piruetando nos extremos. GET ME TO THE DOCTOR!

O disco começa com Beauty and the Beast, um rock violento pra abertura, dando o tom do lado A inteiro. De acordo com a wikipedia, essa música já foi comparada a "David se transformando no Hulk bem na frente de seus ouvido". Boa maneira de resumir a faixa. Seguimos na Joe the Lion, que é uma música-homenagem à Chris Burden, um daqueles artistas performáticos insanos (ele já se pregou num WV e já tomou tiro no braço numa galeria de arte). Após a fúria, vem a faixa-título. É a música mais conhecida de David Bowie, ou era até certos indies imbecis acreditarem que ZS é o melhor disco de David, e a mais regravada dele, só perdendo pra Rebel, Rebel. Heroes fala sobre um casal de namorados que vai embaixo do muro pra se encontrar. Na época, Bowie disse que era um casal de desconhecidos, mas a verdade sempre vem a tona e ele admitiu que era sobre Tony Visconti, à época casado, e Antonia Maass, a backing vocal, que tinham um caso e se encontravam debaixo do muro de Berlin. Sons of the Silent Age destoa um pouco aqui em Heroes e talvez seja um sinal do que Bowie faria 2 anos depois em Lodger, com um som mais ligado a World Music, se utilizando da atmosfera do oriente médio numa música que remete ao deserto (me lembra, pelo menos). Blakout, já citada anteriormente, casa com o disco perfeitamente, num tom psicótico e voz do Bowie na linha entre interpretação e coração. V-2 Schneider é uma homenagem à Florian Schneider, músico do Kraftwerk e V-2 era o nome de um míssel alemão.

A partir daqui começa o Lado B. Assim como em Low, o lado B puxa pro lado experimental e ambiental que era influenciado pela presença de Brian Eno ajudando David nas gravações. Sense of Doubt, Moss Garden e Neuköln foram mixadas pra serem como uma música só e cada uma segue uma linha, um pensamento e uma emoção. Sense of Doubt é bem literal, passa a sensação de dúvida com o teclado grave numa escala descendente e um sintetizador fraco criando uma tensão e sendo o lead da música. Moss Garden já ataca com um koto (instrumento japonês) e um clima meio japonês misturado com europeu. Neuköln é a terceira do segundo lado e seu maior trunfo é o sax ao final, gritando, agonizando a cada segundo passado. O canto dos cisnes de Heroes. Bom, seria se não viesse logo em seguida a The Secret Life of Arabia. Eu já li critias dizendo que se essa música não viesse aqui o disco seria isso e aquilo. Minha opinião é de que ela está onde deveria. Imaginem o lado B de "Heroes" como um filme. Após o climax, o ponto alto e final do filme onde tudo se resolve, vem o final. Imaginemos uma situação hipotética na qual David, começando por Sense of Doubt, senta-se na estrada, na dúvida, vê os carros passando e etc... ai na Moss Garden ele voltou pra casa e sentou no chão, paranóico, com medo, assustado e se sentiu um musgo crescendo, se transformando num jardim. Neuköln é uma cidade na Alemanha, mas podemos dizer que é o final agonizante onde ele decide mudar, largar as drogas ou que seja. Após a dor fazer com que ele tenha um blackout ele volta, andando no deserto e sozinho. Tudo isso é bem abstrato, mas que se dane. Será que vocês entenderam meu devaneio literário em cima de Heroes? Não né...

Pois bem, "Heroes" é um daqueles poucos discos que você ou ama ou odeia. O Lado B, pra quem não entende pode parecer idiota, mas é espetacular o trabalho que David e Eno fizeram nessas 3 faixas instrumentais. E "Heroes", apesar de não parecer, é um album subestimado ao extremo. Quem de vocês ouviu falar de "heroes" sem ser pela música ou quando procurou conhecer o trabalho de Bowie?

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

A time to be cliche

Daquela velha mania de se fazer listas, trago-lhes a minha primeira feita inteiramente por eu mesmo:

Da série "discos pra se ouvir fazendo algo"

David Bowie - Young Americans:
Está a fim de encher o caneco e não tem trilha sonora? Após muito tempo acreditar que esse disco era pra outros fins, finalmente percebi que ele é pra tomar whyskey, vodka e outros etílicos e alcoólicos. Pra se ter uma ressaca com estilo, be a Young American.

Fellini - 3 Lugares Diferentes
Lá está você, paulistano irmão, andando pelo centro da cidade, seja na Consolação, Ipiranga com a São João, na 4 de Abril ou mesmo na Av Paulista, enfim, qualquer lugar no qual você se sinta em São Paulo. Teste a minha sugestão de ouvir Cadão e Thomas nesse disco enquanto dá uma volta pela nossa cidade tão querida. Os tons e cenas se encaixam na cidade.

Japan - Tin Drum
Pra se ouvir no trem, no onibus, etc. Mas só funciona se você apreciar a paisagem ao som de Visions of China e todo o resto. Não vale dormir!

New Order - Technique
Dia cansativo, noite fria e chuvosa. Technique pode não te alegrar nem deixar seu dia melhor, mas com certeza é a trilha sonora para esses momentos.

Por enquanto, é isso. Vou pensar em mais e vou postando aqui.

sábado, 27 de outubro de 2007

Gimme feedback!

Após (não) muito refletir, tive a (não muito) brilhante idéia de criar um podcast.
Mas não a coloquei em pratica ainda. Eu preciso de feedback pra isso, seria divertido fazer um programa de audio já que as pessoas hoje em dia não leêm (mentira!) mais e blogs estão ultrapassados pelos vlogs e podcasts. Mas como eu sou meio preguiçoso talvez o tempo de atualização seria baixo pro nível que é necessário pra tal projeto.

Ainda não é uma idéia ótima morta, mas eu precisaria de ajuda. Pessoas pra cobrir a cena em SP, pra fazer resenhas e críticas de discos relevantes e coisas do tipo.

E talvez minha idéia seja mesmo um brilhante fracasso e talvez eu devesse desistir já. Veremos. Who knows?

[now listening: New Values - Iggy Pop]

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

8-Bit Peoples

Nessas minhas aventuras na música eletrônica retrô me deparei com esse site muito legal chamado 8-Bit Peoples.

E o que tem de interessante?
Eu te respondo: música eletrônica de qualidade.

Os chamados 8-bit ou chiptunes, são as tais músicas de videogame, feitas a partir de programas complexos ou mesmo no Fruitloops. A grande massa usa os tais programas complexos, eu tentei usar mas, como eu já disse por duas vezes, eles são complexos demais pra mim que sou um mero aspirante a jornalista e nem um pouco perto de programador.

Bom, quanto ao site nós podemos ver que eles trabalham bastante, tendo esse grupo de 8-biters bem unido com um cast de 10 artistas diferentes. E um dado curioso é que dos dez, uns 6 são librianos. Estranho eu gostar desse tipo de som, talvez não tenha relação alguma, mas que se foda (:

Bom, na discografia existem muitos trabalhos e muito mp3 de graça (o que é melhor), desde discos só com a música do "Um Tira da Pesada" (que é uma coletânia chamada Axel F com o cast até então do 8-Bit People) e um megamix do Depeche Mode versão 8-bit do Nullsleep (recomendo e muito). Existe ali desde o 8-bit bobinho gameboy até os mais hardcore lembrando bastante música eletrônica das mais violentas hehe (seria Drum & Bass, psy ou ? não sei).

E é só questão de fuçar bastante por lá. Ultimamente to nessa mood 8-bit, queria ter conhecido isso antes, na era cyberpunk, teria feito mais pelo mundo. =(

Recomendo muito Nullsleep
E fico por aqui.

domingo, 21 de outubro de 2007

Hey menino branco

Fim de semana parado por aqui, to um pouco cansado, mas garanto que amanhã eu volto à forma.

