domingo, 25 de novembro de 2007

Final de Semestre é sempre igual

Cá estou eu, dia 25 de novembro.

As próximas duas semanas serão infernais, não conseguirei nem postar frequentemente nem mexer no pc nem nada direito...Provas, trabalhos, seminários, etc. Normal.

Tentarei postar aqui, mas não garanto nada.
Depois das duas semanas garanto que volto!

E ah, baixei Orange Juice. Não é bem o que eu esperava, não gostei tanto assim, me lembra um A Certain Ratio com Haircut 100 mais pop...

Desejem-me sorte.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Fritz the Cat

Mais que um símbolo da contracultura, esse gato é um filho da puta.

Nunca tinha lido nada de Robert Crumb, sempre achei interessante os desenhos dele com mulheres cheias de curvas, coxas grossas e bunda grande. E por obra do acaso, vi um clipe do Guru com o Common (vou colocar o vídeo no final do post) e achei a coisa mais legal que eu já vi. A música é um rap mais Old School, mas não apurei e não sei quem é o Guru nem o Common (parece que são grandes rappers do underground americano, ainda não sei). E então fui ver o clipe no youtube e descobri que ele foi feito com cenas do filme do Fritz The Cat, do Crumb. E então, como já entrei nesse mundo dos scans de gibis, já achei o do Fritz e li inteiro.

É ácido, meio bobo às vezes e cheio de putaria que todo adolescente introspectivo gostaria de fazer. O Fritz em certos momentos é um imbecil sacana, às vezes é só um cara normal tentando sobreviver numa cidade grande. Como nessa cena, em que por sinal ele foi sacana pra ganhar as garotas de um "corvo":

Clique pra ver em tamanho natural


Aliás, esse mundo de pseudo-arte é bem retratado pelo Crumb. E concordo com ele. Tem uma cena, um pouco anterior a desse quadrinho que coloquei acima, na qual dois amigos dele começam a brigar pra provar quem tem mais sensibilidade. É ridiculo! E não é muito diferente da realidade. Também nos quadrinhos existe a questão das drogas, sexo e coisas mais, sempre bem explícita e até engraçada, como a cena da orgia na banheira, hahaha.

Fritz é um marginal, sem dúvida, apesar de ser um universitário e em uma história até ser agente secreto e depois casado, e na última, um superstar. O final, já que tocamos no assunto, é a única crítica que eu posso ter sobre Crumb em relação ao Fritz. Um personagem famoso não pode ser morto. Por mais que o autor o abandone, ele não morre se o público gostar. Elektra, até onde vai minha intelectualização quadrinistica, é um exemplo disso. Morreu, mas foi ressucitada algum tempo depois, mas num contexto decente. Era a personagem mais famosa e Frank Miller a matou por pura "vaidade" (sempre quis usar essa palavra numa resenha!). Só que Crumb o matou de um jeito tão idiota e por causa do filme ( li que Crumb não gostou do resultado, já que ele ajudou a montar o filme e então saiu espalhando que fizeram sem a aprovação dele) e porque idiotas que ele criticava com o personagem haviam se tornado fãs do gato. É um preço a se pagar, e não se mata um personagem por causa disso.

E termino esse post com o clipe do Guru e Common, da música State of Clarity com o filme do Fritz:

domingo, 18 de novembro de 2007

Comics 2




Mais dois desenhos, esses são desenhos de fotos da minha namorada. =)
Onda de desenhos...

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Postagem (de acordo com o blogger) nº 50!

Bem... Se o blogger não quiser imitar o orkut, este é o post de numero 50! Yay!
E eu, como já disse e demonstrei, estou numa onda de gibis e romances gráficos...

Então desenhei o gibi que está a seguir. Não espero que vocês gostem, mas eu gostei. Pra primeiro quadrinho de verdade que eu faço, tá ótimo, não?

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Desenhos...



Primeira tentativa de algo bobo no photoshop. Acho que até deu certo...
Pra abrir a imagem em tamanho maior, só clicar nela, todo mundo deveria saber isso...

Well, talvez eu os transforme em personagens pro meu quadrinho. Who knows...

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Comics

Entrei numa onda de quadrinhos!

Após algumas pequenas influências de amigos, resolvi me adentrar por esse vasto (e difícil) mundo das artes seqüenciais. Então, após o meu pouco proveitoso incurso ao manga lendo AKIRA, de Katsuhiro Otomo a algumas semanas fui a biblioteca da minha faculdade e peguei pra ler o "Desvendando os Quadrinhos", de Scott McCloud, já recomendado por amigos meus.

Esse livro expandiu algumas idéias que tinha sobre os quadrinhos e me fez reparar que eles não são apenas aquela bobagem que vemos nas bancas sobre super-heróis de roupas apertadas e cuecas por cima das calças. Me fez querer escrever uma história. E até esta presente data ainda nada fiz. Mas farei.

