quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Minusbaby - Saudade For Beginners


Finalmente. Há alguns meses atrás, quando eu conheci o trabalho do minusbaby, em seu site já dizia que ele lançaria esse disco em breve. E aqui ele está.

Minusbaby é o projeto de Richard Caraballo, um nova yorquino que ama o Brasil. Ele é sem dúvida um caldeirão de influencias: Krautrock, pós-punk, No-wave, MPB, bossa nova, shoegaze, samba... E por conta disso suas músicas são distintas da maioria dos chiptunes.

Com esse disco suas influências brasileiras são bem visiveis, tanto nos nomes como em tentativas de como seria um agogô e cuica versão 8 bits. As faixas foram compostas em São Paulo, quando Richard passou por aqui ano passado, e em Nova York. Os nomes são engraçados e ele me disse que quando toca ao vivo algumas músicas as pessoas não entendem o nome só porque não é inglês.

Comendo pão e passando mal, a abertura do disco, tem uma influência enorme da Tropicália e do samba.
El Camino de Tu casa a la mia casa é a segunda faixa do disco e é ótima por conta da parada que existe no meio da música.
São Roque (Bella/Boa) é uma das minhas músicas favoritas nos últimos tempos. Tem uma batida poderosa, a melodia fica na cabeça por dias...
Minha Caipirinha é Ótima (Very, Very) é mais lenta que o resto do disco, mas quem liga se a caipirinha é ótima?
E a favorita do público, Ela Chegou, é de uma beleza admirável. Quando ouvir tente imaginar um pandeiro e um cavaquinho numa roda num bar com algumas caipirinhas. Perfeito.

Nós brasileiros ainda temos um complexo de inferioridade, todos sabemos. Mas parece que a inovação por aqui se limita a pegar tudo, jogar no copo e bater. Minusbaby não faz isso não. Ele pega, amassa tudo, mistura com gelo e açucar e fica uma beleza.

Download aqui, no 8bitpeoples

E como ele diz: Balança isso que a sua mom te deu!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

GUIA BÁSICO DE CHIP MUSIC

Olá. Espero, com esse artigo, contar algumas verdades e inverdades sobre esse gênero que vem crescendo no mundo e em breve também será algo comum no Brasil: o Chiptunes (Chip music, 8bit, lowtec music, etc). Eu, sinceramente, prefiro o termo chip music por explicar exatamente como é o funcionamento de tal gênero musical, exceto pelo uso de plugins e VSTs para softwares de música digital, como o FLStudio (já que tais programas não criam informações para os chips de música de nenhum hardware).

O grande barato de fazer música com hardwares antigos é exatamente a limitação de tais. O Game Boy, por exemplo, conta apenas com quatro vozes. E por vozes eu digo canais que produzem som. No caso do Game Boy temos duas vozes de Pulso, uma de Ondas (Wave) e outra de Ruído Branco. Já o Commodore64 tem três vozes, mas não tem distinção entre elas, podendo programar qualquer tipo de ruído em todas as faixas (colocar ruído branco em algumas notas, pulso em outras, etc).
Lembrem-se que a limitação é a chave do negócio, pois coisas incríveis surgem dela.

Queria lembrar que faltei com links por aqui, mas tenho certeza que com pouca habilidade no google muitos programas são encontrados.

UM POUCO DE HISTÓRIA:

Lá nos anos 80, quando a maioria de vocês (inclusive eu) ainda era criança ou nem havia sido planejada, surgiam programadores de videogames que criavam os chamados demos, o qual eram basicamente um videoclipe para videogames/computadores. Como exemplo, sabe aqueles programas chamados cracks? Então, geralmente os que tocam uma música são influenciados por esses caras que faziam esse tipo de coisa a muitos e muitos anos atrás.
De demo criou-se a demoscene, que é basicamente uma cena nórdica, pois muitos programadores são daquela parte especifica da Europa.
Conforme os anos se passaram os videogames se tornaram obsoletos e as crianças foram crescendo. Nesse terreno fértil de memórias os mesmos programadores foram criando programas para fazer música chamados trackers, que é praticamente a única de se fazer música para videogames.
Algo que não devemos confundir é trilha sonora com chip music. Uma coisa é diferente da outra pois chip music não vem acompanhada de um jogo. Prosseguindo...
Desde o final dos anos 80 vem se fazendo música a partir dos videogames, então, como tudo no mundo, entre o final dos anos 90 e começo de 2000, com o surgimento do Nanoloop e Little Sound Dj, os dois programas básicos para se fazer música com o Game Boy, houve um crescente aumento de pessoas interessadas nesse tipo de música.
Mas, como nós já sabemos (ou deveríamos saber), com a criação do 8bitpeoples (uma das mais famosas netlabels de chip music, e sim, eu explicarei o que é netlabel mais pra frente) e artistas como Nullsleep (criador do 8bitpeoples), Bit Shifter e Sabrepulse, houve um boom da cena e se infestou de posers! Oh meu Deus!
Mas nada pra se preocupar. Vamos ao que interessa!

TA, MAS COMO EU FAÇO MÚSICA?

Antes de qualquer coisa quero salientar que, apesar de importante, o Game Boy não é a única maneira de se criar chip music. Nunca foi a principal exceto nos tempos atuais. Podemos usar também o Commodore 64, Ataris dos mais diversos, Amiga, Mega Drive, NES, Master System / Game Gear, até aquele 346 que sua mãe, vó ou mesmo tio pentelho tem empoeirado em algum canto da casa. Explicarei nessa retranca os meios de se criar música em diversos videogames de modo breve.

Existe o método fácil que é baixar plugins para programas como Ableton Live e FLStudio. Dependendo do seu nível de composição e criatividade esse fator não importa. Mas esse é o método mais fácil.
O método difícil é aprender a usar os infames tracker, os quais explicarei na próxima retranca. Existem trackers para muitos hardwares. Existe uma lista na wikipédia com alguns programas.

O mais difundido meio de criação de música hoje é o Game boy. Porque? Por ser um portátil barato e fácil de encontrar. Pelo menos na gringa, claro. No Brasil não é tão difícil, mas todos sabemos o quanto a Sega dominava o país com os produtos lançados pela TecToy e por isso a Nintendo não vendia tanto, exceto após o Nintendo64. E outro fator marcante é o fato de ter diversos programas nativos ao hardware, como os já citados Little Sound Dj (LSDJ) e o Nanoloop. Esses dois são, sem dúvida algum, os softwares de musica mais utilizados na chip music e os mais fáceis.
Mas calma! Para compor no Game Boy você precisa saber algumas coisas:
Você pode baixar a versão demo do LSDJ no site oficial deles e usar no emulador de escolha pra ver o que. Eu prefiro o BGB pois tem uma fidelidade razoável do som, mas como estamos na fase demo ainda o NO$GMB tem um som mais fiel. O Nanoloop também oferece o download da versão demo do seu programa no site oficial. Teste os dois, veja qual a dificuldade e etc.
IMPORTANTE: Por favor, por mais que nós brasileiros não gostemos de gastar dinheiro com softwares, não “roube” o LSDJ.
E porque eu digo somente LSDJ? Porque o Nanoloop não existe em formato rom. Ele salva somente quando em cartucho por inteligentes métodos de gravação. Enfim... Dedicarei outro capitulo somente para o gameboy.

Caso você ache Game Boy coisa de boiola, sugiro que você aprenda bastante sobre trackers, pois eles, como já dito, são a base para chip music.

COMO ASSIM TRACKER?

“Tracker (também chamado de Tracker music ou MOD-scene), é um termo genérico, atribuído a uma classe de softwares, que criam sons digitais através de um sistema organizado de notas, separadas por diversos canais de áudio.
A palavra "Tracker" pode definir tanto estes softwares, quanto os seus canais de áudio, e ainda pode ser a definição do estilo musical, por vezes bastante característico, feito por estes programas. Já "MOD" é um nome que é dado devido a um dos formatos de módulo utilizados pelos programas.
A interface dos primeiros programas trackers é primariamente numérica; as notas são concebidas através de teclas alfa-numéricas no teclado do computador, sendo que os parâmetros adicionais e os efeitos são adicionados por hexadecimais. Os programas mais avançados também permitem criações baseadas apenas em interfaces mais simples e aceitam a entrada de um teclado musical.”
- Wikipédia
Na prática significa um programa aonde você coloca notas musicas em faixar, geralmente na vertical, e cria “instrumentos” (que são as especificações para o hardware reproduzir o som) para que a música toque. Existem vários tracker para todos os tipos de hardware. LSDJ, por exemplo, é um tracker. Caso você tenha apenas seu computador, comece com trackers baseados no Windows, como o caso do Goattracker (feito para emular o som do Commodore64, ou C64), MOD2PSG2 (Master System), TFM Maker (Mega drive), Famitracker (NES), Milkytracker e Modplug Tracker (os dois baseados em samples).

Recomendo o MOD2PSG2 e o Famitracker.
DICA: Crie instrumentos no FamiTracker ou não irá ouvir nada!

GAME BOY É INSTRUMENTO TAMBÉM

Sim! Apesar de não explicar nesse artigo como fazer uma música no Game Boy, explicarei algumas coisas necessárias e importantes. De maneira alguma você deve levar isso como verdade absoluta, pois não é.
Existem vários programas nativos do Game Boy para a criação de música utilizando o chip do ‘tijolinho’. Como já apontado previamente, temos o Nanoloop e o LSDJ. Vamos às diferenças!

