terça-feira, 31 de outubro de 2006

VHS or Beta - Night on Fire

VHS ou Betamax
(a guerra dos videocassetes em versão disco-punk)
Sabe aquela banda dos anos 80 que toda vez que você ouve faz você querer dançar? Lembra daquelas músicas da disco music que te fazem cantar junto e dançar até cair? Pois é, tudo isso numa banda só (e não é o new order!). VHS or Beta (inspirado pela guerra dos formatos de fita cassete, o VHS da JVC e o Betamax da Sony) é a banda perfeita pra qualquer situação. Formada em 1997, em Kentucky, EUA, por Craig Pfunder (guitarra/voz), Zeke Buck (guitarra), Mark Palgy (baixo) e Mark Guidry (bateria), a banda tem fortes influencias da french disco music (Daft Punk) e da new wave (Duran Duran e The Cure principalmente). A banda tem todo aquele clima de arte (meio pseudo-indie, concordo), mas ainda assim funciona perfeitamente e ainda faz você dançar. Se tem uma banda dessa nova safra (todas influenciadas forte pela New Wave e Pós-Punk) que me faça dizer "é essa a minha banda nova favorita", o VHS or Beta chegou perto (ou já é, não sei!). Só sei que, junto com Futureheads, She Wants Revenge, Xiu Xiu e Casiotone For the Painfully Alone, o VHS or Beta conseguiu chamar minha atenção pro "futuro-retro" da modernidade, fazendo com que você, ouvinte, consiga viver uma época que você não viveu (ou talvez tenha vivido e queira viver de novo). É mágio, é absurdo, eu estou sendo sentimental demais hahaha! Mas tá valendo. Banda recomendada. E esse disco que eu vou comentar faixa a faixa é totalmente recomendado! Pode confiar e ouvir sem medo.


Faixa a Faixa:

1 - Night on Fire: Faixa título sensacional. Repare na guitarra penetrante a lá Bernard Sumner e a bateria eletronica Duran Duran. Sim, parece cópia, mas não é. As influencias são evidentes mas não se deixa levar por isso, a música diz por si só "Vamos botar fogo na noite". Pra levantar a galera é só jogar ela.

2 - You Got Me: Esse riff me lembra alguma coisa, não consigo lembrar o que... mas ok, como já é bem explicito, o disco foi feito pra dançar mesmo, e pra ajudar o vocalista Craig, com sua voz que é um misto de Robert Smith com Simon Le Bon, deixa o disco mais 80's nos anos 00 possivel. O baterista Mark também é muito bom, as batidas sincronizadas perfeitamente são ótimas. Aliás, tudo é bom hahaha.

3 - Night Waves: Instrumental. E quem precisa de letra pra cantar junto e dançar? Tá, a palavra dançar aparecera quinze mil vezes nesse review, mas não tem outro jeito. Tá, balançar o esqueleto, remexer os quadris, e etc... não, deixa dançar mesmo hahaha ta bom.

4 - The Melting Moon: Sinceramente, a menos foda do disco. Bem The Cure, dançar e chorar ao mesmo tempo! hahahaha.

5 - No Cabaret!: É, essa foi feita pra cantar junto. O riff do baixo já te denuncia isso, logo na intro da música. NO CABARET! Tum Tum Tum Tum...

6 - Forever: Gosta de Daft Punk? Então, achou uma música que poderia ter muito bem sido escrita pelo duo francês. Faixa espetacular com uma letra de apenas 4 palavras repetidas até o fim "Forever, All Night Long" e com direito a vocoder! Quer mais o que? Ah, só faltaria a guitarrinha shaft e as palminhas? Pois é, estão inclusas no pacote! Minha favorita até a hora que escrevo essa humilde resenha. Dance então pra sempre, a noite toda.

7 - Alive: Intro bem Interpol de ser, lembra de longe o Futureheads e tal, mas logo a música cai no clima e volta ao dançante. A bateria aqui é bem legal, new wave total! E o refrão? Perfeito! Cantarolavel ao extremo... sing and shout lalalalalala...

8 - Dinamize: Riffs bombásticos! recorda bastante Daft Punk, mas não tanto quanto a Forever, tenha certeza disso.

9 - The Ocean: Se a voz dele não te lembrar a do Robert Smith aqui, desculpa, mas você tem um péssimo ouvido. A voz do Craig irá te remeter aos anos 80, sem dúvida. E sem lembrar Ian Curtis, o que já é um passo enorme!

10 - Irreversible: E pra fechar com cadeado e chave e corrente de ouro, uma faixa instrumental que te fará viajar até a terra onde John Travolta é deus. Piadas a parte, a faixa é uma iprovisação no estúdio, e como toda improvisação boa você nem percebe o tempo passar. Os seus 9 minutos podem te assustar, mas a faixa é espetacular, você vai ouvir até o final e vai querer ouvir de novo (o que é óbvio, já que qualquer coisa feita com a alma acaba se tornando algo extraordinário)!