E nesse meio tempo, no qual descobri que minhas habilidades de desenhista não foram totalmente relegadas a quinto plano, descobri como baixar scans dos gibis e novelas gráficas. Apesar disso, o único gibi que li mais da metade foi o Sandman, o qual eu peguei da biblioteca da faculdade. Além dele, o máximo que li foi a primeira história de Sin City e estou lendo o segundo livro do McCloud, "Reinventando os Quadrinhos", que também é muito bom (até agora porque não terminei e isso é óbvio).

Minhas próximas leituras serão:
Maus, de Art Spiegelman;
Domu, de Katsuhiro Otomo;
Love and Rockets, dos irmãos Hernandez (inspirou, sim, a banda de mesmo nome);
A Garagem Hermética, de Moebius (pelo menos algumas edições);
e terminar Sin City, do Frank Miller.

E ai mais pra frente eu pego algo que me for indicado, talvez eu consiga terminar de ler o Sandman também e pego referências suficientes pra fazer o meu próprio quadrinho, quem sabe...

Veremos. Estou bem otimista quanto a isso.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Scary Monsters (and Super Creeps) - David Bowie

I'M NOT A PIECE OF TEENAGE WILDLIFE! - diria David Bowie para uma certa topeira de nariz quebrado...

Scary Monsters é considerado o último grande disco de David Bowie, o que é uma injustiça com o Let's Dance e Heathen, e foi lançado em 1980 numa época conturbada ainda pra sir David. Depois da perfeita trilogia de Berlin, David ainda estava paranóico, largando as drogas e ficando limpo (como ele mesmo conta na "Ashes to Ashes") e depois de viajar o mundo e ser totalmente experimental, Bowie e sua trupe preferiram voltar ao comercialmente aceito, apesar da trilodia ter sido um sucesso artistico (e um "fracasso" em vendas).

Contando com a ajuda (de novo) de Robert Fripp, esse disco é cheio de nuances, temas como moda e o Major Tom ("de uma música do começo da carreira", que é "Space Odditty"), monstros e até uma cover de Tom Verlaine. Não digo que é o meu favorito, mas posso cantar quase todas as músicas com a mesma força e vigor. Nessa época, também é válido ressaltar, David estava de saco cheio do povo da New Wave que insistia em copia-lo e (de acordo com a Wikipédia) então a promoção do disco vinha com a seguinte frase: "Geralmente copiado, Nunca igualado". O que não passa de uma verdade, né?

Alguns destaques desse disco: "It's no Game (part I)" conta com os vocais de Michi Hirota (seja lá quem ela era) e, além de abrir o disco, tem também a sua contra-parte no final do disco, num tom mais monótono e já foi interpretada como se ele estivese confrontando a mesma situação que ele enfrentou no começo do disco, mas sem a raiva. "As coisas não melhoraram, mas ele está ficando melhor". "Teenage Wildlife" é quase um épico autobiográfico de David, no qual ele comenta sobre a onde New Wave tentando copia-lo sem sucesso e ele só ficando de saco cheio com tudo isso. Então ele realmente solta o verbo e fala que ele não é um "rebelde sem causa" e fala que é "cada um por si".

E um parágrafo só pra música que revolucionou muita coisa. "Ashes to Ashes" é um marco na história da música. "Porque?" você me perguntaria! E eu digo: Apesar da música ser apenas "muito ótima", o clipe revolucionou. Em 1980? As coisas nessa época acredito que era muito toscas e feias pros clipes. Esse clipe foi o clipe mais caro da época (custou £250,000) e totalmente inovador. Um trator, solarização, Boy George (???) e Bowie de Pierrot e preso numa máquina (que podemos dizer ter sido copiada pelos Backstreet Boys anos depois [????]) e numa sala de manicômio, além do barbeiro.
Por votação, esse clipe mais o de "Fashion" foram os melhores clipes de 1980, o que não é pouco.

Um disco com referencias a ele mesmo, povo da New Wave, drogas, monstros e moda. E ah, é um disco de David Bowie, só isso já diz muita coisa hehehe....
AH! as faixas bonus, apesar de estranhas, são ótimas. Eu particularmente gosto da versão nova da Panic In Detroit. E Crystal Japan foi plagiada (apesar de dizerem o contrário) por Trent Reznor, que foi um grande amigo de David.

Bom, chega de escrever, vai ouvir.

domingo, 4 de novembro de 2007

David Bowie - "Heroes"

É nas aspas mesmo e é assim que foi criado. "Heroes", o disco que irei comentar nessas próximas linhas é um dos discos mais perfeitos que a humanidade já viu, na minha humilde opinião. É um disco mais psicótico que seu antecessor, o maravilhoso Low, e o mais Berlin dos três dessa trilogia (Low, "Heroes" e Lodger).

E porque essa trilogia é uma das mais perfeitas?
Pelo fato de ter mudado e criado tanto quanto os Beatles (concordo que possa ser um exagero, mas Joy Division se chamava Warsaw e não era a toa). Imagine o mundo sem a música Heroes, uma das músicas de amor mais legais e ilegais da música.