LITTLE SOUND DJ (LSDJ): É o mais famoso tracker atualmente. Ele é simples, poderoso, tem uma interface intuitiva, mas tem o ponto negativo de ser um tracker, o que pode assustar alguns iniciantes. O modo de instrumentos é simples, mas hexadecimal (vai de 0 a F). A vantagem é a grande variedade de sons que você pode fazer. É um pouco complicado de usar das primeiras vezes, mas em alguns meses já dá pra começar a brincar pra valer. E não diga que meses é muito tempo. Você não aprendeu a tocar violão bem em uma semana sozinho.

NANOLOOP: Possui uma interface totalmente gráfica, aonde tudo o que você vê são quadradinhos, bolinhas e outras imagens bonitinhas. Não tão poderoso (no que diz respeito a variedade de possibilidades) mas com o mesmo potencial musical. Como o nome diz, ele é focado em loops. Eu usei apenas a versão demo, mas é um programa interessante. Também é um pouco complicado no começo, pois não tem texto explicativo, mas também dá pra aprender em pouco tempo. É bom explicar que existem duas versões desse software. A 1.x é pro Game Boy clássico, a 2.x é pro GB Advance.

A diferença entre eles é apenas na visual. Depende do seu gosto pessoal. Há uma pequena rixa entre usuários de LSDJ e Nanoloopers, mas na verdade não há um programa melhor. Os dois são bons. Depende só de você.

Enfim... após conhecer os programas, brincar com as versões demos você escolhe um dos dois. Ou os dois, não sei. O problema para nos, brasileiros, é o alto custo de importação de tais produtos. O Nanoloop custa em média 58 euros mas não dá trabalho nenhum além de só criar músicas e gravar depois.

Já com o LSDJ a coisa é diferente...
Existem fitas prontas com o LSDJ, mas o modo atual consiste em primeiro comprar a licença no site oficial [www.littlesounddj.com] (custa só US$2,00! Não é muito e vale a pena). Depois você precisa comprar um cartucho regravavel. De uma empresa coreana você consegue comprar por US$25,00, mas tem que pedir por email. Existem outros lugares (lojas virtuais de pessoas do meio musical) que vendem a fita já gravada. Mas tem um problema imenso quanto a gravação dos *.sav. A bateria que permite a gravação pode acabar e você perde todas as suas músicas. Calma, calma! Não se assuste! Nas mesmas lojas você consegue comprar o famoso Transfer II por mais ou menos US$. Seu problema será só encontrar um computador com porta paralela de entrada (sabe aquela entrada no seu PC pra impressora antiga? Então...).
Mas eu, pessoalmente, prefiro esperar pelo lançamento do cartucho USB. Ele consiste nas mesmas duas partes do outro (um transferidor e a fita regravavel), mas sua vantagem será a entrada USB. Ou seja, vc conecta o cartucho no transferidor e funcionará como um pen drive, eliminando erros. (Talvez eu tenha entendido isso errado, mas acredito que seja assim o funcionamento).
Ou, caso você não tenha dinheiro ainda, faça como eu e use emulador. É tosco, eu sei, mas o que importa é a música.


CHIP MUSIC E O INGLÊS

Outra coisa muito importante é aprender a falar inglês. Eu sei que soa muito idiota, mas tem muito material em inglês que facilita bastante. Eu falo inglês, mas não conseguiria traduzir tudo para o português. Nem seria esse o objetivo. Há muita coisa rolando por aí e um local de bastante destaque é o 8bitcollective (não confundir com 8bitpeoples). O 8bc é um fórum destinado a, como o nome já diz, coisas 8-bit. Ele deixa você subir músicas para o servidor, mas CUIDADO! Só coloque coisas lá caso seja chip music. Vá no site, ouça as músicas, conheça artistas (recomendo o Random). A comunidade é aberta a todos, desde que de maneira respeitosa como tudo na vida.
E por favor, esqueçam o Sabrepulse. Ele nem é tão bom assim.

Espero que essa introdução tenha sido satisfatória pra vocês, novatos. O próximo passo é a criação de um tutorial em português para o LSDJ. Aguradem!

sábado, 11 de outubro de 2008

100ª postagem!

Desculpem a falta de atualização no blog. Estive ocupado esses dias!

Enfim, hoje, dia 11 de Outubro, é meu aniversário.

:)

Ainda estou com falta de tempo, mas atualizarei com uma resenha assim que tiver tempo de escrever!

E vou contar também sobre netlabels!

Abraços pra todos e volto logo!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Mussum forévis

Eu, pra ser sincero, só me recordo dos Trapalhões quando já passavam as reprises, só com Dedé e Didi ainda vivos. Também lembro o quanto era engraçado.

Esses dias, um amigo meu me mostrou alguns vídeos no Youtube do Mussum. É ótimo ver esses vídeos! Com certeza eles fazem muita falta na TV hoje. Didi e Dedé nunca mais serão os mesmos sem Mussum e Zacarias, todo mundo sabe.

Gostaria mesmo é de rever os Trapalhões na TV. Como não posso, deixo alguns vídeos pra vocês!


"Traz duas ampolas de diuréticus!" - Mussum armando uma pindureta!


"DEUS É TISTIMUNHA!" - Mussum tomando Leite!


"ME VÊ UM MÉ E UMA SARXIXA!" "Salsicha não tem!" - Mussum e a Salsicha misteriosa!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Spore

Eu sempre gostei do jogo The Sims, aquele onde você perde muito tempo brincando de Deus, controlando pessoas e muitos afazeres do cotidiano.

Pois bem... A Maxis, empresa que produziu a série, agora lança um jogo totalmente revolucionário. Spore é um jogo aonde você É Deus. Você começa como uma espécie nova, naquela tal poça primordial aonde todos fomos criados e evolui durante as eras. Você cria seu personagem de acordo com o que você escolheu (herbívoro, carnívoro) e então vai adquirindo novos genes e etc. Conforme você evolue, mais opções são abertas.

De ameba você se torna um ser complexo e vai se tornando inteligente. Essa é uma das (várias) partes divertidas do jogo, aonde você controla a criaturinha que você criou e tem que ou fazer amizade ou destruir outros seres pra adquirir novos itens. Pois bem... Feito isso vem uma parte chata, que é a de tribal, na qual sua espécie é inteligente o suficiente pra se agrupar. Você tem que dominar o mundo, mas ainda existem espécies tão inteligentes como você.

Já civilizado você precisa conquistar o planeta. Sua raça está ainda segregada e cabe a você ou destruí-la ou fazer com que se aliem a você. Após a dominação, o planeta é seu e você está pronto pra parte mais divertida do jogo, que é a exploração universal!

O ponto alto do jogo é o seu editor, no qual você cria a espécie, seus veículos e sua nave espacial, cidades, roupas, etc. Já como espécie evoluída e viajante universal, você pode colonizar e modificar planetas, abduzir seres e coloca-los em outro planeta e muito mais.

Se não levarmos em conta que a parte tribal e de colonização é muito chata e repetitiva, o jogo poderia ser considerado excelente. É ótimo, dá pra perder muito tempo jogando-o e não deixa você ficar entediado, pois os comandos, apesar de um pouco confusos no começo, são facilmente assimilados após alguns minutos de jogo.

Eu recomendo. Tente e você não vai se arrepender!
Esse é o Spore e você será assimilado!

sábado, 13 de setembro de 2008

Watchmen

Não, nunca li Watchmen.

Os meus gibis favoritos são Maus e Sandman. Não conheço a história de Watchmen, mas o trailer me fez querer ver o filme. A maioria das adaptações deixam muito a desejar por conta de inúmeros fatores (como atores, roteiristas, se é um filme hollywoodiano, diretor, produtor...). Adaptações são difíceis. A mais fiel foi a do filme "300" (que por acaso é do mesmo diretor de Watchmen) mas ainda assim muitos criticaram. Não dá pra agradar a gregos e espartanos (piada ruim, eu sei). Homem-Aranha foi razoavelmente bem; X-Men, na minha opinião, foi um fracasso; Hulk sofreu com o seu primeiro filme e espero que a nova versão seja melhor (por conta do ótimo Edward Norton como o grandalhão verde).

E eu quase esqueci de "Sin City", outra ótima adaptação dos quadrinhos de Frank Miller, mas nesse caso a crítica é por ser idêntico aos quadrinhos. Depende só do que você gosta mais.

Assistam o trailer e aqueles que já tiverem lido os quadrinho me digam se está fiel ou se será apenas mais uma adaptação genérica de quadrinhos para o cinema.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Siamese Dream - The Smashing Pumpkins

Muitos consideram Melon Collin and the Infinite Sadness como o melhor disco dos Pumpkins e muitos deixam de lado esse belo trabalho. Por ser o segundo disco de Billy Corgan e cia, talvez a pressão fosse enorme pois todo mundo conhece a lenda da maldição do segundo disco.

Pois, como nós sabemos, eles se saíram muito bem. Foi com esse disco que os Pumpkins conseguiram sua fama, principalmente por conta da faixa "Today", que sem dúvida é uma das melhores faixas que eu já ouvi. Só Billy Corgan consegue fazer uma música tão boa e suja (não vamos comparar com Nirvana e todos do Grunge, nesse caso é diferente). Vamos levar em conta que o produtor desse disco é "só" Butch Vig, que também produziu o primeiro da banda (o álbum chamado "Gish").

Além de Today, o disco conta com outras ótimas faixas, como Cherub Rock, que abre o disco em grande estilo; Hummer, que ainda contém a influência "psicodélica budista" do primeiro disco; Geek U.S.A, uma prévia do que os pumpkins ainda iam fazer; Silverfuck, um épico de 8 minutos no hard rock psicodélico da banda; e Disarm, a balada mais linda dos Pumpkins.