Como todo disco que eu resenho, press repeat! Só pra compensar eu vou fazer resenha de algum disco que eu não goste tanto depois. Chega de bandas que eu amo aqui né! XD

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Cansei de Ser Sexy - CSS

Tired of Beign Sexy
(Si És És Sâcs)

Qual a banda brasileira que atualmente é famosa lá fora mais até que o Sepultura? Sim! As garotas (e o cara) tão estourando lá fora mas, como sempre, no Brasil nada sobre eles. A banda paulistana surgiu como uma brincadeira e acabou ficando séria. A fama cresceu por conta dos famosos fotologs (que eu abomino, mas blz hahaha) e por conta do Trama Virtual. Assinou contrato com a Trama após dois EPs e pela quantidade de pessoas que baixavam suas músicas no site. Lançaram a versão brasileira do disco Cansei de Ser Sexy e um EP chamado de CSS Suxxx. Alguns videoclipes depois, a banda firma contrato com a famosa Sub Pop (sabe quem é a Sub Pop? Seattle, Grunge e Nirvana te lembram alguma coisa?). E sim, estoura lá na gringa, fazendo show até com Walter Mercado e Oprah (hahaha que piada sem graça).
O som da banda é totalmente despretensioso, tem uma pitada de New Wave com Electro e um saborzinho do Pós-Punk embutido por ae (ou vc acha que Strokes criaram aqueles riff do nada?). Mas como os gringos sabem o que fazem, a versão gringa do disco de estréia é simplesmente perfeito. Tira toda a baboseira do disco da trama (como Poney Honey Money, baladinha bem chatinha) e inclui duas faixas do EP, que são CSS Suxxx e Patins. Só acho que faltou a acho um pouco bom na versão gringa, que apesar de ser cantada em português eu acredito que deva fazer sucesso nos shows. Mas vamos lá!

Faixa a Faixa:

1 - CSS Suxxx: Faixa introdutória, bem início de show. Si És És Sâcs! Se não te lembrar da década de 80 e as bandas de New Wave......

2 - Patins: Apesar do nome em português, a faixa é cantada em ingles e é minha favorita do disco. O riff bem a lá Strokes predonima a música, e a voz da Lovefoxxx é demais. Adriano (que é o multiinstrumentista da banda) canta uma parte e dá o tom informal da música, pode perceber. Como no disco inteiro, você vai sentir vontade de dançar.

3 - Alala: O videoclipe novo é sensacional!!!! A faixa é bem construída, baixo estilão electro e melodia cantarolavel ao extremo. Alala Alala, alguém me avisa quando for bom parar de fazer a íntima. Clica no nome e assista!

4 - Let's Make Love And Listen To Death From Above: Faixa dançavel, new wave revisitada total! Cantarolável ao extremo. Mas fazer amor ouvindo Death From Above? Ah, sei não! Clica no nome e assista!

5 - Artbitch: Bateria bem tribal, pós-punk!!! Ela falando que é uma artista, uma artbitch hehehe Tiração de sarro total. Rocker pra caramba, ao fundo se ouve os tecladinhos e tal, faixa boa!

6 - Fuckoff Is Not The Only Thing You Have To Show: Dessa faixa eu gosto bastante dos efeitos e tal, do tecladinho bem electro, da letra também! Foda-se não é a única coisa que você tem pra mostrar...

7 - Meeting Paris Hilton: O famoso trocadalho do carilho com beach e bitch (Do you like the beah, bitch?)! Porque ninguém pensou nisso antes? (ou pensaram e eu não sei?) Depois de I Wanna Be Your J Lo só podia falar da bitch mais bitch de todas: Paris Hilton. Essa faixa sim é electro total, com um refrão bem up! Miss Kittin que nada! CSS Rlz!

8 - Off The Hook: Hm, faixa poderosa! Riff potente pra cacete, baixo hipnótico, bateria cool... não tem muito o que falar, ouça e sinta o riff entrando pelos teus ouvidos e demorando dias pra sair... Clica no nome pra ver o clipe!

9 - Alcohol: Essa é totalmente New Wave amarelo limão! Tem até gaita na música, olha só! A música é um convite ao alcool, coisa do mal! E a voz do Adriano casa legal com a da Lovefoxxx, muito boa essa faixa!

10 - Musik Is My Hot Hot Sex: Outra que eu adoro, essa faixa é simplesmente demais. Começa cantada em ingles, com a letra mais adoradora da música! As melhores frases são "música é meu amigo imaginário" e "música é minha cama King Size"! Letra ótima! Hino à música! E a parte em português é então mais sensacional! "Debaixo do lençol ele gemia em Ré Bemol"! Cara, como ninguém nunca pensou nisso? O finalzinho new wave é perfeito também.