O que eu posso recomendar pra vocês?
Ah, baixei um disco bizarro em homenagem ao Kraftwerk. Ele se chama 8-bit Operators: An 8-bit tribute to Kraftwerk. E o que é 8-bit? Lembra do seu gameboy? ou Atari mesmo, essas coisas... Então, imagine fazer música com os sintetizadores dos consoles. É isso. Imagina só Kraftwerk num desses jogos, tipo o do ET (hehehe). O trabalho é muito interessante, mas só se vc for meio nerd e gostar de música de videogame. A versão da Spacelab pelo 8-bit Weapon é maravilhosa! Recomendado.

E também é sempre bom recomendar Fellini e Harry!
Sem contar uma das minhas músicas favoritas de todos os tempos (da última semana): Mais do Mesmo.
Tinha me esquecido de como Renato Russo sempre foi um letrista gênio e escreveu versos tão pós-punks como "Enquanto isso na enfermaria / Todos os doentes estão cantando / Sucessos populares" e "Tenho um sorriso bobo / Parecido com soluço / Enquanto o caos segue em frente / Com toda a calma do mundo". Quer mais o que?

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Harry - Fairy Tales

Harry, a banda pioneira no industrial e ebm do Brasil (será que isso é realmente verdade? Posso estar errado mas parece que é sim). De Santos/SP, cidade do (time do) Pelé, Hansen(harryebm) o vocalista/guitarrista, Richard Johnsson no baixo, Di Giacomo na bateria (e no segundo disco só a famosa bateria eletrônica) e Roberto Verta na produção e teclados, fizeram um som que, para a época (1986~1988!) era algo bem revolucionário, ainda mais por ser no Brasil hehe!

E de acordo com o site dos caras, "antes do mundo conhecer o electro-rock, uma banda de Santos fez alguns experimentos mesclando rock inglês, technopop e um pouco de industrial. E isso tudo aconteceu nos 80's, quando a banda se tornou referência pra outros fora do mainstream brasileiro". Harry é, sem duvida alguma, uma das melhores bandas da década de 80 do Brasil e uma das mais subestimadas, se não a mais! Eu realmente torço por Hansem e companhia pra que um dia o trabalho deles seja devidamente reconhecido.

Ao disco então?
Fairy Tales é um mesclado de música industrial, música eletrônica com influências de Kraftwerk e New Order, tem guitarra, tem até letra sobre porcos. Mas claro, tudo em inglês. Talvez esse seja o pecado de Harry (não para mim, que fique bem claro): to sing in english. Eu não vejo nada de errado nisso, música boa continua o sendo em qualquer lingua. Um quadro é bom só porque ele é pintado influenciado por uma escola artistica? Acredito sim que bandas que cantam em inglês são tão corajosas quanto as que cantam em português. Fazer música não é algo fácil.
E o Fairy Tales é bem isso: Coragem!

Das 10 faixas (mais as 6 do Taxidermy, box lançada a alguns dois anos atrás), é, pelo menos pra mim, fácil apontar quais são os hits e quais são as que eu as vezes admito ouvir por ouvir. Primeiro digo que você pode baixar o disco sem problema algum, vale a pena ouvi-lo na integra (essa é uma das minhas leis, nunca ouvir músicas soltas de bandas boas). E agora, após essa breve explicação, posso já resumir pra vocês as faixas:

Sky Will Be Gray inaugura o disco com gaitas de fole e então Hansen entra absoluto junto com o piano, é realmente uma música lindissima e o melhor é que foi feito por paulistas (hehehe). Genebra, minha favorita, me lembra New Order vindo do suburbio sujo ao lado de uma máquina numa indústria. Joseph in the Mirror é um industrial que deixa até o Front 242 com inveja. You Have Gone Wrong poderia ser até considerada a música que poderia levar o Harry algum dia ao estrelato e contratos milionários e mulheres a torto e a direito. Mas "grave is the way". Tem alguns samples que não consigo identificar, tem um em portugues e o outro parece alemão (seria Hitler?) e no final o sampler alemão é até incorporado à música, achei tão legal isso! Mas ok! Lycanthropia é, ao que me parece, uma favorita dos fãs (posso estar bem errado). Gosto dela bastante, mas Genebra é melhor! The Beast Inside, a música do porquinho, é outro industrialzão/pós-punk pesado, do qual posso dizer bem engraçado e com uma história interessante. Soldier é até que divertida (se é que poderia usar essa palavra), todos cantando numa marcha, gaitas de fole (que é uma das coisas que eu mais gosto nesse disco, estranhamente), soldados, etc. Silent Telephone é a minha segunda favorita do disco, apesar de algumas más-interpretações fui aprendendo a gostar dela muito mais. E como diria o bordão, "pra fechar com chave de ouro" vem Death, com uma letra que eu gostaria de cantar em funerais de inimigos: "He fucked you / Then your dog took you home". E ai o disco, pelo menos o meu vinil, acaba. Das faixas bonus eu gosto de algumas. Sexorama é incrível, Fairy Tales e Chemical Archives 2 não me agradam muito, mas as versões de Sky Will be Gray (Lost Version), Soldiers (Bagpipe mix) e You Have Gone Wrong (T.Paludo PopCornMix) (essa última, apesar de ser meio boiola / britpop / new order / madchester e feita por um fã da banda em um concurso de remixes, o que explica muita coisa) com certeza é um digno presente pra uma box.

Eu me "encontrei" com essa banda num dia desses bem chatos, na qual você vai a um sebo, acha um disco com uma capa legal e vê que é barato, compra e descobre uma das melhores bandas de São Paulo assim, sem querer. Comprei o Fairy Tales num sebo no centro da cidade e ouvi-o algumas vezes. Então deixei meus discos guardadinhos por um tempo. A alguns dias atrás encontrei, enfim, o Fairy Tales pra download e não duvidei: baixei e ainda recebi as bonus de brinde. Bom, o meu last.fm continua essa história! Acredito que ele será, em breve, o meu disco mais escutado (vai passar o Idiot e o Lodger, é um feito!).

E uma sugestão: se você tiver dinheiro e quiser comprar algo decente pra você, faça o favor de comprar a box do Taxidermy. Vale mais do que a pena pois todas as músicas são obras primas do underground paulista. Eu não tenho 65 reais, senão comprava. Juro!

Quer baixar (é uma contradição pedir pra comprar e dar de graça pra baixar, mas hoje em dia não significa mais nada)?
Fairy Tales + Taxidermy bonus
Ou mais no blog Cogumelomoon (nesse blog tem muita coisa bacana pra baixar, como todos os discos do Fellini, coisas dos anos 80, 70, etc!)

Quer conhecer mais e comprar o Taxidermy?
Site Oficial do Harry

E assim continuo com a missão de postar sobre as 3 bandas que eu andei ouvindo bastante (Fellini, Akira S & As Garotas que Erraram e Harry). Demorei um pouco pois Radiohead lançando album novo é sempre bom de comentar.

O próximo já ta na cara né? Só canto: "Garotas no rock são mulheres no crime, são melhores ao creme"

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Ghost Writer Typewriter Hero

Minha primeira auto-entrevista!

Q: Porque ce mudou o nome e o endereço dessa joça?(antes era o King of Junkyard no axisinvadeslondon.blogspot.com)

A: Primeiro porque os tempos são outros. Queria mudar o nome, não era mais algo do qual eu acreditava ser bom pra um nome de blog. E o novo endereço reflete também o novo nome (ecosfantasmas.blogspot.com). Segundo porque é mais bonito e referencia Suicide.

Q: Porque essa porra chama Ghost Writer?

A: Ghost Writer (escritor fantasma, em português), de acordo com o site Ghost Writer, "é a expressão inglesa que designa o profissional de alto nível especializado em prestar serviços de redação de textos a outras pessoas que não têm tempo ou não têm jeito para escrever.

O ghost writer trabalha silenciosamente, recebe sua remuneração profissional e depois desaparece para sempre (daí a designação de fantasma) mantendo inviolável o segredo de sua participação naquela obra. A propriedade intelectual da obra fica para a pessoa que o contratou e pagou seus serviços.

Ninguém, absolutamente ninguém, fica sabendo que ela utilizou os serviços de um escritor fantasma. É ela que assina o trabalho, que recebe os respectivos direitos autorais, que desfruta da fama e da glória que a obra possa render."