"Heroes" (o disco) foi gravado e lançado em 1977 logo após o Low. Nesse disco participa Robert Fripp, o maior guitarrista (exagero, mas é necessário) que já encostou em uma palheta e que gravou todas as guitarras desse disco em apenas um dia. Ele trabalharia com David de novo no disco Scary Monsters and Super Creeps que fecha o ciclo alternativo Bowiano, mas não vem ao caso agora.

E porque esse disco, "Heroes", é um ótimo disco?
Pela sua qualidade musical. Bowie no seu auge, Brian Eno, o mago dos teclados e Tony Visconti na produção, mais o já citado Robert Fripp. E letras paranóicas, o clima criado é digno de um bom livro/filme/whatever. Impossivel não se envolver com esse disco. Blackout, a minha favorita, serve de exemplo nisso. O riff dela te faz querer gritar com David, a voz está impecavel, a letra é psycho, a cozinha mantem o clima sempre na linha tenue entre realidade e histeria e a guitarra piruetando nos extremos. GET ME TO THE DOCTOR!

O disco começa com Beauty and the Beast, um rock violento pra abertura, dando o tom do lado A inteiro. De acordo com a wikipedia, essa música já foi comparada a "David se transformando no Hulk bem na frente de seus ouvido". Boa maneira de resumir a faixa. Seguimos na Joe the Lion, que é uma música-homenagem à Chris Burden, um daqueles artistas performáticos insanos (ele já se pregou num WV e já tomou tiro no braço numa galeria de arte). Após a fúria, vem a faixa-título. É a música mais conhecida de David Bowie, ou era até certos indies imbecis acreditarem que ZS é o melhor disco de David, e a mais regravada dele, só perdendo pra Rebel, Rebel. Heroes fala sobre um casal de namorados que vai embaixo do muro pra se encontrar. Na época, Bowie disse que era um casal de desconhecidos, mas a verdade sempre vem a tona e ele admitiu que era sobre Tony Visconti, à época casado, e Antonia Maass, a backing vocal, que tinham um caso e se encontravam debaixo do muro de Berlin. Sons of the Silent Age destoa um pouco aqui em Heroes e talvez seja um sinal do que Bowie faria 2 anos depois em Lodger, com um som mais ligado a World Music, se utilizando da atmosfera do oriente médio numa música que remete ao deserto (me lembra, pelo menos). Blakout, já citada anteriormente, casa com o disco perfeitamente, num tom psicótico e voz do Bowie na linha entre interpretação e coração. V-2 Schneider é uma homenagem à Florian Schneider, músico do Kraftwerk e V-2 era o nome de um míssel alemão.

A partir daqui começa o Lado B. Assim como em Low, o lado B puxa pro lado experimental e ambiental que era influenciado pela presença de Brian Eno ajudando David nas gravações. Sense of Doubt, Moss Garden e Neuköln foram mixadas pra serem como uma música só e cada uma segue uma linha, um pensamento e uma emoção. Sense of Doubt é bem literal, passa a sensação de dúvida com o teclado grave numa escala descendente e um sintetizador fraco criando uma tensão e sendo o lead da música. Moss Garden já ataca com um koto (instrumento japonês) e um clima meio japonês misturado com europeu. Neuköln é a terceira do segundo lado e seu maior trunfo é o sax ao final, gritando, agonizando a cada segundo passado. O canto dos cisnes de Heroes. Bom, seria se não viesse logo em seguida a The Secret Life of Arabia. Eu já li critias dizendo que se essa música não viesse aqui o disco seria isso e aquilo. Minha opinião é de que ela está onde deveria. Imaginem o lado B de "Heroes" como um filme. Após o climax, o ponto alto e final do filme onde tudo se resolve, vem o final. Imaginemos uma situação hipotética na qual David, começando por Sense of Doubt, senta-se na estrada, na dúvida, vê os carros passando e etc... ai na Moss Garden ele voltou pra casa e sentou no chão, paranóico, com medo, assustado e se sentiu um musgo crescendo, se transformando num jardim. Neuköln é uma cidade na Alemanha, mas podemos dizer que é o final agonizante onde ele decide mudar, largar as drogas ou que seja. Após a dor fazer com que ele tenha um blackout ele volta, andando no deserto e sozinho. Tudo isso é bem abstrato, mas que se dane. Será que vocês entenderam meu devaneio literário em cima de Heroes? Não né...

Pois bem, "Heroes" é um daqueles poucos discos que você ou ama ou odeia. O Lado B, pra quem não entende pode parecer idiota, mas é espetacular o trabalho que David e Eno fizeram nessas 3 faixas instrumentais. E "Heroes", apesar de não parecer, é um album subestimado ao extremo. Quem de vocês ouviu falar de "heroes" sem ser pela música ou quando procurou conhecer o trabalho de Bowie?