O clipe de Today é psicodélico, com todo aquele visual lisérgico e coloco aqui para vocês conferirem:

terça-feira, 9 de setembro de 2008

II (Pause) - Heartcode

Um dos discos mais legais que eu ouvi nos últimos meses.

A Pause é uma netlabel (ou gravadora virtual, sei lá como chamar) de chipmusic com a proposta de abranger aqueles artistas que não se enquadram no estilo pop de compor usando sons de videogames antigos. Esse disco é um resumo dos artistas da gravadora e sem dúvida uma obra prima. Ele é experimental, tem sons épicos e samplers ótimos.

O disco começa com a faixa The Menu For Today do Temp Sound Solutions, que é uma faixa com um lead ótimo e meio quebrado. No meio da música ela muda de tempo e de tom. A faixa é bem calma e relaxante.

Em seguida vem Alex Mauer com Ikea Shopper Credits, que é muito fácil reconhecer como sendo dele por conta do seu som distinto lembrando muito as melhores música da Sega.

Ensis, do Disasterpeace é uma das minhas músicas favorita de chipmusic. Ela tem uma bateria ótima, riffs muito bem construídos e melodias sensacionais. Todas as faixas desse disco são muito bem produzidas e mixadas, acredito que todos tem um conhecimento grande em teoria musical porque você nota a diferença na construção das melodias.

Stalactite, do Animal Style parece ter sido composta no Famitracker e a melodia principal é muito legal, sempre deslizando. Os arpeggios ao fundo ficam ótimos e as vezes um som de bongo aparece no meio da música. O mais legal é o baixo.

Tudo bem, estamos agora entrando na faixa Crystal Waves do Phlogiston e é realmente uma viagem. Sabe no jogo quando o pessoal no barco sai do porto e então aparece um cg bem legal? Essa é a música que deveria tocar. Se consegue até visualizar os pássaros e o céu azul.

Outra música do Alex Mauer, dessa vez chama Monstrox. E eu tenho certeza que foi escrita no Mod2PSG2. O canal de ruído é característico do Master System. Faixa ótima.

Shnabubula vem com Get Pumped, que apesar de começar fraca ela fica cada vez melhor. A bateria fica ótima e lembra muito alguma fase de luta de qualquer jogo, ou melhor, um CG de abertura de... digamos... Wild Arms? Dá pra dançar muito fácil com essa faixa.

Rubles From Heaven do Xoc me lembra muito hip-hop dos anos 80, não sei porque. Ah, é boa também, não sei como explicar essa música. Streets of Rage, talvez?

E então, quase no fim, você acha que não ficaria melhor. E então começa uma voz e depois um riff hipnótico de fazer abrir um bate-cabeça no meio da pista de dança. Four Lights do Norrin Radd, é a minha faixa favorita desse disco. É um chiptune progressivo. É absurdamente complexo, tem muitas mudanças de tom e de tempo, melodias que poderiam ter saído de um disco de prog rock sem dúvida. São 6 minutos de puro bate-cabeça. E a única coisa que eu critico nessa música é que o final poderia ser mais longo, aquela melodia no final me arrepia de tão boa. Aliás, os últimos dois minutos e meio são épicos.

E, pra fechar, Heart Pitches, outra do Temp Sound Solutions. Essa é muito bem construída. No começo você vai achar estranho porque a bateria é somente samplers de jogos de luta e efeitos de pancada. No final tem uma melodia ótima com um som tão legal. Lembra um theremin.

E aí você lê e fala: nossa, legal! Onde eu acho?

VOCÊ BAIXA ESSE DISCO AQUI E DE GRAÇA! Clique em Free Download, embaixo da capa.

Se não pôde ter contato com a chipmusic ainda, não há maneira melhor de descobrir do que essa, acredite. Não deixe de conferir os outros discos do catálogo da Pause porque vale muito a pena (comece com Alex Mauer, claro).

sábado, 6 de setembro de 2008

We need to funk!

Apesar da minha total falta de conhecimento em funk (não o carioca, por favor pessoal) não há como negar que essa música que me deparei no youtube seja maravilhosa. Eu sei que George Clinton, um dos mentores do Parliament-Funkadelic, é um cara do qual a música preciso conhecer. Provavelmente em algumas semanas eu apareça com um review de algum disco dele por aqui.

Pra ser sincero, eu só ouvi essa música do clipe aí embaixo. Mas me lembrou bastante a época Young Americans de David Bowie.

Enquanto não ouço mais pra poder ter uma opinião real sobre George Clinton e suas bandas, fique com o vídeo no youtube:


FUNK IT UP!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Funky beats


Hoje tirei um tempo pra ouvir algumas coisas que estavam na minha lista de espera.

Peguei o disco da Banda Black Rio chamado Maria Fumaça. Funk ótimo, apesar que muitos não vão gostar por as vezes conter um leve gosto de samba no fundo (mas isso não é problema algum, galera!). Tem ótimas levadas de baixo, tem uma mistura muito divertida de funk e soul com jazz e samba. Não se preocupem, rockers de plantão. Esse disco instrumental deve ser ouvido por vocês sem preocupação pois ninguém vai achar que você está ouvindo um sambão e assim ser caçoado por seus amigos.

Outro disco bom que ouvi hoje foi o Album do Mantronix, banda de electro dos anos 80. Batidas ótimas da minha bateria eletrônica favorita (a TR-808) e bons vocais. Já fazia algum tempo que eu tentava baixar esse disco e finalmente consegui. Eu sei que baixar coisas na internet é feio, mas como eu conseguiria ouvir esse disco? Duvido que tenha sido lançado no Brasil.

Enfim, essas são as dicas de hoje. Espero voltar amanhã com um review!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Titãs - Cabeça Dinossauro

E vocês se perguntam: poxa, mas titãs não é pós-punk, é rock fulero, bla bla bla?

E eu respondo cabeça dinossauro, espírito de porco!

O final do ano de 1985 foi conturbado para dois integrantes dos Titãs: Arnaldo Antunes e Toni Bellotto. Os dois foram presos por terem sido encontrados com heroína. Arnaldo foi considerado traficante e Bellotto como consumidor. Os dois foram liberados por serem réis primarios, mas Antunes ficou alguns dias preso. A banda não estava vendo muito, os dois discos anteriores (Televisão e Titãs) foram um relativo fracasso e a banda procurava por sua identidade no meio do turbilhão de bandas que apareciam no Brasil naqueles anos. Tudo isso foi transportado para o clima do álbum.

Então em 1986, no estúdio Nas Nuvens, famoso por ter sido palco de gravações de tantos outros bons disco, os Titãs dão o primeiro passo para a gravação do seu melhor disco.

Com ataques diretos e ferrenhos aos pilares institucionais de nosso país e letras incríveis, nas quais a maioria foi escrita por Arnaldo Antunes, se despontando como o letrista mais importante da banda. 8 das 13 faixas são assinadas por Arnaldo.

A capa já é um convite à fúria contida no disco. A obra é de Leonardo DaVinci e se chama "Expressão de um Homem Urrando". Na contra capa do vinil também está outra obra de DaVinci chamada "Cabeça Grotesca".

O disco já abre com uma música adaptada de um cerimonial dos índios do Xingu para afugentar os maus espíritos. A faixa título é totalmente tribal e o clipe é muito engraçado, gravado em 8mm de maneira independente. Dizem que a letra nasceu no ônibus, na qual alguém (não sei quem) começou com cabeça dinossauro, outro falou pança de mamute e terminou com espírito de porco.

Em seguida mais urros com AA UU, letra sobre rotina e loucura (Eu como, eu durmo, eu durmo, eu como / Está na hora de acordar, está na hora de deitar).

Igreja é um tapa na cara dessa instituição e acredito que Nando Reis não cante mais essa música atualmente. Ele vai cantando de tudo o que não gosta (Não gosto de padre / Não gosto de madre / Não gosto de Frei) e afirma, ao final, "não tenho religião".

Polícia é o retrato da indignação de Toni Bellotto. Com letras questionando a autoridade e a proteção que é dever da instituição, a faixa já foi regravada pelo Sepultura e muitas outras bandas punks de garagem por aí.

Estado Violência mostra o lado letrista de Charles Gavin, o que é muito legal. A letra é ótima, a música é ótima. "Estado violência, deixem-me em paz!"

A Face do Destruidor é uma pequena faixa constituída de um poema, acredito eu, concreto. É uma porrada na orelha que se iguala a sujeira do Ratos de Porão, na minha opinião. Pra quem diz que Titãs só toca música meia boca, essa música é a prova de que todos tocavam bem.

E falando em Porrada, essa faixa é pura brincadeira e ironia. "Porrada / Nos caras que não fazem nada". E essa música é tão boa só pelo fato das brincadeiras como "Parabéns para as meninas da torcida adversária" e "A todas as senhoras muita consideração".

Mas, depois de tanto levar pancada você fica cansado. Tô Cansado é um ode ao perdedor, àquele que desistiu das coisas porque elas nunca vão pra frente. É o ode àquelas pessoas que ficam indignadas depois de tanto apanharem de coisas tão bestas da vida. E a brincadeira com as palavras é sensacional, vide "Tô cansado de me cansar / Tô cansado de descansar".

Final do Lado A, começo do Lado B. Bichos Escrotos tinha a radiodifusão e execução pública proibidas pela censura, o que não impediu dessa música se tornar muito famosa apenas pelos belos versos "Oncinha pintada / zebrinha listrada / coelhinho peludo: / Vão se foder! / Porque aqui na face da Terra / só bicho escroto é o que vai ter!".