Um escritor fantasma é então aquele cara que escreve bem mas nunca receberá prestígio pela obra que escreveu. E mais, vejam o site depois e vocês constatarão que até um Ghost Writer tem curriculo. Muito interessante isso.

E eu, apesar de não ser um verdadeiro Ghost Writer, gostei da frase. Mas a verdade é que ela foi inspirada na música do Suicide (Ghost Rider). E eu posso ser um Ghost Musical Writer, se alguém se interessar... =D

Q: Que ce vai fazê com essa merda daqui pra frente, hein?

A: Postar mais resenhas de discos importantes para mim, discos estes que talvez sejam de profundo valor cultural e que poucos o percebem. Ou se percebem, tem suas visões distorcidas. Gostaria também de dissertar sobre os variados assuntos do mundo musical, assim como atitudes de músicos. Futuramente gostaria de resenhar shows, mas só o farei quando for oportuno e possivel. (Se quiserem me deixar entrar de graça eu resenho seu show! Só não garanto que vou dizer bem dele, mesmo você me pagando um jabazinho)

Q: E a sua banda estranha, o Axis Reverb? Qualé que é?

A: O Axis anda meio estranho e parado, mas garanto que farei algum show esse ano ainda, lançarei o "A Brief War History", recolocarei o site no ar, etc etc etc.

Q: É só isso então.

A: Só?

Q: Are we not men?

A: We are Axis Reverb.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

In Rainbows 2

Review direto, primeiro as músicas, depois a história! A música é muito mais importante.

Primeiro deixo claro que Radiohead é ainda a melhor banda do mundo. O novo século que se iniciou com Kid A e a obra prima dos 00's agora vê a devolução sonora do Radiohead no In Rainbows. Não há como negar: é puro Can. Pelo menos o estilo da bateria e de como Thom canta. A primeira faixa (15 Steps) nem tanto, mas Bodysnatchers, a segunda do disco, é claramente visivel a inspiração em Can (principalmente no 1969 Delay). Se antes não dava muito pra distinguir (no Kid A/Amnesiac vemos mais uma influencia sonora de Eno e Jazz e no Hail to the Thief há uma coisa mais ligada ao passado pop com a incoporação experimental do Can), agora sim Radiohead está nu para o Can. Chega de falar nos alemães, down to it.

A voz de Thom parece ter amadurecido 200% desde o Hail to the Thief, muito estranhamente. Não sei se os arranjos que couberam na sua voz ou o contrário, mas o casamento foi perfeito. A Weird Fishes/Arpeggi é uma das faixas que mais me lembram o Krautrock e 15 Steps é algo que Thom poderia ter colocado no seu album solo The Eraser. Fico imaginando também se Faust Arp teve seu nome inspirado na banda (também de Krautrock) Faust. Quem sabe? De acordo com a wikipedia, é mais baseado na lenda alemã do Fausto (aquele que fez o pacto com o Diabo e vc já o deve ter visto no "Chaves" no espisódio do Chirrin Chirrion) e Arp vem de Arpeggio.

Mas dedico um parágrafo só pra falar sobre a música mais linda do ano, uma das mais lindas da história do rock e mais uma do Radiohead: VIDEOTAPE. O piano tão simples provando que não precisa inventar muito, a bateria meio estranha, a voz de Thom no seu auge, tão perfeito quanto na Life In a Glasshouse. A letra é tão linda, uma obra prima da modernidade caótica que vivemos hoje (Você é meu centro / Quando eu giro / Sem controle no videotape). E a música não deslancha como as outras 5 faixas finais dos outros discos (desde The Bends), pelo menos não como Life In a Glasshouse, mas ainda assim tem toda a tensão que se necessita pra uma música perfeita. No post abaixo eu coloquei o video ao vivo dela, é um pouco diferente da versão do disco, mas não tira o mérito de nenhuma das duas.
Pra terminar esse paragrafo:
"You shouldn't be afraid
Because I know today has been the most perfect day I've ever seen."


E se você já não sabe:
In Rainbows, 7º disco do Radiohead que foi lançado no dia 10 de Outubro apenas no site do disco (inrainbows.com), site esse no qual você pode comprar o disco e pagar o quanto quiser por ele (dizem que o preço médio foi de £1 e vendeu 1.2 milhões) já pode ser considerado uma revolução mundial na maneira de vendas de discos na industria musical. Como disse um executivo para a Time: "Se a melhor banda do mundo não quer uma parte de nós, eu não sei o que restou para esse negócio."

E assim se inicia mais uma grande batalha, essa sem previsão de mortos e feridos no caminho. Se hoje, pelo menos no Brasil, vemos a pirataria vender de tudo um pouco enquanto os artistas grandes se contentam com a hipocrisia de dizer que não há como baixar os custos dos discos e que se deve comprar um disco original por 30 reais numa loja especializada, provavelmente com o lançamento desse disco poderemos compreender o efeito da falta de lançamento físico de discos. Uma banda não vive mais de discos, e se ela não gosta de fazer show que desista desse ramo pois não faz arte nem faz de coração pras pessoas.
Os Beatles puderam parar de fazer shows, hoje a sua banda não pode mais se dar esse privilégio.

E afirmo:
In Rainbows será, sem dúvida, o melhor disco de 2007.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

In Rainbows

Hoje, dia 5 de Outubro de 2007, eu ouvi talvez a música mais linda e tensa que alguém jamais escreveu. Tom Yorke, você se superou, you bastard!

O disco novo saíra um dia antes do aniversário de quem vos escreve (dia 10 de Outubro) e ao que quero acreditar, esse será o disco do ano, quem sabe até da década. Ele está sendo vendido nos moldes do "Qué Paga Quanto?", até de graça tá sendo vendido. Mas calma, o esquema é assim: Você vai no site do In Rainbows e escolhe o que você quer, se quer o discbox ou o download. O download sai dia 10, o disco só chega em dezembro. Bem que eu gostaria do discbox! Vem com o cd em si, o disco em vinil (LP duplo de 12"), mais um cd com mais músicas, a arte do disco e fotos. Mas o discbox custa £40.00 e se eu não tenho nem 40 reais como teria 40 libras? Quem me dera. Um dia, quem sabe, ai já compro o Kid A que sempre vejo na galeria do rock.

Assistam ai a música nova, maravilhosa, chamada Videotape.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Fellini

Esse é o primeiro post da série de bandas brasileiras (especialmente paulistas) de pós-punk. E começando com a que mais traduz o espirito desse gênero musical tão independente e ácido.

O Fellini surgiu, em 1984, como uma forma de Thomas Pappon sair de trás do palco (ele era baterista de duas bandas importantes: Smack e Voluntários da Pátria) para tocar baixo. E nisso Pappon convidou Cadão Volpato pra escrever as letras. Essa dupla, na minha opinião parcial, é uma espécie de Lennon/McCartney do rock brasileiro. E com a adição de Jair Marcos na guitarra e Ricardo Salvagni na bateria, o Fellini (nome retirado do grande diretor de cinema Federico Fellini e/ou do disco dos Stranglers chamado Feline).

Só pra se ter noção, os organizadores das coletâneas que sairam com as bandas de pós-punk oitentista paulistas, pegaram quatro faixas do Fellini: "Zum Zum Zazoeira" e "Rock Europeu" no The Sexual Life of the Savages; "Funziona Senza Vapore" e "Teu Inglês" no Não Wave.

"O Adeus de Fellini", primeiro e irônico disco, foi lançado em 1985 e puxava muito mais pro pós-punk do que os discos seguintes. E por falar nisso, esse é um disco que não deve em absolutamente nada pra grandes bandas dessa época (tanto inglesas como americanas). É um disco com músicas arrebatadoras, letras surreais e violentas (eu vejo seu corpo sendo imolado na tevê) e dá pra sentir na voz de Cadão toda a urgência e tensão que um vocalista de uma banda de pós-punk precisa ter.

