domingo, 30 de março de 2008

Xiu Xiu e InSoc + Algums considerações

Nem vim aqui para comentar esse lançamento do Xiu Xiu. É mais pra demonstrar minha admiração pelas idéias.

No site chamado Women as Lovers existem várias maneiras de uma banda ser artistica. Jamie Stweart, o criador do Xiu Xiu, escreveu para as 200 e tantas pessoas (não consegui achar o número exato, me perdoem pela falta de exatidão) alguns pequenos poemas chamados haikus. Foi a coisa mais legal que eu vi até hoje de algum artista com algum reconhecimento. Outra coisa muito legal é o "Sing on This Song" (traduzido como Cante esta Canção). o Xiu Xiu disponibilizou uma música pra você colocar a letra, sob o Creative Commons. Ou seja, você só precisa dar o crédito ao Xiu Xiu e colocar sob a mesma licença que eles, sem poder vender a música pros outros. Faça a sua versão. Ainda não baixei, mas provavelmente eu o faça... seria divertido.

O Xiu Xiu vai também lançar um split, que é como um single no qual duas bandas dividem o espaço do disco, como se um fosse o lado A e o outro o Lado B. Mas o que chama a atenção serão as capas. David Horvitz tirou 1000 polaroids e elas estarão na frente do disco. Ou seja: você compra o cd e a arte dele é diferente da do seu amigo que comprou a mesma capa. E você também pode ter 3 versões do disco, cada uma com uma foto e pode dar de presente as outras duas (sem as fotos, claro).


Isso tudo nos demonstra o quanto ainda podemos ser criativos. Não estamos mais na pós-modernidade, estamos em outra era. Poderia até ser a Era Informacionista (InSoc). Mas isso não é pra mim, não sou teórico pra dizer onde nós estamos. Mas estamos indo rápido e esse rápido se torna lento ontem.

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Outra nota, um pouco mais rápida, é do Information Society (falando na sociedade da informação...). Eles pediram pro 8-Bit Weapon (só achei o link em inglês) pra fazer um remix de uma música deles.

Por isso o InSoc é uma das minhas bandas favoritas. Por isso, também, a banda tenha uma base de fãs bem sólida no Brasil. Eles estão de acordo conosco. Eu acredito que a mistura tenha que ser feita. Hip-Hop, Kraftwerk e New Wave. Dá pra fazer uma feijoada a partir de alguns circuitos ;)


E por hoje já chega né?

quinta-feira, 27 de março de 2008

Axis liberado e mais

Já dá pra baixar todas as músicas do Axis no site. Vou colocar os links pra cada album no final desse post!

Estou sem noticias sobre o antigo Mal do Século, atual Fuligem Sépia... Mas o Silent Party lança seu primeiro cd em meados de Abril, começo de Maio, pela gravadora Plastic Frog da Alemanha.

Our most loved bands taking the world for granted.

E o Drama Beat continua aqui ó: http://www.fotolog.com/dramabeat

Espero fazer um show logo sob o projeto Axis Reverb, além de estar ansioso pelo disco do Silent. Espero também fazer as resenhas das bandas que eu vasculhei (porcamente, eu sei) no myspace. Todas brasileiras e de pós-punk.

LINKS:
RAINY CITIES & OTHER TALES: Parte 1 - Parte 2
FAKE EP
SINGLE: Parte 1 - Parte 2
ZODIAC: Parte 1 - Parte 2 - Parte 3
JUMPING WITHOUT PARACHUTES
CANDY FLOWER NAPALM: Parte 1 - Parte 2
DRUM MACHINE LIGHT CIRCUS: Lado A - Lado B
A BRIEF WAR HISTORY

OBS: Não esquece -> É tudo licenciado sob a licença Creative Commons. Pode distribuir, remixar e etc, mas só me dê crédito e não venda, além de ter que colcoar sob a mesma licença.
E pra baixar é só dar "salvar link como..." e pronto!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Ascenssão e queda da Industria Musical e os Porcos da Terra

Pensa bem: a dez anos atrás você provavelmente estava em busca de algum cd novo em alguma loja. Eu provavelmente estava querendo comprar o "There Is Nothing Left to Lose" do Foo Fighters. Artistas eram inalcançaveis, sendo apenas vistos em programas de TV (Faustão, Chacrinha), MTV, shows. Você talvez nunca fosse ouvir uma música obscura do seu artista favorito ou sua música favorita de uma banda obscura, a não ser que você tivesse sorte. Se era assim a dez anos atrás, imagine a vinte, trinta. Alguns não precisam imaginar, mas eu as vezes preciso.

