sexta-feira, 11 de agosto de 2006

Strangeways, here we come - Smiths

Os Silva da cena mancuniana
(The death of a disco dancer)


A cena músical inglesa independente nunca mais foi a mesma após essa banda. Morrissey, Johnny Marr, Andy Rourke e Mike Joyce na minha opinião foram a banda que tem a discografia mais consistente de todos os tempos depois dos beatles. Não tem músicas ruins! E esse disco é uma jóia pois é o último dos Smiths. "Strangeways, Here We Come" é o gran finale dos Smiths e o nome foi tirado da prisão Strangeways e adicionada a uma fala de um certo filme. O disco é consistente, com todos os lirismos de Morrisey a flor da pele e toda a parte músical impecável. Esse disco foi lançado após o magnifico The Queen Is Dead. Comparar os dois é até pecado, pois o Queen is Dead é a obra prima dos Smiths e o Strangeways é a jóia da coroa. Esse contêm faixas cínicas, lamuriosas e melancólicas, ou seja, o de sempre dos Smiths. Mas vamos lá, não tem muito o que falar dessa banda maravilhosa. Ouçam o Queen Is Dead!!

Faixa a Faixa:

1 - A Rush and a Push and the Land is Ours: Essa é uma faixa curiosa pois não tem guitarra! =S É isso mesmo, ó leitor. Mas po, grande letra, titulo inspirado pelo poema da mãe de Oscar Wilde (o cara que tava do lado dele no portão do cemitério). Minha favorita do disco.

2 - I Started Something I Couldn't Finish: Glam rock total essa faixa. O mais legal dela é o rosnar furioso de Moz! Só tem duas músicas nas quais ele dá esse rosnado: essa e Hairdresser on Fire (da carreira solo de Moz). Ótima faixa (eu vou falar isso de todas hahaha).

3 - Death of a Disco Dancer: Aqui temos uma faixa que deveria ser canonizada. A letra fala sobre AIDS (os dançarinos de disco nessa época estavam morrendo de AIDS). Melodia vocal perfeita, clima sombrio a la Smiths. Música pesada. Dizem que essa é a prova da influencia dos Smiths no Radiohead.

4 - Girlfrien in a Coma: É, Moz. Pura tiração de sarro essa música, mas é muito boa. O clipe também é interessante, fica repetindo a cena de alguns segundos exaustivamente. Recomendo.

5 - Stop Me If You Think that you've Heard This one Before: Ufa! Hahaha nome grande po! Mas música ótima! E o clipe então? Hahaha Uma piada: Consiste em Moz e um batalhão de cópias dele passeando pelas ruas de Manchester e mostrando lugares iconograficos dos Smiths, como o Salford Lads Club. Faixa clássica Smithiniana, tem todos os "cliches" deles. Ótima, ótima, ótima! Ah, curiosidade sobre o clipe: No Reino Unido o mesmo clipe dela é usado para a "I Stated Something I Couldn't Finish".

6 - Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me: Música melancólica. Começa com ruidos de pessoas e com os acordes de piano. Ai evolue praquele tipo de música em que ou você se afunda na cadeira ou dança com alguém. Música lindissima.

7 - Unhappy Birthday: Eu ainda vou cantar essa música pra alguém. É uma música cínica falando que a pessoa é má e mente e por isso deseja um infeliz aniversário e que a pessoa morra. O curioso é o fato da música ser pra cima, uma melodia alegre e uma letra tão má! Não que tenha ficado ruim, mas é curioso não?

8 - Paint a Vulgar Picture: Essa é espetacular. O cínismo presente em Frankly Mr. Shankly evolui e acaba nessa letra. Ela fala sobre um artista que vai ter suas músicas relançadas pra tentar devolver a carreira do tal artista e Moz fala o quão ridiculo é isso e que ele poderia ter evitado, mas que a fama é mais tentadora do que parece.