No "Adeus de Fellini" eu posso destacar "Rock Europeu", que é a única faixa que o Fellini (quando voltou) ainda tocava, "Bolero 2", que é a minha favorita, "Nada", que fala sobre nada mesmo e "Zaüne", cantada em alemão e escrita por Pappon.

"Fellini só Vive 2 Vezes", lançado em 1986, é um disco mais experimental. Fellini, nesse disco, é apenas Cadão/Thomas, sendo que cadão só canta e Thomas toca os instrumentos. Foi gravado num chamado porta-estúdio, com apenas 4 canais. Posteriormente foi mixado num estúdio. Não que isso mude muito! Tem algumas faixas muito interessantes desse disco, que já mostra pra que lado a banda queria trilhar (um "samba do inglês doido", diria eu), como "O Padre Hippie", "Todos os Dias da Semana" e "Tabu".

As letras de Cadão, aqui, tomam um rumo muito mais surreal e poético que no disco anterior. Por Cadão ser um jornalista talvez isso fosse mais fácil do que a gente pensa, não sei. Ele também, como eu li numa entrevista, é um "ultra-romântico" (palavras de Thomas). Nesse disco ainda é sentido a influência do pós-punk com a pitada do samba paulista.

Estamos em 1987 agora, a 20 anos atrás. Nesse ano incrivel, onde foram lançados os discos Substance do New Order e Never Let me Down do Bowie, aqui no Brasil, além de mim, era lançado o disco "3 Lugares Diferentes".

Aqui é impossivel não notar a influencia do Samba (digo, do samba paulista, aquele do Adoniran, trem das 11 horas, sabe?). A gaita é muito utilizada nesse disco, e dá um som muito fascinante pras canções. Imagine "Teu Inglês" sem o solo de gaita?

Logo na primeira faixa, "Ambos Mundos", começa com alguém falando sobre a música e como ela está se tornando fácil ("e se você quer coisa fácil vá trabalhar em banco"). Música não é pros preguiçosos. Tem que batalhar. E eu concordo com tudo isso. E após esse sampler muito bem colocado nós começamos com um solo lindo de gaita e a bateria entra toda pós-punk.

Antes de continuar, quero dizer que esse disco é de uma beleza imensa, com a junção perfeita do pós-punk com a cultura boêmia paulista. Se eu escolhesse um disco pra representar São Paulo, seria esse. Tem a industrialidade do pós-punk, a boêmia do samba paulistano, as letras caóticas como as ruas, e a gaita como parques verdes no cinza absoluto do nosso céu e prédios.

Isso posto, continuo dissertando: "Teu Inglês" é a faixa mais paulista, e a minha favorita do Fellini. "La Paz Song", "Rio Bahia", "Lavore Stanca" e mesmo "Ambos Mundos" servem pra demonstrar a universalidade que São Paulo tem, mesmo não sendo essa a proposta do Fellini (acho que estou delirando, sei lá). "Zum Zum Zazoeira" é a junção perfeita do gênero do Fellini, impossivel não sambar ao som de Zum zum zum zum zum zazoeiraaaa.

O quarto disco da banda, "Amor Louco" (nome de um livro do surrealista André Breton e que traduz bem o disco) foi lançado em 1989. Para a banda, esse disco é o melhor, mas sem tirar o mérito dos outros discos.

Já começa com um pós-bossa-electro em inglês chamado "Chico Buarque Song", uma referência de provavel influencia. Começa maravilhosamente bem. E continua assim, com referência também a Adoniram ("Joga as cascas pra lá"), viagem de LSD e até Deus. E eu imagino: como ninguém nunca tinha pensado nisso antes? Imagine você que ao invés dos Titãs terem virado bregas a la Roberto Carlos eles sugassem o samba paulistano? Ou o Ira? Por mais que eu ame Ira e Titãs, eles são um produto cultural brasileiro, não mais paulista. Fellini se manteve sempre paulistano. Cada música é perfeita pra se ouvir na Avenida Paulista, ou no centro da cidade, na saída do Ibirapuera, perto do Minhocão...

E queria discorrer sobre o último disco do Fellini, "Amanhã é Tarde", mas ainda não o ouvi inteiro. Parece bem mais com The Gilbertos, "banda" de Thomas.

Fellini é uma das bandas mais lo-fi que o Brasil produziu na época em que ser lo-fi era realmente muito mais dificil. E não era lo-fi porque queriam, e sim por necessidade. Eram também independentes, lançaram os três primeiros discos no selo da "Baratos Afins" (localizada na galeria do Rock) e o "Amor Louco" pela Wop Bop.
A banda acabou e voltou inumeras vezes, e o ultimo retorno foi em 2003, no Tim Festival, junto com o White Stripes (que na época bombava como novidade).
Após o fim da banda, Thomas foi morar em Londres e lá montou a banda The Gilbertos. Em 1992 (acredito que quando o Fellini "acabou"), os 3 menos Thomas formaram o Funziona Senza Vapore, banda essa que não durou o ano de 92 e a master do disco foi perdida. Só 10 anos depois a master foi recuperada e podemos ouvir as poesias de Cadão nessa banda interessante que teve até uma faixa que Chico Science fez cover no seu disco mais famoso ("Afrociberdelia").

Planos de retorno, pelo que parece, nunca mais. Fellini só viveu algumas vezes, agora deixem-os descansar e criem suas próprias músicas!

Pra saber mais da história da banda, recomendo:
MOFO - Site bem legal com várias colunas sobre uma porrada de bandas legais.

domingo, 30 de setembro de 2007

Amanhã já é Outubro!

E Outubro é sempre um mês bom!

Estou um pouco mais empolgado com o blog e vou resenhar os discos do pós-punk brasileiro (Fairy Tales do Harry, O Adeus de Fellini do Fellini e o disco auto-entitulado do Akira S & as Garotas que Erraram) nos próximos posts, espero. Esses discos são muito bons e acredito serem de um valor artistico enorme, só que muito mal reconhecidos pelo público. Assim como este blog. =D

Vou atualizar com mais frequência, prometo!

E LEIAM o post abaixo. Me ouçam, porra!

[ao som de: Fellini - Bolero 2 (minha música favorita do disco)]

Axis Reverb - Cara de pau é pouco!

Axis Reverb, a banda de um homem só de pós-punk do Brasil-sil-sil!

Pra comemorar um ano de blog (pera, mas já foi!) vou me auto resenhar!

Para quem não sabe, Axis Reverb se consiste em:
Eu, Kurt - Guitarra, Voz, Baixo e em algumas música, Teclado.
Fruit Loops - Bateria, Teclados, Sons legais.
Guitar Pro - composição (as vezes) e no Fake EP é Bateria e sintetizadores.

A idéia da banda surgiu quando, após fazer parte de bandas famosas entre meus amigos de escola, eu decidi que sabia compor e queria fazer isso sozinho, pelo menos até achar gente. Assim surgiu o Interzone. E eu ia compor em português também! E isso foi em 2005. O tempo passou, fui absorvendo mais música. Chegou 2006 e eu com composições prontas, quase formei uma banda. Ela se chamaria Gestapo. Mas não deu certo e fiquei com as composições... já que elas sempre foram minhas né.


Então o ponto crucial: comecei a gravar. Já havia gravado algumas coisas antes, mas não eram tão boas assim. Consegui um teclado com meu amigo Caio e então comecei as gravações do primeiro disco do Axis Reverb: RAINY CITIES & OTHER TALES, nome esse inspirado nos contos de Oscar Wilde ("Happy Prince and Other Tales") e em São Paulo e Manchester. Tem músicas sobre cidade, músicas sobre minotauros e gansos, garota leonina, fim do mundo, música com reverberação a la MMM (rá) e músicas que sobraram do meu projeto perdido do Laranja Mecânica (longa história). Sem contar a cover de uma música de um dos meus discos favoritos, Funtime do Iggy Pop.