Só que a realidade é outra nessa era de P2P (peer to peer ou igual pra igual numa tradução literal). Hoje você consegue baixar uma música obscura dos anos 40 e uma música recém lançada com a mesma facilidade. É fato que isso deixou muito fácil o jeito de se ouvir música no mundo, com bilhões de canções a sua espera por apenas um clique. E com isso, o direito sobre como se poderia ou não vender ou mesmo distribuir um disco foi modificada. Músicas com copyrights não podem ser distribuidas sem a autorização do titular, e nem sempre é só a banda que controla seu catalogo. As vezes a empresa controla uma porcentagem.

Bem, isso acontece ainda hoje, mas estamos numa fase de transição. Pra citar exemplos, duas das minhas bandas favoritas largaram as grandes corporações e estão independentes:
O Radiohead lançou o In Rainbows na internet pelo preço que você quisesse pagar (inclusive £0, ou de graça). Apesar disso, as pessoas pagaram. O Radiohead afirmou que as vendas ultrapassaram as vendas de todo o catalogo deles na internet (ou seja, só o In Rainbows lucrou mais do que os outros discos juntos nas vendas online).
O Nine Inch Nails de Trent Reznor lançou, da noite pro dia, o disco Ghosts I-IV na internet. No site feito pro lançamento, havia a opção de baixar de graça as 9 primeiras, pagar pelo download, ou cd duplo, ou comprar a edição deluxe (com dvd, cd e mais um monte de coisinhas) ou a "Ultra Deluxe" (com vinil, dvd, cd, download, etc). Essa ultima opção custava $300 e haviam apenas 2500 cópias autografadas por Trent. Havia, pois esgotou tão rápido quanto promoção em supermercado. Outro fator marcante é que o disco foi lançado sob uma licença Creative Commons, o que é ótimo para divulgar um beneficio a cultura. Trent também lançou no Youtube um canal para um concurso de vídeos feitos com as músicas do Ghosts I-IV.

Esses dois exemplos demonstram o que a industria fonográfica, pelo menos a americana, não quer aceitar. O futuro está na internet. No Brasil o problema é que o acesso à internet é minusculo perto dos EUA e nós temos muitos problemas de corrupção, nosso estado não é unificado o suficiente. Não conseguimos resolver problemas de desigualdade social, apesar do vasto território que temos. E vou parar por aqui pois não é sobre isso que estou escrevendo. Mas, quanto a música, nosso país vai servir de exemplo ainda. Apesar dos inúmeros Calypsos e Nxzeros por aí, existe muita gente boa por debaixo dos panos, só esperando uma oportunidade pra tomar de assalto.

O que eu quero com tudo isso? Demonstrar que estamos num ponto de virada. A partir desse ano as coisas vão ser modificadas. Eras acabam e outras começam. A internet será o novo palco para a cultura, teremos muitas bandas distribuindo albuns inteiros e vendendo-os de diferentes maneiras e preços mais justos. Hoje, como a maioria de nós deveria saber, um artista não sobrevive apenas de suas obras. Ele tem que ter várias facetas e ter o famoso jeitinho brasileiro pra se virar. Essa nova postura que temos que tomar diante das situações no meio musical mostra como o Brasil se saíra melhor. Nós nascemos pra viver de bico e ser malandro. E nesse tempo de internet, é assim que se vive. A licença Creative Commons é a saída para que sua música seja distribuída com "alguns direitos reservados", de maneira que ninguém faça mal a você e ganhe em cima de suas músicas. As regras estão sendo mudadas e espero fazer parte dessa era de revoluções.

Talvez eu já esteja.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Cultura Livre - Lawrence Lessig

Faz algum tempo que queria ler esse livro. A primeira vez que ouvi falar foi na Superinteressante, no segmento de livros, dizendo sobre a idéia dele. Me interessei, mas acabei por não ir atrás.

Semana passada estava dando uma volta na biblioteca da faculdade quando parei na estante de Jornalismo e vi esse livro. Como lembrava dele resolvi pegar pra ler. E até agora o livro se mostrou interessantissimo pra entender como os direitos autorais mudaram o mundo e agora estão acabando com a criatividade. Claro que todos os exemplos do livro se passam nos EUA e as leis lá ditas são do país em questão. Mas é claro também que podemos aplicar isso aqui, pois a Internet (que é o suporte em questão) transforma o local em global.

E pensando no Brasil, não sei quais as leis pra direitos autorais (vou atrás em breve). Mas sei que o nosso país será um celeiro de cultura num futuro próximo. Sem falar só de samba, caipirinha e mulher gostosa seminua. O Brasil é um país cultural e totalmente atual quanto a internet e a globalização. Nós sabemos como misturar punk com reggae, maracatu e hip-hop.

O livro do Lessig demonstra, até agora, o que está em jogo e porque a luta contra a internet é errada. Quando terminar de ler eu resenho decentemente. Promessa!


Pra baixar o livro, que é protegido pela licença de creative commons (na qual Lessig é um dos membros conselheiros):
Download no Trama Virtual

E para entender um pouco sobre o Creative Commons:
Flash explicativo do CC