Família é uma das faixas que eu menos gosto de ouvir desse disco e mesmo assim ela é ótima. Apesar de não ter sido escrita por Nando Reis, ele traduz perfeitamente o clima da faixa, um reggae estranho. Atacando outro pilar institucional, Família narra estórias que poderiam acontecer no cotidiano.

Em seguida vem Homem Primata, outra faixa muito executada nas rádios e um dos hits absolutos dos Titãs. A primeira estrofe está dentro de todas as mentes no país: "Desde os primórdios / Até hoje em dia / O homem ainda faz / O que o macaco fazia". Nem preciso falar mais.

Dívidas talvez seja o ponto cego do disco. Não é uma faixa memorável (eu estou ouvindo o disco e só vou lembrar dela assim que chegar na faixa). A faixa é um reggae também, como Família, mas um pouco mais pobre de história. A letra retrata a época em que foi composta, aonde o dinheiro desvalorizava muito rapidamente (apesar de que esse disco vendeu bastante por conta de uma súbita valorização do cruzado, cruzeiro, não me lembro).

O Que é a faixa mais emblemática desse disco. Reza a lenda que a gravação dessa faixa durou 12 horas. A letra poética de Arnaldo é sensacional e é um trava língua certeiro. É a minha favorita do disco, isso porque usa bateria eletrônica, tem um baixo espetacular de Nando Reis e guitarras ótimas no maior estilo New Wave, além das eventuais percursões no meio da música.

Não tenho noção de quantas pessoas ainda não ouviram esse disco maravilhoso do rock brasileiro. Se você é uma dessas, apesar de você já ter ouvido algumas dessas músicas com certeza, vá e compre, baixe, tanto faz!

O que não é o que não pode ser que o não pode ser o que não é o que não pode ser que não é.

Clipe do Cabeça Dinossauro:

2 anos de blog

Apesar de ter sido no dia 26/06, vou comemorar agora.

Eu tinha me esquecido completamente do dia que eu comecei a trabalhar esse blog. Não é dos melhores, nem dos mais atualizados, mas pretendo deixar ele em forma.

Prometo que vou postar mais vezes por semana aqui.

Hoje mesmo volto mais tarde com uma resenha nova. Já volto!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Ecos Fantasmas #3

Dessa vez mais curto, mas ainda assim só com coisa fina!
É um programa especial só com bandas brasileiras, outros desses virão futuramente.

DOWNLOAD AQUI!

00:00 - Akira S & as Garotas que Erraram - Swing Basses Series 2
01:36 - Lobão e Os Ronaldos - Teoria da Relatividade
04:15 - Fellini - Teu Inglês
07:50 - Capital Inicial - Leve Desespero
11:41 - Plebe Rude - Minha Renda
14:17 - As Mercenárias - Pânico
16:32 - Varsóvia - Noites
20:00 - Harry - Genebra
23:18 - Fuligem Sépia - A Balada da viuva Branca
27:52 - Drama Beat - Platonic

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

We touch the skies...

Faz algum tempo que não resenho nenhum disco. Não tive "tempo" (vontade) de faze-lo. Estou mais preocupado com o podcast, que entre amanhã e quinta estará no ar com mais uma edição.

Eu poderia ficar colocando um monte de link pras bandas amigas (Silent Party, Fuligem Sépia e Drama Beat), mas ah... vou colocar o link da minha.

Ainda procuro um sentido em fazer música. Ainda procuro um sentido em ser jornalista.

É só uma Crise de Personalidade.

Isso passa.

Agora uma foto legal dos anos 80, a época em que (pelo menos ao que parece) as bandas tinham lugar pra tocar e eram, até certo ponto, respeitadas. Além de criativas, claro. (Aonde mais surgiria uma banda New Wave brega com 8 integrantes?)

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Ecos Fantasmas #2

Isso mesmo! Já está no ar o novo episódio do Ecos Fantasmas. Ainda estou experimentando como se apresenta um programa de rádio e por isso ainda está bem meia boca. Mas as músicas são boas!

BAIXE AQUI O SEGUNDO PROGRAMA

00:03 - Hiroshima - Information Society
04:44 - Atari Baby - Sigue Sigue Sputnik
10:06 - Dish It Out - James Chance & the Contortions
13:23 - Cry - The Birthday Party
16:08 - I Broke Up (SJ) - Xiu Xiu
19:25 - Saídas Ocultas - Fuligem Sépia
22:44 - Tão Perto - Cabine C
26:20 - Less Than Human - Chameleons UK
30:16 - I Call You - Silent Party
35:24 - Ensis - Disasterpeace
41:59 - Howling - Sparkyboy
46:46 - Bit Shifter - Antenna

Os Links?
Fuligem Sépia
The Silent Party
Selo II (Pause)
Spurs of a Dead Ranger - Sparkyboy (página de download)

Bom divertimento!

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Podcast novo saindo amanhã

Acabei de gravar o podcast mas só subirei ele pra net amanhã a tarde.

Espero que gostem!

Volto amanhã com o podcast pronto.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Desculpem a demora

Tive um mês agitado de férias. O numero de downloads do podcast é tão baixo que dá até tristeza, mas isso vai mudar.

Vou postar mais durante esse segundo semestre e vou começar a produzir mais programas. Talvez até passe na rádio K-Teco!

Nós queremos mais chiptunes, nós queremos mais pós-punk!

Saiu uma compilação de chiptunes de verão (já que é verão lá no hemisfério norte) e eu estou nela! Eu sou o Subway Sonicbeat, a ultima música no disco 1:





Download do "Sun Fun on Planet Earth

E por enquanto é só. Aguardo ainda o lançamento do disco "Saudade for begginers" do Minusbaby.

Abraço a todos, volto o mais cedo possivel para mais!

segunda-feira, 30 de junho de 2008

This is the chipscene!

Bit Shifter no Blip Festival de 2007. Queria muito ir no desse ano, mas vou acabar deixando para o ano que vem, provavelmente.


Bit Shifter // Blip Festival 2007: The Videos from 2 Player Productions on Vimeo.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

1º podcast deste blog!

Isso mesmo, minha primeira tentativa de um podcast, espero que vc gostem. Misturei bastante coisa, de chiptunes a shoegaze.



BAIXE O PODCAST AQUI!!!!




A lista das músicas é essa:

00:45 - Nullsleep - Streetlight Symphony
03:38 - Young Marble Giants - Salad Days
05:36 - Alex Mauer - The Monk
08:05 - Fellini - Chico Buarque Song
12:23 - Gary Numan - Me! I disconect from you
15:40 - Minusbaby - São Roque (Bella/Boa)
21:17 - My Bloody Valentine - Sometimes
26:23 - Indigo Amber - I Can't Get no Sleep
32:32 - David Bowie - Blackout
36:14 - Joy division - Something Must Break
39:21 - New Order - Perfect Kiss

Os Links?
8bitpeoples
Alex Mauer
Indigo Amber
Gary Numan

OBS: Sem perceber, eu deixei o som da música do Indigo Amber um pouco alta. Então depois do My Bloddy Valentine, recomendo dar uma abaixada no som e depois aumentar de novo.

domingo, 1 de junho de 2008

Semana de provas +8-bit

Muitas, mas muitas provas essa semana.

Muitas coisas, muitas músicas.
Ouvindo muitos 8-bit e participando ativamente da comunidade 8-bit (www.8bitcollective.org)

Ouçam Nullsleep e Bit Shifter.

Axis Reverb está pra acabar e se tornar Subway Sonicbeat!
Só preciso comprar a fita!!!!!!

Volto em breve pra resenhar alguma coisa, desculpem a ausencia!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Daniel Johnston, How Are You?



Você pode não concordar que ele seja um gênio e nem que ele cante bem, mas dizer que sua música não é poderosa e sincera, isso é uma mentira.

Aos 47, dono de uma invejável lista de fãs (desde Kurt Cobain até David Bowie e outra lendas do indie/rock), Daniel anda meio perdido. Mas ele continua aí, apesar de sua diabete e bipolaridade, fazendo apresentações. Continua vivo, mantendo a energia viva.

É piegas falar sobre Daniel por conta de sua aparência, que não há como negar a fragilidade que ele demonstra nas gravações. É díficil descrever o que sinto ao ouvir uma música dele. É díficil até escrever sobre ele.

Dentro de suas músicas está, psicodelicamente, o mundo. A melodia mais "tribal", que vem lá do gene mais antigo, herança dos homens das cavernas, está presente em seus discos. Existe também a dualidade em suas músicas. Expressar dor através de uma melodia tão suave é algo tão impossivel que Daniel faz, sem querer, com esforço algum.

Ele pode ser considerado um lunático. Mas quem não gostaria de poder, pelo menos um dia, sentar numa poça de lama e brincar sem preocupações. Ter sempre um sorriso bobo de criança no rosto. Ter a imaginação que você tinha aos 4 anos. Ele é uma criança que cresceu num corpo de adulto. Talvez eu esteja falando bobagens, mas e daí?

Tenho uma grande admiração por Daniel. Acho que nunca esquecerei da primeira vez que ouvi. Foi num daqueles dias estranhos de nossas vidas. Estava com meu walkman (sim, aquele de fita, vc se lembra?) em frente ao meu colégio. Eu estava no 2º colegial. Devia ser umas 6, 7 horas da noite, as aulas tinham acabado naquele dia e eu estava ouvindo o programa de Kid Vinil na Brasil 2000. De repente ouço aquela voz saindo do pequeno fone de ouvido. Era Speeding Motorcycle. Isso aconteceu em 2004, acredito eu. A música me deixou num estado de catarse. Foi a coisa mais genial que eu já tinha ouvido na vida. Nada superou aquele momento, musicalmente. Foi uma das músicas que mudou minha vida.