Eu desenhei as capas sozinho, na medida de uma capinha de cd. Essa capa ai do lado já foi, existem ainda mais duas, uma já reservada. Além da garota, tem a capa do Minotauro e a do Rádio (cada uma pra uma música do disco).
A gravação do Rainy Cities foi bem simples: em metade do disco improvisei a bateria, gravei baixo e guitarra e voz.
A outra metade foi diferente... as duas sobre laranja mecânica foram gravadas com o som do PC ligado enquanto eu cantava e tocava por cima. Já Troy e Rome eu gravei numa época meio Nirvana, com um violão com três cordas afinadas de uma maneira que eu talvez nunca mais reproduza na minha vida. Diamond é só baixo e reverb. Finalmente, Story of an End eu gravei ao vivo no meu quarto, dá pra perceber os erros, a letra improvisada e etc...

Isso foi entre Junho, Julho e Agosto de 2006. Esse era só o começo.


Logo em seguida comecei a compor o FAKE EP, em cima da minha ideologia dos fakes, que hoje não me recordo mais. Impressionante, mas tudo bem. Pois bem, eu tinha algumas letras escritas no meu caderno para esse EP, mas a única que vingou foi Sorry For the Pain in Your Heart. A partir disso escrevi as minhas letras favoritas (Downtown Cemetery e Ice Age Coming), compus no Guitar Pro e gravei.

As datas dos meus mp3 são de 20/07/06 até o dia 03/08/06, e pelo que me lembro foi fácil assim mesmo. Era só gravar voz, e a única que me deu mais trabalho foi a Procession por ter que gravar duas guitarras e a Happy Ending, por todo o processo de música concreta hehehe.

Mas honestamente, baseando-me numa frase de Zaratustra, eu escrevi uma das letras mais legais da minha vida de compositor:

"No species in a mile
Could throw at you a smile
And you hear those songs again
Disabling your mightiest frame
Scratched feathers of fallen angels
Who dances like psychotic maniacs
At the party who's going on downstairs
The Death Dirty Disco is unaware"


Após o Fake eu decidi pegar algumas músicas antigas e jogar num disco novo, o famoso SINGLE! A primeira música, e que eu sei que começou este disco, foi a Violently e foi na mesma época que eu peguei o Fruit Loops, que foi em agosto, setembro. Compus Violently e Salmon Nights, mas o disco ainda não era uma idéia. Foi em Outubro que eu compus duas músicas das quais são as mais importantes pra esse disco: Hey (I'm Just a Boy Near You) e a faixa-titulo. Então ai se inicia o disco!

Single é uma piada. Single pode ser traduzido como único ou solteiro. Na época eu era os dois. Comecei a trabalhar no disco em Novembro mesmo e em Dezembro um desastre: meu pc queimou a placa mãe, pela segunda vez. Só que desta vez tive sorte e não perdi o HD (da primeira vez que ele queimou eu perdi músicas e projetos muito legais, como o do "Ode aos niilistas e autodestruidores" e o projeto pro Laranja Mecânica. E outras coisas mais, pra sempre perdidas...).


Ai minha memória me falha, mas então assim que o meu pc voltou, eu terminei de mixar o Single. E de novo uma falha no pc e novamente fiquei sem pc. E essa fase é muito obscura, não lembro de nada! Só sei que pensei nas músicas do Zodiac e isso eu tenho certeza que foi entre meio de janeiro e começo de fevereiro. Criei músicas pra cada garota do Zodíaco (aries, touro, peixes) e então conquistei uma certa garota por uma dessas músicas.

Terminei o disco em Fevereiro mesmo. Nesse disco está a música feita pra dançar: Song to the Cancer Girl, e com o clipe mais legal (e não fui eu quem disse isso) do Axis Reverb. Posso afirmar que quase todas as faixas foram escritas pra garota do signo correspondente, mas eu não conheço uma garota de cada signo então... mas a idéia foi legal, vão dizer que não?


Continuando a saga do herói, finalmente em março, após um mês de namoro, decidi fazer um disco pra minha namorada. Sim, nem todo mundo faz isso, eu sei. É ela na capa, sabiam?
Com vocês, JUMPING WITHOUT PARACHUTES.

Foi gravado num estilo mais folk, voz e violão (e era esse meu intuito, lembram-se desse post? Pois é. Praticamente todos os 5 items foram cumpridos! Isso é ótimo! Só faltou escrever mais aqui, mas ainda faltam 3 meses pro ano acabar!

Voltando, o disco é mais intimista, com músicas que até sua mãe ouviria, eu acho. É um disco menos ruidoso, tirando Non Sense Made I Write This, mas ainda assim é um disco de fácil aceitação. As letras ora são abstratas e surrealistas mesmo, ou dizem o que eu sinto pela Débora. Todo mundo gosta desse disco hahahaha! Ou deveria gostar, apesar de não ser particularmente o meu favorito musicalmente (esse é o Single, mas pode mudar).

O nome do disco foi baseado no email da minha namorada e numa frase que ela disse pra mim uma vez sobre pular sem paraquedas. Foi gravado em um dia, que eu me lembre. Se não no máximo em dois, três. Não passou disso, e não é lenda.


Logo após o Jumping Without Parachutes, eu tive uma das boas idéias que eu sempre tenho! Planejei um disco pra homenagear os videogames e o cyberpunk. O nome, retirado de um conto paralelo do mangá Akira (amo o filme, amo o mangá), é pra representar o futuro mesmo, como na história da onde eu o retirei: Drogas, Bomba Atômica e Morte. Não sei se consegui captar muito bem a idéia, mas as músicas são boas, isso eu garanto. Todas tem um som bem peculiar e nostálgico de videogame. "CANDY FLOWER NAPALM" é o seu nome e acredito ser um dos discos mais legais.

As músicas "JUNKER" e "Run from the Snatcher" foram inspiradas em um dos meus jogos favoritos chamado "SNATCHER", do Hideo Kojima. Uma história meio Blade Runner, só que mil vezes melhor. Pelo menos o personagem principal de Snatcher (Gillian Seed) não é tão boiola quanto o personagem do Harrison Ford (Rick Deckard). Um enredo maravilhoso que eu não pude traduzir pras músicas...
Já "Battlehedgehogs" é uma mistura de dois jogos que eu era fissurado na minha infância: "Battletoads" e "Sonic" (até hoje eu amo Sonic! Mas as versões novas são uma porcaria, eu acho). E finalmente temos a faixa-título, uma odisséia de 9 minutos que deveriam ser transformados em 18 (just like Sister Ray said) e "Octopolis", que era pra ser uma história cyberpunk musicada (minha, que fique bem claro) mas não acredito que tenha dado muito certo.

Candy Flower Napalm foi gravado entre maio, junho e julho, acredito eu... não consigo me lembrar.


E então, após a empreitada "psicodélica eletrônica gamistica", eu decidi voltar às raizes, bateria / baixo / guitarra. Consegui uma bateria eletrônica, a consertei e por causa dela o sétimo disco se chama "DRUM MACHINE LIGHT CIRCUS". Drum Machine é Bateria Eletrônica em inglês e o light circus eu tirei de um nome muito legal de uma pseudo música dos Beatles ("The Carnival of Light"). Carnival são aquelas feiras com roda gigante e barraquinhas que os americanos fazem, que geralmente tem um Circo, e daí eu tirei o Circus. Light Circus. Simples, né?

As gravações desse disco foram as que duraram mais tempo, pelo simples fato de eu ter criado as canções com base no ritmo da bateria eletrônica. Todas as músicas foram praticamente criadas minutos antes de serem gravadas e eu acredito não lembrar muito bem os acordes corretos e linhas de baixo. Mas eu consegui capturar muito bem o clima da bateria e eu acredito ser um dos discos mais grudentos do Axis, apesar de ser até curto (38 minutos de duração).