11 - This Month, Day 10: E pra fechar maravilhosamente bem o melhor disco de estréia na gringa de uma banda brasileira: Esse mês, dia 10. Minimalista, pós-punk passou de novo por ae. O refrão é aquela coisa Disco Music, "I'll Be Rich Only With You"... sensacional. Acho que já tá bom por aqui!

Po, eu to puxando o saco do CSS, mas po, é uma banda paulistana, brasileira, que tem um som a lá New Wave/Pós-Punk (mais new wave). E tem a Lovefoxxx!!! Hahahaha. Bom, é isso ae! Som brazuca muito bom, recomendado ao extremo. Mais a versão gringa que a brasileira, vale ressaltar. A brazuca é chatinha, tem coisas que não deviam ter entrado, como eu já disse antes. A versão grigna acaba com esses defeitos (Poney Honey Money) e deixa redondo (vide Patins)! Ouçam! Disco 5 estrelas total!

PS: Sabe o porque desse amarelo limão? É uma das cores oficiais do novo estilo hypeado pela gringa, o New Rave. "New Wave anos 00?" Exatamente

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Can - Tago Mago

Krautrock do japonês alemão
(WTF?)
Demorou um pouco pra eu falar dessa banda de Krautrock, o Can. Esse disco que será comentado aqui, o Tago Mago, é considerado a obra prima do Can (banda essa que influencia muita gente que você ouve e você nem faz noção disso) e só pela capa você já tem noção do que você vai encontrar aqui.
Agora, vc deve estar se perguntando o porquê do título do post, não? É por que o vocalista (ser insano!) do Can nessa época era Damo Suzuki, um japones que foi pra alemanha. Depois do Tago Mago, Damo cantou também nos discos Ege Bamyasi e Future Days e então saiu fora da banda. O estilo do Can nesse disco é bem simples: ritmico, minimalista e vocais psicóticos. Não é a toa que Can é influencia do Public Image Ltd. e do Joy Division (eles também??? hahaha).
O Tago Mago é um disco duplo, foi lançado em 1971 e não foi nenhum sucesso de vendas. Mas, com a fusão de jazz, improviso, teclados e bizarrices melódicas, ele se tornou um disco mais do que essencial principalmente pro Pós-Punk.
Faixa a Faixa:

1 - Paper House: Pra começar bem, vem essa faixa sensacional! Começa suave e ai vai se intensificando. E fique atento aos acessos de insanidade de Damo Suzuki. No meio da música tem um interlúdio minimalista muito FODA! E as mudanças de clima (de indiano pra rock pra insano) da música deixam ela mais humana possivel, diferente do prog que eu conheço (que faz o contrário, eleva aos céus e aos deuses). E o final da música: Insana! O clipe que tem no youtube é demais, eles tocando ao vivo, dá pra vocês verem o japonês insano e o baixista maroto (Holger Czukay). Clica no nome da música pra você ver!

2 - Mushroom: Ai já vem, grudada a Paper House, essa faixa com um riff minimalista, só ambientando pro Damo dar seus "pulos". Os gritos dele são impressionantes, contem uma violência climática de cair o queixo. O clipe é muito bom também, clica lá.

3 - Oh Yeah: Então você me pergunta: Cadê o experimentalismo? Eles não são "parentes" do Kraftwerk? Então eu te respondo: Oh Yeah. A parte vocal consiste em três parte: A primeira é a gravação da voz ao contrário, a segunda é ela do jeito normal e a terceira é a letra traduzida pro japones. Uhu. Tudo isso ligado à um riff de baixo perfeito, bateria Apache (como o NEU!) e guitarra fritando. Oh Yeah.

4 - Halleluwah: Se esse riff de baixo não grudar na sua cabeça, você deve ter algum problema! Psicodelia dançante! Prometo que serão os 18 minutos mais bem gastos da sua vida. Várias nuances durante a música, mas ela é basicamente a mesma pelos 18 minutos. Mas você não vai perceber o tempo passar (como a Autobahn). Veja o clipe também! Não tá inteiro, mas tem a parte mais foda.

5 - Aumgn: Ok, aqui a coisa passa um pouco do limite. É quase como o Kraftwerk 2. Ouça avisado de que pode ser sua faixa menos favorita do disco! Isso mesmo, menos favorita, porque é excepcional, bem vanguardista.

6 - Peekin O: Ah, essa música é bizarra! Principalmente no meio dela, quando começa o famoso "Samba do alemão-japoneis doido". Eu gosto dela, fique avisado de que é sem nexo, mas que ainda assim é boa.

7 - Bring Me Coffee or Tea: Termina como começa, calmo, sereno. A minha favorita do disco, sem dúvida. A letra sem nexo já demonstra o nível mental ao fim da viagem que o Can te proporcionou por mais de uma hora. É bem no estilo da Paper House, mas mais indiano, bem fim de trip. Não teria como terminar melhor! Essa faixa completa, como em todo disco bom, o ciclo.

E ae? Como se sente?