Daniel merece mais do que uma simples homenagem. Ele é o maior independente do mundo. Ele merece uma estatua, talvez no meio do Austin, sua cidade natal. Ele merece um feriado nacional. Ou no minimo um estadual. Daniel pode ser um daqueles gênios mal incompreendidos por esse "mundo cruel". Espero que o mundo reconheça seu valor e que dê mais oportunidade para a sinceridade.





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SITE OFICIAL DE DANIEL JOHNSTON (em inglês)


Videos de Daniel Johnston no Youtube:
Walking the Cow - Versão ao vivo
It's Spooky
Trailer do documentário "The Devil and Daniel Johnston"
Speeding Motorcycle (minha música favorita)

domingo, 27 de abril de 2008

Será? + Mutantes



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Ontem aconteceu a Virada Cultural, aqui em São Paulo.

Consegui vir apenas um show, que era o que mais me interessava e que eu poderia ver. O show dos Mutantes foi divertido, apesar da falta de Arnaldo Baptista na banda. E ele faz muita falta.

Mas foi um show interessante de se ver. Descobri que gosto até demais de Bat Macumba e Dune Buggy até que é ótima ao vivo. Já as do segundo disco continuam não me agradando muito (no caso foram tocadas "Dom Quixote" e "Não Vá Se Perder Por Aí", além de "Caminhante Noturno"), apesar de eu ter pulando em alguns momentos.

Mas a maior bola fora do show foi a música nova. A única coisa boa nela foi a parte dissonante, com um daqueles brinquedos que dão risada. Divertido. Acho que durante os solos não harmonicos eu era a única pessoa que estava gostando, pelo menos na minha frente. Não gostei muito do final de Panis Et Circences (o bis), que poderia ter sido muito melhor e mais apocaliptico do que foi (começou devagar e depois de três crescendos parou naquilo e nada de virar um caos). Tirando isso, Sérgio Dias é Sergio Dias. Valeu a pena me embrenhar pela São João atrás de um bom lugar no meio da platéia.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Liberdade!


Ontem fui ao bairro da Liberdade. Nunca tinha ido lá antes e fui pra encontrar alguns amigos meus. Jogamos sinuca, jogamos conversa fora.

Mas o que me chamou a atenção foi a arquitetura do lugar. Não é tão bonito, nem tão limpo. É um lugar estranho mas achei muito legal. As pessoas não são as melhores pra se conversar, mas ainda assim o lugar tem seu charme.

A coisa mais legal de lá são os lustres, sem duvida!

Posto uma foto deles mais tarde.

Se tivesse tempo, passaria mais tempo pela praça da Liberdade. Marcarei um show lá, aguardem.

Ps: esqueci quem é o autor da foto, mas não é minha.

sábado, 19 de abril de 2008

8~16-bit rlz (I'm the Eggman)

Eu me lembro de passar tardes e tardes jogando meu Megadrive... Incontáveis horas gastas com Sonic 2, Quackshot, até Barney. Por sinal, ainda guardo meu 16-bit e estou querendo comprar um controle pra ele (pois o meu sumiu!).

Mas os tempos são outros. Hoje todo mundo gosta de MP3, os jogos tem trilhas elaboradas e parecidas demais com os filmes. Cadê aquelas músicas chatinhas e que dilaceravam nossos ouvidos? Poxa, se tem uma coisa que eu amava no Sonic eram as músicas. Do primeiro jogo eu lembro quase todas de cor. Aliás, meu jogo favorito de todos os tempos é a série Sonic (desde o 1 até o 3 & Knuckles, inclusive o Pinball e o 3d Blast). Até hoje eu posso passar horas jogando aquele porco espinho azul por cima do Robotinick.

E essa minha paixão pelo Sonic talvez tenha moldado meu gosto musical. As músicas eram tão New Wave! Me influenciaram tanto que acabei por conhecer o 8-bit People (já comentado por esse blog uma vez).

Essa semana foi um marco da evolução musical do Axis Reverb por duas coisas:
Conheci o LSDJ (baixei uma versão demo desse jogo)
Conheci o TFM Music Maker

Por conta disso agora posso compor músicas em 8 e 16 bits. Mas quero evoluir eles. Colocar guitarra em cima, cantar... Vou repaginar as músicas do Axis pra serem compatíveis.

Aposto nesse tipo de som por dois motivos:
1 - É divertido. A nossa geração (pelo menos a minha) foi criada na base dessa geração de videogames como o Megadrive e SNES. A grande batalha Mario vs Sonic que hoje morreu. Eu pelo menos gostaria de voltar a essa época tão legal na qual os jogos eram bobinhos e me divertiam de verdade. Quem nunca passou horas jogando Sonic ou Mario? Metroid ou Zombies Ate My Neighbours? Fazendo esse tipo de som é como se eu pudesse resgatar esses momentos.

2 - É diferente. É uma nova fronteira que está só esperando pra ser aberta.

Só me faltará tempo pra fazer isso. Vamos ver. O meu disco Candy Flower Napalm está implorando pra ser reescrito nesse modo gameboy/megadrive.

Aguardem.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

RIP Heroes.

Só um pequeno post pra celebrar certos heróis meus que hoje são apenas fantasmas.

John Lennon
Ian Curtis
Syd Barret
Tony Wilson
Klaus Dinger.


Descansem em Paz.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Gary Numan


Sempre acreditei que ele era um doido. Já havia ouvido certas histórias de que ele havia comprado uma arma e se trancado em casa, atirando contra a própria tv (mas acredito que devo ter errado de músico). Incrível como uma visita ao Wikipédia mudou minha maneira de ver esse artista que moldou, sem querer, um estilo que foi perpetuado por Trent Reznor. Gary Numan é o pai do Industrial como o conhecemos hoje.

Conhecido apenas pelo seu grande hit "Cars", Numan tem uma discografia bastante extensa para ser considerado um one hit wonder. Cars é seu grande hit, mas não sua única música de sucesso. Ouvi os três primeiros discos dele e noto muito do que o Nine Inch Nails fez e ainda faz um pouco. É um synthpop mais pesado, mais sombrio. Numan era conhecido, nos dois primeiros discos de sua carreira, como Tubeway Army, a banda formada por ele, seu tio Jess Lidyard e Paul Gardiner. Após o disco homônimo (que contém muitas músicas ótimas, como exemplo "Listen to the Sirens") e o aclamado "Replicas" (que é um disco, digamos, cyberpunk), ele lançou "The Pleasure Principle", que contém seu maior hit. A diferença é percebida: No primeiro disco vemos um pós-punk baseado na guitarra e baixo. Já no Pleasure Principle o sintetizador (no caso moog) é mais predominante.

Gostaria de ouvir os outros discos de Numan. São mais de 20 discos em 30 anos de carreira. Pra começar, recomendo apenas os primeiros. Minhas faixas recomendadas são: We Have a Technical, Are 'Friends' Electric?, Listen to the Sirens, We are so Fragile, M.E. (que foi sampleada pelo Basement Jaxx na faixa Where's your Head at?) e Steel and You. Se não, continue só ouvindo Cars! ;)

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Roland CR 78


Finalmente estou aprendendo a usar o FL Studio.
Nele tem os templates de baterias eletrônicas (Drum Machines) e eu usava o da famosa TR-808, mas para as próximas músicas do Axis Reverb eu resolvi mudar. Eu andava usando o template de Electro, mas tampouco deixava o som mais anos 80. Lendo sobre synthpop eu descobri que a bateria favorita deles era a Roland CR-78. Não é a perfeição em bateria, mas tem um som único. As próximas composições terão como acompanhamento a CR78. E ela não é tão feia, eu acho! Serve até de enfeite se um dia ela quebrar.

Um exemplo da CR78 em músicas bem sucedidas:
"Heart Of Glass" da Blondie (a bateria faz aquele sonzinho logo no começo de maracas) e muitas do Orchestral Maneouvres in the Dark, principalmente o primeiro disco deles (criativamente auto intitulado OMD) e em especial a faixa "Electricity", uma das minhas favoritas.

domingo, 30 de março de 2008

Xiu Xiu e InSoc + Algums considerações

Nem vim aqui para comentar esse lançamento do Xiu Xiu. É mais pra demonstrar minha admiração pelas idéias.

No site chamado Women as Lovers existem várias maneiras de uma banda ser artistica. Jamie Stweart, o criador do Xiu Xiu, escreveu para as 200 e tantas pessoas (não consegui achar o número exato, me perdoem pela falta de exatidão) alguns pequenos poemas chamados haikus. Foi a coisa mais legal que eu vi até hoje de algum artista com algum reconhecimento. Outra coisa muito legal é o "Sing on This Song" (traduzido como Cante esta Canção). o Xiu Xiu disponibilizou uma música pra você colocar a letra, sob o Creative Commons. Ou seja, você só precisa dar o crédito ao Xiu Xiu e colocar sob a mesma licença que eles, sem poder vender a música pros outros. Faça a sua versão. Ainda não baixei, mas provavelmente eu o faça... seria divertido.