Gostaria de destacar algumas faixas: "Storm Waltz" foi uma tentativa de fazer a abertura de disco perfeita. Acho que consegui fazer a divisão do dia chuvoso e crianças correndo, o arco-íris ficando frio e ela comigo na valsa. Na minha opinião totalmente parcial, é um dos versos mais bonitos e profundos que eu já escrevi, talvez:

"Eyes sad like storm
Working in absolute silence
So the rainbow turned cold
But she's with me now on the waltz"


"11/9" não é alusão ao 11 de Setembro. Juro.
"Round" é a música mais interessante pra mim por eu ter pego a letra dela em um caderno antigo de composições. Mudei algumas coisas que estavam erradas e a letra encaixou perfeitamente na música.
"Where the Circus' Gone" é a minha faixa mais pós-punk de todos os tempos. Juro!
"Homesickness Moss" se chamou Red Rug por algum tempo e então eu consegui a letra mais surreal possivel, comigo escapando pelo bastão da polícia elétrica enquanto tambores explodem a porta da frente, sem contar no boneco do incrivel estranho elefante.
E "Northern Cat", "Eternity Rain" e "Begin of a Beautiful Friendship" falam sobre a minha namorada. Pode achar obsessão, mas todo artista tem sua musa inspiradora.


A mais recente empreitada na qual eu deveria estar trabalhando é o meu disco sobre guerra "A BRIEF WAR HISTORY", mas durante esse meu inferno astral (hey, deixa eu viver!) não consegui ter idéias, to num bloqueio artistico absurdo. Mas até novembro eu consigo terminar de gravá-lo e ainda não me decidi por EP ou LP (a diferença é que no EP são 6 músicas e no LP são 12, sempre!). Até agora estão gravadas 4 faixas: "Laika, I Shed a Tear for You (Flight 1907~3054)", "Nagazaki Bushido", "Green Flag" e "Forlorn Hope".

E após o término desse disco sobre guerra, eu quero compor músicas pra São Paulo, e não quero que seja um serviço porco como foram todos os outro 8 discos. Já tenho um nome, e algumas músicas não aproveitadas pro Brief War. Se tudo correr bem, como eu já disse, em novembro termino o Brief War e começo o 9 disco (que até agora se chama "BIG GHOST OF A GREY CITY").


Há também dois projetos paralelissimos do Axis, dos quais um só a minha namorada sabia:
(I'M THE) EGGMAN, que seriam músicas do Sonic com letras bestas, só por homenagem ao meu jogo favorito e AT THE MOVIES, um disco mais experimental com ritmos frenéticos e samplers de filmes que eu tenho aqui em casa. Mas talvez vocês nunca os vejam. O At the Movies tem 5 faixas e eu acho que as utilizarei pra propósitos maiores (pro disco sobre sampa city) e o Eggman será gravado um dia desses e não poderá ser nunca vendido...


Ah! Antes que vocês se perguntem, sim eu fiz tudo sozinho. Sem ajuda de ninguém. 7 discos e EPs, mais de 80 músicas, contando as faixas obscuras que só eu tenho (sem contar covers) e mais de 3 horas de som.
Sim, o esforço é grande, eu nunca fiz um show com o nome de Axis Reverb e eu talvez nunca ganhe nem reconhecimento de algum público com ele. Mas eu fiz minha parte pra fazer a música sobreviver. Quem sabe um dia alguém não me descobre assim, sem querer?

Se você não conhecia e agora quer ouvir:
MYSPACE - Myspace, no qual você pode ouvir 5 faixas!
LAST.FM - site onde dá pra baixar quase tudo do Axis (só não tem, ainda, o Without Parachutes, mas eu logo consertarei esse erro).

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

domingo, 16 de setembro de 2007

Eu odeio setembro

Eu to ensaiando pra escrever aqui faz algum tempo, mas como não há público pra esse blog ele vai continuar desatualizado até meu humor melhorar.

Recomendo uma boa dose de Birthday Party pra vocês.

sábado, 14 de julho de 2007

The Stooges - Fun House

The FUCKING Stooges
(Ou como fazer o disco de rock perfeito)

Exato. Disco perfeito. Imaginemos quatro garotos loucos de Detroit, uma cidade (na época) conhecida pelas corridas de carros, montadoras de carros, carros, carros. Uma cidade onde não acontecia muito (pelo que parece). Assim como a "biblia" (Please Kill Me) diz, Stooges foram a banda mais animal de todos os tempos. Iggy Pop era um insano afundado nas drogas e o caralho a quatro mas que cantava (e rolava) maravilhosamente bem, na guitarra e bateria os irmãos Ron e Scott Asheton respectivamente, um mais idiota que o outro (não me recordo qual, mas há as histórias nazistas deles) e no baixo Dave Alexander.

Bom, após o fracasso do primeiro disco (ironicamente mixado por John Cale, ex Velvet), os Stooges não sabiam o que fazer e eles entravam de cabeça (pelo menos Iggy Pop e Scott Asheton) nas drogas pesadas. Com toda a farra, drogas, mulheres e o roquenrou, o clima foi sendo lançado pra que os quatro patetas se jogassem no estudio pra gravar seu segundo disco, o Fun House [que era o codinome da casa na qual os Stooges moravam e que servia de quartel general (uma vez literalmente da qual eles tiveram que se esconder lá de uma gangue de motociclistas) pra eles. Lá havia a liberdade, já que eles não pagavam aluguel e a policia provavelmente não passaria por lá (periferia é foda)].

Agora, sobre o disco em si... porrada na orelha. Tente ouvi-lo com o volume baixo.
Tentou? Eu sei que você depois de dois segundo da introdução do disco subiu o volume pro máximo! É praticamente e um pecado não ouvir esse disco no talo pra você perder sua audição. Eu mesmo estou ouvindo agora no máximo e ainda assim queria mais alto porque meus ouvidos ainda não estão sangrando. Outra coisa dessa obra prima é o fato de não ter jeito algum de ficar parado pois todas as músicas são de uma energia incomparavel. A verdadeira e mais crua música dançante de todos os tempos. No disco você ouve solos de furar os timpanos, baterias primais, baixo no tom perfeito pra te dar uma dor de cabeça e as melodias vocais de Iggy na sua melhor (ou pior, depende do ponto de vista) e mais drogada fase, sem contar o sax de Steve McKay (nota: eu não apurei e eu acho que o nome tá errado). A música não foi criada pra fazer as pessoas dançarem? Se esse disco não fizer isso ou pelo menos te fazer vomitar, então você é uma pessoa triste e sem sentimentos e merece morrer. Sério. Every little babe knows what I mean.

Nos velhos moldes, faixa a faixa!

1 - Down on the Street: Melhor abertura de um disco? Talvez perca pro outro disco deles... Riff matador, canção fodástica sobre andar na rua onde os rostos brilham. Puro e verdadeiro rock.

2 - Loose: Pegue um disco de música bonitinha... hehehe. Letra sobre ser um largadão, riff hipnótico, bateria quadrada. Imagine Iggy pop numa sunga prateada coberto de glitter dançando nessa música!

3 - TV Eye: LOOOOOOOOOORD! O que dizer do ápice do minimalismo rock? Pouca letra, pouco riff e o conjunto funciona com pouco, muito pouco. E a música não vai sair da sua cabeça nunca. Serve pra todos os momentos (tv com a namorada, passeando com o cachorro, indo trabalhar, andando de carro, etc)

4 - Dirt: O hino do "Foda-se, eu sou uma merda e não ligo pra você". Você se aceita como é? Bom, Iggy estava sujo e não tava nem ai (e olha que isso não era pouco), então porque você liga? Música de sarjeta nota 10 pra todos os momentos.

5 - 1970: I feel alright! Um soco no cérebro num sábado a noite. Minha favorita depois de TV Eye. O sax no final da música é simplesmente perfeito (notem que nas próximas músicas o sax aparece bastante enquanto nas anteriores ele não aparece).

6 - Fun House: Um chamado da Fun House a todos os heartbreakers. Não sei como descrever essa música! É um jazz abluesado, com o sax penetrando nos timbres por estar num volume mais alto que o resto, iggy pop gemendo e a banda delirando. Uma trepada musical de 7 minutos. Não há o que dizer.