9 - Death at One's Elbow: Com certeza, a mais fraca do disco. É muito legal mas repetitiva do modo ruim.

10 - I Won't Share You: É o fim. Literalmente. É quase uma The End, do Abbey Road. Música linda, dizem que é a carta de despedida de Moz para Marr. É aquela música pra sentar no sofá e pensar sobre a vida.

Recomendado. Volto logo mais pra outro review de algum disco bom que eu estiver ouvindo nessa semana que vêm.

4 comentários:

  1. Uau, você fez o review justamente do meu disco favorito dos Smiths!
    Gostei da resenha, aliás.
    Death of a Disco Dancer é disparada a minha favorita. Antes de ouví-la, já tinha ouvido vários elogios sobre ela, mas ela ainda conseguiu superar minhas expectativas de tão foda que é, com todo o seu pessimismo. "Very nice, but maybe in the next world".
    Adoro praticamente todas, em especial outras cinco - a triste Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me, a pop (?) Girlfriend In A Coma, a simpática Stop Me If You Think You've Heart This One Before e a estranha A Rush And A Push And The Land Is Our.
    Na minha opinião, não há Queen Is Dead ou Meat Is Murder que possa superar as letras e melodias do Strangeways. Opa, estou adquirindo aspectos ditatorais - é melhor parar de ouvir Smiths, estou ficando que nem o Morrissey... daqui a pouco saio dançando com flores e andando de bicicletas com nerds solitários.

    ResponderExcluir
  2. Ah, esqueci de falar que a outra que eu adoro é a amarga Unhappy Birthday...

    Outra coisa, achei uma banda muito boa, que consegue ser soturna sem soar como JD ou Cure. O nome dela é bem inusitado - I Love You But I've Chosen Darkness. Se quiser, dá uma olhada no review que eu fiz sobre eles lá no Sofisma Burlesco, ok?

    ResponderExcluir
  3. Caramba, eu tô viciada no seu blog, eu amo esse disco. Nenhum supera o Meat Is Murder (na minha humilde opinião) mas The Queen Is Dead e Strangeways Here We Come definitivamente chegam perto.
    Adoro o jeito amargo do Morrissey, acho que é o traço mais característico dele, aliás, até nas músicas mais "alegres" dele eu sinto um certo cinísmo, um pessimismo ("well, I know my luck too well, and I'll probably never see you again..."). Como se ele já tivesse aceitado que não existe final feliz. Uma coisa que eu acho interessante é a frase "You Just Haven't Earned Yet, Baby" presente tanto na faixa com o mesmo nome do The World Won't Listen e na faixa "Paint A Vulgar Picture". Eu consigo imaginar claramente alguém de uma gravadora falando isso com ele, falando que as coisas não funcionam do jeito que ele imagina. A melodia alegre com uma letra sombria de "Unhappy Birthday" é igual a "Bigmouth Strikes Again" que eu também adoro! Adoro ler críticas "Faixa a Faixa", eu acho interessante ouvir o que as pessoas tem a dizer de cada pedaço do álbum.
    E "I Won't Share You" é belíssima.
    Amei esse post. :-)

    ResponderExcluir
  4. Ah, eu esqueci de falar uma coisa sobre Girlfriend In A Coma, rs (sem querer imitar o Kaio Felipe)...

    Eu acho que a música é sobre um cara que tentou matar a namorada ("There were times when I could have murdered her,
    But you know I would hate anything to happen to her"),
    mas não conseguiu terminar o serviço.
    Ela entrou em coma e ele pergunta temeroso pro médico "Do You Really Think She'll Pull Through"? com medo dela acordar e acusar ele. No final quando ele pede pra ver ela pra dizer adeus ("Let me whisper my last goodbyes, I know, it's serious") ele finalmente mata ela!
    Agora eu que eu escrevi tudo isso, comecei a achar que eu tenho a imaginação muito fértil, rs...

    ResponderExcluir