O Xiu Xiu vai também lançar um split, que é como um single no qual duas bandas dividem o espaço do disco, como se um fosse o lado A e o outro o Lado B. Mas o que chama a atenção serão as capas. David Horvitz tirou 1000 polaroids e elas estarão na frente do disco. Ou seja: você compra o cd e a arte dele é diferente da do seu amigo que comprou a mesma capa. E você também pode ter 3 versões do disco, cada uma com uma foto e pode dar de presente as outras duas (sem as fotos, claro).


Isso tudo nos demonstra o quanto ainda podemos ser criativos. Não estamos mais na pós-modernidade, estamos em outra era. Poderia até ser a Era Informacionista (InSoc). Mas isso não é pra mim, não sou teórico pra dizer onde nós estamos. Mas estamos indo rápido e esse rápido se torna lento ontem.

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Outra nota, um pouco mais rápida, é do Information Society (falando na sociedade da informação...). Eles pediram pro 8-Bit Weapon (só achei o link em inglês) pra fazer um remix de uma música deles.

Por isso o InSoc é uma das minhas bandas favoritas. Por isso, também, a banda tenha uma base de fãs bem sólida no Brasil. Eles estão de acordo conosco. Eu acredito que a mistura tenha que ser feita. Hip-Hop, Kraftwerk e New Wave. Dá pra fazer uma feijoada a partir de alguns circuitos ;)


E por hoje já chega né?

quinta-feira, 27 de março de 2008

Axis liberado e mais

Já dá pra baixar todas as músicas do Axis no site. Vou colocar os links pra cada album no final desse post!

Estou sem noticias sobre o antigo Mal do Século, atual Fuligem Sépia... Mas o Silent Party lança seu primeiro cd em meados de Abril, começo de Maio, pela gravadora Plastic Frog da Alemanha.

Our most loved bands taking the world for granted.

E o Drama Beat continua aqui ó: http://www.fotolog.com/dramabeat

Espero fazer um show logo sob o projeto Axis Reverb, além de estar ansioso pelo disco do Silent. Espero também fazer as resenhas das bandas que eu vasculhei (porcamente, eu sei) no myspace. Todas brasileiras e de pós-punk.

LINKS:
RAINY CITIES & OTHER TALES: Parte 1 - Parte 2
FAKE EP
SINGLE: Parte 1 - Parte 2
ZODIAC: Parte 1 - Parte 2 - Parte 3
JUMPING WITHOUT PARACHUTES
CANDY FLOWER NAPALM: Parte 1 - Parte 2
DRUM MACHINE LIGHT CIRCUS: Lado A - Lado B
A BRIEF WAR HISTORY

OBS: Não esquece -> É tudo licenciado sob a licença Creative Commons. Pode distribuir, remixar e etc, mas só me dê crédito e não venda, além de ter que colcoar sob a mesma licença.
E pra baixar é só dar "salvar link como..." e pronto!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Ascenssão e queda da Industria Musical e os Porcos da Terra

Pensa bem: a dez anos atrás você provavelmente estava em busca de algum cd novo em alguma loja. Eu provavelmente estava querendo comprar o "There Is Nothing Left to Lose" do Foo Fighters. Artistas eram inalcançaveis, sendo apenas vistos em programas de TV (Faustão, Chacrinha), MTV, shows. Você talvez nunca fosse ouvir uma música obscura do seu artista favorito ou sua música favorita de uma banda obscura, a não ser que você tivesse sorte. Se era assim a dez anos atrás, imagine a vinte, trinta. Alguns não precisam imaginar, mas eu as vezes preciso.

Só que a realidade é outra nessa era de P2P (peer to peer ou igual pra igual numa tradução literal). Hoje você consegue baixar uma música obscura dos anos 40 e uma música recém lançada com a mesma facilidade. É fato que isso deixou muito fácil o jeito de se ouvir música no mundo, com bilhões de canções a sua espera por apenas um clique. E com isso, o direito sobre como se poderia ou não vender ou mesmo distribuir um disco foi modificada. Músicas com copyrights não podem ser distribuidas sem a autorização do titular, e nem sempre é só a banda que controla seu catalogo. As vezes a empresa controla uma porcentagem.

Bem, isso acontece ainda hoje, mas estamos numa fase de transição. Pra citar exemplos, duas das minhas bandas favoritas largaram as grandes corporações e estão independentes:
O Radiohead lançou o In Rainbows na internet pelo preço que você quisesse pagar (inclusive £0, ou de graça). Apesar disso, as pessoas pagaram. O Radiohead afirmou que as vendas ultrapassaram as vendas de todo o catalogo deles na internet (ou seja, só o In Rainbows lucrou mais do que os outros discos juntos nas vendas online).
O Nine Inch Nails de Trent Reznor lançou, da noite pro dia, o disco Ghosts I-IV na internet. No site feito pro lançamento, havia a opção de baixar de graça as 9 primeiras, pagar pelo download, ou cd duplo, ou comprar a edição deluxe (com dvd, cd e mais um monte de coisinhas) ou a "Ultra Deluxe" (com vinil, dvd, cd, download, etc). Essa ultima opção custava $300 e haviam apenas 2500 cópias autografadas por Trent. Havia, pois esgotou tão rápido quanto promoção em supermercado. Outro fator marcante é que o disco foi lançado sob uma licença Creative Commons, o que é ótimo para divulgar um beneficio a cultura. Trent também lançou no Youtube um canal para um concurso de vídeos feitos com as músicas do Ghosts I-IV.

Esses dois exemplos demonstram o que a industria fonográfica, pelo menos a americana, não quer aceitar. O futuro está na internet. No Brasil o problema é que o acesso à internet é minusculo perto dos EUA e nós temos muitos problemas de corrupção, nosso estado não é unificado o suficiente. Não conseguimos resolver problemas de desigualdade social, apesar do vasto território que temos. E vou parar por aqui pois não é sobre isso que estou escrevendo. Mas, quanto a música, nosso país vai servir de exemplo ainda. Apesar dos inúmeros Calypsos e Nxzeros por aí, existe muita gente boa por debaixo dos panos, só esperando uma oportunidade pra tomar de assalto.

O que eu quero com tudo isso? Demonstrar que estamos num ponto de virada. A partir desse ano as coisas vão ser modificadas. Eras acabam e outras começam. A internet será o novo palco para a cultura, teremos muitas bandas distribuindo albuns inteiros e vendendo-os de diferentes maneiras e preços mais justos. Hoje, como a maioria de nós deveria saber, um artista não sobrevive apenas de suas obras. Ele tem que ter várias facetas e ter o famoso jeitinho brasileiro pra se virar. Essa nova postura que temos que tomar diante das situações no meio musical mostra como o Brasil se saíra melhor. Nós nascemos pra viver de bico e ser malandro. E nesse tempo de internet, é assim que se vive. A licença Creative Commons é a saída para que sua música seja distribuída com "alguns direitos reservados", de maneira que ninguém faça mal a você e ganhe em cima de suas músicas. As regras estão sendo mudadas e espero fazer parte dessa era de revoluções.

Talvez eu já esteja.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Cultura Livre - Lawrence Lessig

Faz algum tempo que queria ler esse livro. A primeira vez que ouvi falar foi na Superinteressante, no segmento de livros, dizendo sobre a idéia dele. Me interessei, mas acabei por não ir atrás.

Semana passada estava dando uma volta na biblioteca da faculdade quando parei na estante de Jornalismo e vi esse livro. Como lembrava dele resolvi pegar pra ler. E até agora o livro se mostrou interessantissimo pra entender como os direitos autorais mudaram o mundo e agora estão acabando com a criatividade. Claro que todos os exemplos do livro se passam nos EUA e as leis lá ditas são do país em questão. Mas é claro também que podemos aplicar isso aqui, pois a Internet (que é o suporte em questão) transforma o local em global.

E pensando no Brasil, não sei quais as leis pra direitos autorais (vou atrás em breve). Mas sei que o nosso país será um celeiro de cultura num futuro próximo. Sem falar só de samba, caipirinha e mulher gostosa seminua. O Brasil é um país cultural e totalmente atual quanto a internet e a globalização. Nós sabemos como misturar punk com reggae, maracatu e hip-hop.

O livro do Lessig demonstra, até agora, o que está em jogo e porque a luta contra a internet é errada. Quando terminar de ler eu resenho decentemente. Promessa!


Pra baixar o livro, que é protegido pela licença de creative commons (na qual Lessig é um dos membros conselheiros):
Download no Trama Virtual

E para entender um pouco sobre o Creative Commons:
Flash explicativo do CC

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Congestionamentos nas vias bairro-centro aumentam

Com a frota de veículos de São Paulo chegando aos seis milhões de carros licenciados, as vias que ligam os bairros mais afastados ao centro a cada ano se tornam mais congestionadas. Uma das regiões afetada é a da Vila Zatt, Zona Oeste, na qual as avenidas Edgar Facó e Raimundo Pereira de Magalhães fazem a ligação às marginais. Trechos que demoram 8 minutos agora duram 40 em horários de pico. Usuários das vias estão entrando em ações civis contra a prefeitura por obras que desafoguem o trânsito na região. José Marques, 42 anos, taxista, acha que a falta de transporte público contribui. "Cada vez mais carro na rua, cada vez mais difícil de chegar", afirma.
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A matéria maior sobre assunto em breve aqui.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Akira versão hollywood

Leonardo di Caprio vai produzir a versão com atores do manga e vai ser divida em duas partes, sendo que a primeira vai ser lançada em 2009.

Será que essa empreitada dará certo? É fato que o manga é um sucesso, o anime foi bem fiel à história, mas será que o filme vai conseguir reproduzir todas as sutilezas do roteiro? Complicado.