7 - LA Blues: Velvet underground introduziu ao mundo a microfonia (JAMC agradecem até hoje), mas puro lixo inaudivel foi introduzido por essa música e isso antes de Lou Reed se enveredar com o Metal Machine Music (já resenhado por aqui). Sabe quando uma banda de estádio segura o povo no final da música com um crescendo idiota e com todas aquelas paradinhas imbecis? Imagine isso mas desafinado, sem as paradinhas toscas e durando 4 minutos, berros e urros, guitarra (com wah-wah) e baixo sendo destruidos, bateria jazzistica sem noção e o sax num solo improvisado. Aliás, Improviso é a palavra chave dessa música. Se não estiver disposto ao puro som de lixo triturado, termine o disco na Fun House!


E sim, eu acredito que esse seja o penultimo disco de rock da história. O que veio depois é uma mera sombra ideológica do que o rock tinha que ser e ele morreu com os Stooges. É simplesmente tudo o que o rock se propos a ser e que nunca será sequer copiado. É o apice.
Beatles? Não são rock, são arte e eles não faziam nada do que o rock se propunha. Stones? Uns pilantras. Hendrix, Joplin, Morrison? Não me faça rir. Quando se fala de rock sempre se falam desses citados anteriormente, mas os caras mais puros da merda toda foram os Stooges.

E o ultimo disco? Ah, ele se chama Raw Power. Depois dele o resto é mero reflexo distorcido de uma cópia mal feita.

terça-feira, 8 de maio de 2007

Panorama musical brasileiro by eu!

Em épocas tristes onde politicos como Dr. Enéas morre, o samba morre, o pagode morre e o emo não morre, se mata, ainda há na cena brasileira aquela coisa chata e ignorante da baladinha/harcore/emo/hard-rock-farofa-fuleiro + metal sem criatividade.

No mainstream das rádios e myspace/trama virtual e afins vemos a enxurrada de bandas Emo/HC das quais nenhuma traz nada de diferente para a própria cena. Outro dia ouvindo rádio percebi como nada muda desde que os raimundos fizeram o ao vivo MTV (faz tempo isso hein?). Ao escutar uma certa música de uma certa banda (que eu não fiz questão nem de querer saber e mesmo se quisesse eu parei de ouvir rádio antes do locutor falar), notei todos os clichês, as falsidades e letras mediocres. Como todos sabem, não é só na música que isso acontece, em todo lugar há algum babaca pra não fazer seu serviço direito ou fazer "nas coxas". E essa tal banda era de um HC pop que Blink 182 revira em seu tumulo. O fato é que como esse paragrafo, a tal música não acrescentou em nada e mesmo assim ela teve a chance de tocar na rádio.

Mas qual o problema disso, vc me perguntaria? Pra mim nenhum, o pessoal da banda provavelmente lutou pra estar lá, tem público (que sofre de falta de cultura ou de bom gosto, um dos dois) e teve sorte (ou um bom empresário/contatos/pai). Fato é que essas bandas só tem sua chance porque outras não lutam.

Um exemplo de que música não é emprego e não deve ser tratado como manufatura é o Cansei de Ser Sexy. As garotas montaram a banda por montar, pra brincar (o nome veio da Beyonce que disse que tava cansada de ser sexy... hahaha). A coisa foi crescendo e hoje eles são cultuados na Europa e States. Mas me diga, você os viu na MTV hoje? Você os viu fazendo Faustão, Gugu ou mesmo o Pânico? Suas músicas tocam nas rádios ou pelo menos tem algum crédito na cena brasileira?

Pra maioria das perguntas a resposta é não pois ninguém liga. Primeiro porque é em inglês e existe, como sempre existiu, uma briga entre português versus inglês. Segundo porque é um som não-brasileiro, não-emo/hc, não hard-rock/metal e muito menos pop (tudo isso vende no Brasil).

Se você quer montar uma banda, pelo menos tenha a decencia de dizer algo com ela, de não ser uma cópia de alguma coisa e de não se limitar aos clichês impostos pelo seu genero (e quem diz que rótulo é pra remédio é no minimo imbecil, pois não ter gênero não significa originalidade).

Antes de montar uma banda faça três coisas:
1º Leia um livro bom
2º Leia um dicionário
3º Ouça mais música (só ouvir suas bandinhas HC ou emo ou hard rock não vão te ajudar em nada e você será só mais um infestando a cena)

Depois eu vou fazer o meu manual de como montar uma banda boa ;)

quinta-feira, 12 de abril de 2007

It's a Procession.

Após anos de limbo musical do Rock, relegado a apenas mero produto comercial no fim dos anos 90 graças a inumeras bandas que hoje nem me lembro mais, o rock (dizem) deu a volta por cima em 2000. Já estamos em 2007 e não mudou muita coisa de lá pra cá...

Como tudo na vida é um ciclo, o rock também já teve seus altos e baixos antes, com o big-bang-boom do Elvis Presley e que então foi apagada com as bandas dos anos 60 como os Beatles e entrou em decadencia no meio dos anos 70 com as bandas de rock progressivo que estavam pose demais e música de menos. Então acontece o segundo Big Bang com o Punk, que logo vira grife, entram os anos 80 e suas bandas New Wave todas coloridas ou Darks com seus sons obscuros. Chegamos nos anos 90 e temos a volta ao rock sujo do punk com o metal do Black Sabbath com o Grunge e todas suas bandas, que logo também viram moda. Ao mesmo tempo do grunge vêm a tona também o Hard Rock farofa dos Guns'n'Roses, que nos anos 90 entraram em decadencia (e faz uns 15 anos já que esperam o disco deles [deles eu digo o Axl]). Então, limbo. Nada de novo. O máximo que os anos 90 nos deram foi Radiohead e Oasis (o segundo de gosto duvidoso, é mais pose e baladinhas atualmente).

Então nos deparamos com o novo século, bug do milênio e essas coisas. Então eis que surge "a salvação do rock" com os Strokes. Depois deles surgem então várias bandas de Nova Yorke, como Interpol (e outras que provavelmente já voltaram pro limbo). Também surge, nos EUA, o White Stripes, revolucionando muita coisa. Essas eram nossas salvações. E até que salvaram, mas a que custo, já que hoje o mundo é dominado pelos emos e indies. Os mais pedantes são os Indies, os pseudo-intelectuais. Não nego, ouço bandas indies, tais quais Modest Mouse, Clap your Hands Say Yeah, Yeah Yeah Yeahs... CSS... Mas as atitudes perante o rock atualmente não são das melhores. Tanto que a banda com mais atitude revolucionária e herege é o Klaxons e mesmo assim são uns bastardos. New Rave? Ok. E quanto aos emos? Música pra adolescente, assim como o rock foi um dia, todo mundo deveria saber isso. Elvis não foi feito pra pseudo adultos de 23 anos de idade dançarem e sim para garotas de 14 anos gritarem pelo rebolado dele. Beatles era uma banda pra adolescentes também, mas graças a deus eles desistiram disso e pararam de fazer show. Emos são só a versão nova pra adolescentes. Vender sempre foi o forte do rock.

Mas como eu estou desviando demais e estou me tornando um cara chato, vamos falar do que interessa. Eu ultimamente li na Rolling Stone sobre as bandas novas que estão dominando as cenas. Klaxons, Long Blonds, Grizzle Bears, The Decemberists. Mas o que me chamou a atenção foi a atenção especial para a banda The Shins, ganhando a primeira página inteira da reportagem enquanto as outras bandas foram divididas em duas por página. Resolvi ver qual era a dessa banda. Me decepcionei. Encontrei foi só mais uma banda indie na qual não acrescenta muita coisa, talvez pela letra (sim, não li as letras). Mas não é uma banda pela qual me apaixonei, como foi com os Klaxons, outra banda na tal reportagem e que teve uma atenção muito pequena, uma banda que mescla disco com um pouco do punk contestador e com letras tiradas de livros que todo bom pós-punker inglês teria lido lá nos idos de 1977, mas antes de alguém falar alguma coisa é bom deixar claro que os Klaxons não se inspiraram nos anos 80. Pois é, se inspiraram nos anos 90 e 70 provavelmente, o que é o certo.
E já que estamos falando de bandas retros, lembremos do Bloc Party, banda essa liderada por Kele Okereke. Depois do primeiro disco permeado de influencias do pós-punk original, pitadas de glam e letras sobre a vida urbana da Inglaterra, veio o segundo disco, que vazou meses antes do lançamento e que mostra uma direção diferente pros Parties. É certo que há a antiga maldição do segundo disco, mas as que passaram até agora se mantêm fieis. Além do Bloc Party, há também o Futureheads que se manteve bem. Já não posso dizer isso sobre o Kaiser Chiefs (já que ouvi pouco o primeiro disco e nem encostei no segundo, mas ouvi criticas péssimas).