Vamos ver, né?

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Radiohead 01 e 10

"Quebra-cabeças caindo em seu lugar
Não há nada pra explicar"
Jigsaw Falling Into Place


Seria realmente uma teoria da conspiração ou Thom Yorke aprontou de novo?

Que o Ok Computer é considerado o grande album da década passada todo mundo quase concorda. Agora, pra mudar de vez o conceito de obra de arte/conspiração maluca no mundo da música, um site diz ter descoberto a verdade sobre o In Rainbows: o disco foi lançado no dia 10/10 do ano passado, sendo que o dia do inicio das vendas na internet foi avisado apenas 10 dias antes, tem 10 letras no nome e 10 músicas mas ele é na verdade um complemento do Ok Computer, lançado a 10 anos atrás. Coincidência? Será? Kid A e Amnesiac, nós todos sabiamos, são uma só obra, mas essa história é impressionante.

A obra completa, de acordo com o blog puddlegum, só pode ser ouvida intercalando as faixas dos dois discos. E um detalhe que um comentarista do blog adicionou é o tempo do cross fading: ele deve ser de 10 segundos (pra achar isso no seu Windows Media Player é necessário ir no comando: Exibir -> Aprimoramentos -> Fading Cruzado e Nivelamento do Volume Automático e então mude a barra pros 10 segundos). Outro comentário que eu achei totalmente pertinente é o seguinte: "So in effect, In Rainbows is the Sonic & Knuckles expansion cartridge to OK Computer’s Sonic the Hedgehog?" [Então o In Rainbows é a fita pra expansão Sonic & Knuckles pro Sonic 3 Ok Computer?" (traduzido porcamente e arrumando o fato de que só o Sonic 3 serve pra expansão do Sonic & Knucles)

Bom, o fato é que funciona. É divertido, tente você também!
O playlist dos 01 & 10 tem que ser assim:
1. Airbag (OK Computer)
2. 15 Step (In Rainbows)
3. Paranoid Android (OK Computer)
4. Bodysnatchers (In Rainbows)
5. Subterranean Homesick Alien (OK Computer)
6. Nude (In Rainbows)
7. Exit Music (For A Film) (OK Computer)
8. Weird Fishes/Arpeggi (In Rainbows)
9. Let Down (OK Computer)
10. All I Need (In Rainbows)
11. Karma Police (OK Computer)
12. Fitter Happier (OK Computer)
13. Faust Arp (In Rainbows)
14. Electioneering (OK Computer)
15. Reckoner (In Rainbows)
16. Climbing Up The Walls (OK Computer)
17. House Of Cards (In Rainbows)
18. No Surprises (OK Computer)
19. Jigsaw Falling Into Place (In Rainbows)
20. Lucky (OK Computer)
21. Videotape (In Rainbows)
22. The Tourist (OK Computer)

Karma Police e Fitter Happier, de acordo com o site, não são separadas pois agem como uma ponte entre a primeira metade e a segunda.

É uma coisa meio maluca, mas funciona. Se tudo isso foi feito propositalmente, então realmente podemos dar o titulo de reis, sucedendo ao Elvis, Beatles e Joy Division. Vai dizer que essa não é uma idéia muito boa? Mesmo que não seja realmente verdadeira, é algo novo e muito criativo e me deu milhões de idéias...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Fausto Fawcett - ...& Os Robôs Efêmeros

Misture New Wave, cyberpunk, um vocal rap e Ipanema. Sai Fausto Fawcett & Os Robôs Efêmeros.

Tenho certeza que uma música desse disco você já ouviu, mas talvez nem sabia que não era da moça que até canta nesse disco (na última faixa). Fausto Fawcett é jornalista, autor teatral e roteirista. Daí surgiu esse disco, que afinal de contas é uma pequena ópera cyberpunk ("Blade Runner", dizem). As letras são muito bem escritas, podendo até transformar o disco em um filme, algo que eu queria ver um dia.

A primeira música, Gueixa Vadia, é a história da própria que pega um rapaz e passa a gilete cor de rosa e a voz dela era uma disco music susurrada e que o seu apê é de dia deposito de taximetros adulterados e taxi drivers alucinados mas de noite é refúgio de taxi girls.
Em seguida, o pequeno conto de Tânia Miriam, uma loira grafiteira das marquises de Copacabana que usa um isqueiro em formato de sereia, "incendeia thundercats" em um monte de lugar da cidade e chupa cubos de ketchup congelado.
Drops de Istambul, a terceira faixa, é um panorama da cyber copacabana, na qual ele cita até Cristiane F. e conta como vive na cidade.
O Rap D'Anne Stark é o conto do estudante de jornalismo que compra o rap da Anne Stark, mora num apê vagabundo com umas idosas malucas que praticam tiro ao alvo em estatuas do aleijadinho. O interessante dessa faixa é a crítica, na qual no futuro os terroristas seriam os popstars e receberiam caches das emissoras.
Kátia Flávia dispensa apresentações. Fernanda Abreu regravou essa música, foi sucesso em meados dos anos 90 e sim, já é velha conhecida do underground carioca pelo que apurei. A Godiva do Iraja dispensa comentários nessa versão.
Depois de passear pelas noites suburbanas, vem A Chinesa Videomaker que gosta de massacrar os olhos de rapazes pra chupar o sexo deles. A parte mais cyberpunk eu tenho certeza que é a das neo-madonnas com cabelo platinado.
A balada Estrelas Vigiadas é o ode ao amor nesse mundo devastado e perdido nas orgias e decadências dessa cidade. Lua lantejola da nasa.
E pra fechar, o meio samba meio rap da Juliete, na qual Fernanda Abreu canta junto com Fausto. Começa com as mulatas aparecendo na praia de Copacabana, e a chuva de tequila. Juliete aparece no meio da história, na qual ela roubou um holograma de Julio Iglesias segurando leite de aveia da baixada da espanha e é a filha bastarda do carrosel holandês/laranja mecânica com uma stripper. A história é sensacional e a loirinha botticelli acaba na tequila evaporada.

Chuva forte de tequila evaporada. Acho que durante essas semanas ouvi esse disco umas 10 vezes e não canso.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Control - Anton Corbijn

Não sou muito de resenhar filmes mesmo porque não sou um viciado em cinema (meus filmes favoritos são geralmente lugares comuns pra muita gente), mas esse filme merece nem que seja uma nota sobre ele aqui.

Control, lançado em 2007, retrata a vida de Ian Curtis, vocalista do Joy Division, desde seu namoro com Deborah até o seu suicídio na Barton Street, nº 77. Anton Corbijn, o diretor, é um fotógrafo renomado do pós-punk, sendo que sua primeira foto de banda foi o Joy Division (ele tirou fotos também do Depeche Mode, REM e U2). O filme conseguiu superar minhas expectativas e imagino que tenha feito o mesmo para a maioria dos fãs de Joy Division. Talvez o que tenha dado um clima nostalgico e real para o filme foi ter sido gravado em filme preto e branco. Apesar de ser sobre um vocalista, o filme não é um musical e se restringe apenas a sons ambientes e aos shows do Joy Division. A história é envolvente e foi contada maravilhosamente por Corbjin, sendo que a cena final foi perfeita, sem mostrar em nenhum momento o corpo de Ian.

Os atores ficaram muito parecidos com os originais [vide fotos] e Sam Riley conseguiu demontrar a sutil destruição de Ian com seus gestos e expressões.

Control é a partir de hoje meu filme favorito.





Semelhanças: a primeira foto é a Joy Division original, a segunda são os atores de Control.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

News

*POPLOAD E AS TENDÊNCIAS 2008 – Nessa época mística que precedeu as festas, fui a um oráculo pop saber o que vai pegar no ano que está começando. E, segundo a divindade, o que vai bombar em 2008 é o seguinte: roxo, Franz Ferdinand, iphone 3G, ovo frito, festinhas caseiras para ouvir pós-punk brasileiro, manga (a fruta), ver neve, indie chinês, hidratante pear glacé da Victoria’s Secret, “Lost”, meninas de cabelos compridos, danças coletivas tipo trenzinho em baladas indie.

Essa parte da coluna do Lucio Ribeiro (entra no blog dele e clica, lá em cima, em coluna) entitulada "TING-TINGS-JING-JONG E O NOVO NOVO NOVO NOVO NOVO ROCK" me chamou bastante a atenção... tal oráculo diz algumas coisas que espero que se confirmem, tipo ouvir pós-punk brasileiro em festinhas caseiras. De resto, tirando as quatro ultimas, tudo me parece plausível pra esse ano, principalmente roxo!

E falando em indie chinês, o Lúcio fala da banda "Carsick Cars". Ouvi, achei interessante demais, adicionei no myspace e o caralho a quatro hehehe. O link do myspace da banda é esse daqui!