Pra completar nosso giro pela história, vamos falar de New Order. Ontem resolvi ouvir o disco dois do Substance e acabei me recordando do quanto eles eram bons. A transição de Joy pra Order foi gradual, mas eu simplesmente amo as faixas da transição do Movement pro Power Corruption and Lies (Procession, In a Lonely Place, Cries and Whispers [lá chamada de Mesh]). Mas entãou eu ouço as músicas atuais e não vejo mais o mesmo brilho de antes, mesmo com as faixas mais dances do Technique ou Republic.

A verdade é que eu sinto falta das músicas de verdade e são poucas que eu ouço hoje. Não que eu também viva reclamando, mas a cena precisa ser mudada. É o que eu espero.

sábado, 24 de março de 2007

Haircut 100 - Pelican West

Corte de Cabelo Cem!

Só há uma palavra pra descrever esse disco. TROPICAL!
Eu falei que ia escrever sobre um disco que eu não gostei tanto. Mas eu gosto do Pelican West! O Haircut 100 pra quem não sabe é uma banda de New Wave inglesa, bem no estilão funkeado e mais pop. Esse é o primeiro disco deles e eu gosto bastante dele. Mas não inteiro né. Tem seus pontos fortes e seus pontos fracos, dos quais eu logo mais irei comentar.
A banda é aquela tipica banda anos 80. Estranhona, dançavel, divertido. Mas o Haircut tem um plus: Nick Heyward, o vocalista insano. Era ele quem escrevia pérolas como "Porque, Oh, porque, Brigada de Incendio Limão, porque?" e "Eu não consigo tempo, chamando uma vez e chamando de novo no leite filme". Interessante, não?
Mas só que existem certas faixas do disco que eu realmente não me interessei completamente. Como a "Baked Bean" (que tem um swing bem cool) e "Surprise Me Again". Mas pra compensar existe três músicas que você precisa prestar uma certa atenção: "Love Plus One", essa que é o segundo single do disco e jogou o Haircut no mainstream, "Favourite Shirts (Boy Meets Girl)", que foi o primeiro single deles, esse não muito sortudo quando o segundo, e "Lemon Firebrigade", que é minha favorita do disco e que realmente lembra um sambinha inglês. Outra música que eu gosto bastante é "Calling Captain Autumn", essa mais roque em alto mar.

E apesar de ser um disco bem funkeado, com um ritmo legal, ele é pop oitentista. E esse é o pecado, na minha visão, da banda. Uma versão praiana/maritma de Roxy Music, talvez. Falando nisso, o Pelican West tem todo esse ar de praia, mar, barquinhos e essas coisas. E isso é o mais legal, talvez o que me ainda interessa nesse disco. Se em certas músicas o saxofonista não soasse tanto quanto Kenny G eu talvez gostasse mais! Mas mesmo isso não tira a minha indicação, pra você garoto ou garota. Já aviso, é pop estranhão dos anos 80, mas é interessante e eu recomendo pra quem gosta de ouvir coisas diferentes.

segunda-feira, 12 de março de 2007

Captain Beefheart and his Magic Band - Doc At the Radar Station

O Capitão no seu estado mais "pós-punker" possivel
Mas isso não pode ser porque o pós-punk sem ele não existiria!

Falar de Captain Beefheart é algo complexo, assim como sua arte. Nascido nos EUA, mais precisamente na Califórnia, Captain Beefheart (Don Van Vliet pros intimos) é um gênio da música contemporânea. Criou o disco mais bizarro da história da música (Trout Mask Replica [1969]. ouça ele 10 vezes pra começar a achar que compreende...), nunca teve sucesso nem o devido respeito como teve seu amigo Frank Zappa (os dois eram amigos na escola e Frank produziu o Trout Mask Replica) mas é sem dúvida influente no rock feito nos anos 80. Sem aqueles slides, vocais estranhos, tempos bizarros e letras surreais, imagine o pós-punk... nada feito. Desde Pere Ubu, B-52's, Birthday Party até Franz Ferdinand (que cita esse album que eu vou comentar aqui como influencia no segundo disco deles), todo mundo deve a alma musical ao Captain Beefheart e sua Banda Mágica! Don largou a música no disco Ice Cream For a Crow (1982) e foi pintar, seu dom maior. Don Van Vliet compõe como pinta, então imagina só...

Doc At the Radar Station é o meu favorito. Contêm todo lirismo do Captain, as guitarras que parecem estar fora da sincronia, os grunidos/gritos de Don e a bateria tribal fincando o tempo. O disco abre com Hot Head, que dá o tom Beefheartiano do disco. Nas resenhas da época que esse disco foi lançado (1980, pleno auge das bandas inspiradas neles) diziam que era o encontro do Public Image Ltd com Howling Wolf (bluesman, se não me engano inspirou os Rolling Stones [nota mental: parar de escrever sem pesquisar]). Quando eu li isso eu tive que procurar pra ouvir. E não me arrependi. É demais! Mais acessivel, com certeza, que o Trout ou o Lick My Decals Off (1970). Após Hot Head vem Ashtray Heart, ótima música, seguida de A Carrot Is as Close as a Rabbit Gets to a Diamond (lembra nome de música dos Smiths hahaha) que é uma música instrumental maravilhosa, quase um barroco! Run Paint Run é uma viagem do Capitão, já que ele é um pintor (ele largou a música pra pintar no deserto dos EUA, sul da califórnia [onde ele reside] e a capa do disco é uma pintura dele). A minha segunda música favorita desse disco. Segue com Sue Egypt (com direito a flauta/clarinete sei lá), Brickbats (clarinete a la trout e sintetizador perfeito), Dirty Blue Gene (se isso não é pós-punk, não sei mais o que é), Best Batch Yet (puro beefheart), Telephone (o começo me lembra aquelas músiquinhas de comercial americano!), Flavor Bud Living (outra instrumental com a guitarra tocada genialmente) e Sheriff of Hong Kong (quero ver você dançar nessa!). E pra finalizar o disco, a minha favorita: Making Love to a Vampire With a Monkey on My Knee. Ouça num quarto escuro as 2.54 da manhã e você verá um busto do beefheart na parede com um macaco no joelho. Essa é bizarra, mas é minha favorita, é genial. Pense PIL tocando essa música. Seria interessante.
Captain Beefheart é um marco da música. Sabiam que ele é um dos artistas com mais alcance vocal? Ele chega num grave fudido e no agudo consegue quebrar vidro. O cara é foda vai! Mas recomendo a ouvir com a mente aberta, senão fique longe. É muito bizarro, é estranho, mas quando você entende é a melhor coisa do mundo depois dos Beatles no Sgt Peppers. Outro fato curioso sobre a banda é que o clipe de Ice Cream For a Crow foi rejeitado pela MTV por ser considerado muito bizarro. Imaina só! Eu adorei, é bem estranhão, no deserto, mas é super divertido ver Don Van Vliet e seu chapéu caracteristico cantando no meio de cactos e de um trailer (que provavelmente é o dele, não me lembro). Ta ae embaixo pra vocês verem.
Finalizando: Captain Beefheart and his Magic Band não é pra qualquer um. Tenha em mente que você vai invadir território inimigo e vai tomar porrada na cabeça. Mas depois é só "bliss and heaven".
Nota: 5/5.
[PS: To devendo um disco ruim aqui, depois eu posto!]
[Site em inglês pra introdução ao Capitão: http://www.cultcargo.net/modules/AMS/article.php?storyid=203]