Quanto ao pós-punk brasileiro, volto depois com material do myspace.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

I - Anunciação

No fim do mundo exitem dois guardas. Um só fala, o outro só faz.
- Cuidado aonde pisa, rapaz.
Era um lugar desolado, não havia almas, nem prédios ou estradas, carros ou espadas perdidas.
- Está pronto? – Perguntava o guarda, enquanto o outro preparava sua carabina.
A luz era espessa, cravando o chão desértico como agulhas por entre as nuvens que deixavam o clima obscuro. Não se conseguia prever de que lado a machadada viria, ou se haveria uma ponte que levasse pelo menos a algum lugar menos apocalíptico. Mas nem que se quisesse procurar se encontraria. O guarda falava de coisas que não existiam mais naquele momento, enquanto o outro continuava armando sua carabina, enchendo-a de pólvora e vidro, pétalas de algo negro caiam sobre os ombros de todos ali presentes (o que não passava de três). A entrada era ali, mas não se sabia pra onde e se haveria saída a partir do momento em que a carabina disparasse e o abismo se abrisse.
- Responda rapaz! Está pronto?
Não havia mais salvação. Nem tempo. Estava pronto pra morrer ali, no fim do mundo. Todos os dias passaram por ali, todas as ventanias e desejos, límpidas margens e céus cinzas de cidades modernas. Separando as pernas, disse então:
- Não. Mas não há tempo né?
O guarda sorriu. Olhou para o outro terminando o seu ritual sagrado. Agachado ele sorria para sua carabina e nada falava. A onda negra que cada segundo aumentava mais anunciava o que iria acontecer. A nuvem ficava cada vez mais espessa, turva, bloqueando os fios de luz que a atravessavam e queimavam o chão, deixando apenas alguns poucos que ainda teimavam por atravessá-la.
- Pelo contrário, aqui você tem todo o tempo do mundo. Ele já ta pronto.
O outro guarda saiu de seu transe e se levantou rapidamente. Engatilhou a carabina e apontou em direção ao rapaz. Já se podia sentir a brisa leve que passava por debaixo da nuvem cinza e que não refrescava em nada. O suor começava a saltar da testa do rapaz, enquanto continuava a ver sua vida toda passando na sua frente. O guarda que só faz continuava sério, agora mirando como se mira a um disco que paira no ar, pronto pra ser estilhaçado. O suor desce pela têmpora e escorre para o peito, o alvo do guarda. O guarda que só fala tira uma venda do bolso e a coloca no rapaz.
- Acredita em Deus?
- Não.
- Então comece a acreditar.
Nisso, as luzes que invadiam a névoa cessaram. Sem visão, o rapaz suava mais e mais. A chuva de fuligem e pétalas negras se acentuara e as visões se tornaram insuportáveis para ele. O silencio arrebatador deixava-o mais nervoso ainda, esperando pelo tiro fatal. Silencio absoluto.
“Fechem as janelas, as portas, os portões, pois o absurdo se instalou em nossas ruas e avenidas, praças e drogarias. Calabouço do inverso plaina como uma nuvem de fogo, queimando os céus e transformando as rosas em trovões. Troquem as fechaduras das almas, o espetáculo é marítimo e as ondas não serão sentidas enquanto as paisagens interiores se seguirem sempre as mesmas. Anuncio do fim do mundo, perdido e criador. O caos é ordem. O tiro é salvação”
- Pronto?
Os dois balançam a cabeça, como se não houvesse outra resposta.
O som do gatilho
Ouve a própria voz enquanto grita.
Então o tiro.
Descanse em paz. Dois segundos.







[Esse é o primeiro capitulo do livro que eu estava escrevendo e esqueci completamente. Legal né?]

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

L'art pour l'art

Nada melhor pra fazer, vou abrir uma excessão e mostrar ao mundo algo que mantenho guardado e não é algo cilindrico.

São poemas que escrevi a uns dois anos atrás:

Neurologia
(André/Kurt)


Paraíso visual das ondas invisíveis
Pode se transpor entre a realidade e ilusão
As ondas sonoras emitidas
Entre as batidas de minha distorção

As ondas me conduzem às portas de minha abstinência
De diferentes maneiras sempre acabo lá
Entre a embriaguez de minhas utopias
O que me alimenta são minhas ilusões

Perdido nessa vastidão de fluxos de pensamentos
Onde não se distingue os cacos de cristais
Prismas que enlouquecem e tiram a razão
Reflexos entre espasmos frios e duvidosos

Oh! Minhas raízes não me fixam
O mofo não suporta mais peso
Os sentidos não iluminam mais minha humanidade
Minha crença já é baseada no racionamento de minha mente

Insisto nas possibilidades humanas
Vivendo na ilegalidade de meus pensamentos
Verdades ocultas de mim mesmo
Como ser ilusório de inspirações


Playground de cinzas

Sei que entendo o livre conceito
Atrás de mundos, selva obscura
Saia de todos os tempos oblíquos
Divino panteão de monges do céu

Brinque por entre playground de cinzas
Crianças, vós não sabeis que são o Alfa,
E o Omega, e que todos morremos pra nascer
E sentimos pra queimar

Outono não nos perdoa na sombra da vida
Veias entupidas e artérias, hemorragias
Folhas secas que esmagamos por entre latas
Amarelo colorido e verde musgo entretido

Queria correr por entre as árvores e beijar as veias feridas. Queria entregar meu intestino aos rios e chorar nas mudas que morrem. Queria perder as esperanças por uma só vez. Pela última vez. Seguir os ventos que gritam, os rios que brincam nos vales e as árvores que acenam para o inferno. Seguir raios de sol e raios de energia, seguros enfermos que transitam em todos os sentidos. Perdido continuarei vagando no labirinto de meu Karma, condenado a perder tudo o que merece. Kamikaze lúdico de presentes lógicos. Prefiro viver perdido para entender onde estou, como cheguei e como sairei. e sairei aplaudido como mito, e todos me cumprimentarão com sorrisos verdadeiros pela primeira vez.


Ditador Se Faz Areia

I
São fúteis rascunhos de dor
Cabalísticos e astronômicos
Prazeres que desconhecerei pela eternidade
Semblantes de um paraíso que me escapa

Fez-se a cabeça ensangüentada
Caí, assim por dizer, ao sepulcro
De cabeça mergulhei por entre os riachos
Do vale em que a sombra da Morte me sorri

Não há demônio mais perdido que eu
Não nesse instante de pedante solidão
Faz-se o tremor de meio coração, selva de pedra
Cinza é meu céu, vermelha minha água

Acerta-me o estomago com toda a força
E arranque de mim o resto de esperança
Palavra inutilizada em mim por anos
Que agora perde o sentido pela milésima vez

II
Urubus saltitam felizes no céu
"Hoje teremos carne podre pro jantar"
É o ultimo suspiro do palhaço
Rei do lixo que ela incentiva a cultivar

“Faça-me comida incestuosa de pássaros,
Minhocas da terra eu haverei de ser"
E a ultima rajada entope meu peito
Somos aves do pobre capitulo sem fim

Marginais da esperança inexistente aqui hoje
Ah! Soubessem eles do futuro que me espera
Ela mereceria mais do que ela exita em pedir

"E o futuro que me aguarda é sagrado
Puro como a mais doce maça”, Eu repito
Mas meu mantra estava errado, o pecado me traiu.

III
Faça da vida sombra amarga de desejo
Ondas sonoras de quilates inversos ao teu
Se sujas minha honra e minha moral
Mostre-me tua alma como se fosse um livro
Quero sentir a tua sabedoria pro resto de minha vida
Me entregue todas as probabilidades inventadas
E os fios de cabelo com os quais morrerei enforcado
Por entre finais infelizes de episódios inversos
Traga o último gole, o último suspiro no qual te terei
Entregue por fim meu coração, pois tu me roubaste
Trapaceira! É essa a palavra errada que digo
No momento certo, justiça feita para quem não a queria

"Mate-me numa punhalada infernal", É o que te peço
"Pare de me envenenar!", Sucubus que quebra meus elos
"Mate-me de uma vez, seja misericordiosa
Pare de criar estigmas e paradoxos para me penetrar"
Meu posto de ditador da minh'alma era só meu
Mas Poderosa sua voz se fez, como um trovão
E calou singelamente meu mais primal grito
E no fim da tempestade eu era só mais uma vez
Mais um escravo das gotas que caiam de meu rosto
Só mais um

IV
E em uma palavra a descrevo, como incenso, como desejo, como paixão, como fogo.
E apagado eu fui.
Mas a palavra é uma só. Extinta, foi trazida de lá,
E começa com A.

V
E todos sorriam
E todos choravam
Trágico, absurdo
Como a vida exige
Como as flores persistem
Era só tu, mais bela rosa
Foi colhida não por mim
E assim choro todas as chuvas
E todos os poços
Caem todas as plumas
E todos os remorsos

Faz de mim estátua
Coração de pedra
De perda
De fábula

“Tu eras a última pétala de meu buquê
A ultima linha de meu crochê
Procurava por ti, agulha!
Era exatamente a peça final
E agora é um pesado fardo";
Como eu sempre martirizo
Fatos, acontecimentos passados!
Que caem em minha cabeça como bomba atômica, pesada radioatividade que queima meus neurônios e quebra meu coração e destrói minha visão, ó pura flâmula virginal, branca, azeda, criada entre pedras e percevejos para transformar-se na mais intensa viajem por entre os vastos e longínquos prazeres que eu hoje nunca mais conseguirei sentir ou ouvir falar de.

E agora a festa acabou,
Viva somente em meus sonhos
Que logo se tornarão pesadelos
E assim continuarei tolo

Peço por ti
Mantra sagrado
Clamo por ti
Não se esqueça
Quero a ti
Levante-me aos céus
Era assim...

VI
E agora?
Talvez,
Se Foi.

Little Nemo in Slumberland (HAPPY NEW YEAR)



Queria achar uma versão em inglês dessa tira, mas não deu.
Pelo que me lembro ele vai falando que o mundo tá diminuindo e um conflito assim, até que o Ano Velho aparece e começa a cair e puxar Nemo, que reclama mas o Ano diz que só estava se estabilizando, ele dá um adeus e Nemo conversa com o Ano Novo e então ele acorda, não lembro o que a mãe de Nemo diz a ele.