História contada, vamos faixa a faixa:
1 - Atrocity Exhibition: Faixa tribal, a bateria impressiona logo de cara. As letras descrevem uma "exibição de atrocidades" como o titulo diz ("Por entretenimento eles assistem seu corpo se contorcer/Por tras de seus olhos ele diz: eu ainda existo"). A faixa é grande, com 6:06, mas isso não atrapalha nem um pouco. O titulo da faixa parece que vem de um livro de William Burroughs (o beatnik junkie), não tenho certeza disso.
2 - Isolation: Segunda faixa do disco, tem um clima mais eletronico e é uma faixa rápida, a menor do disco com 2:53. Linha de baixo simples, mas beirando a perfeição do sr. Peter Hook. Letra também é um caso a parte, com frases como a já citada acima e "Mas se você pudesse ver a beleza/Dessa coisas que nunca poderei descrever". Um dos pontos altos do disco.
3 - Passover: Como em todas a músicas do Joy Division, linha de baixo impecavel de Peter Hook, a guitarra de Bernard Sumner fazendo seu papel no segundo plano e a bateria sem falhas de Steve Morris. Junto a tudo isso, a letra dura de Ian, com frases como a citada acima e sobre pessoas que mudam sem razão alguma e sobre passar por desertos e areas desoladas mais uma vez.
4 - Colony: Pós-Punk de primeira nessa faixa. Pelo que parece, é sobre as crueldades sobre uma colonia (agora, qual colonia?). Música interessante, mas é a mais apagada dentro do conjunto.
5 - A Means to an End: Essa faixa me lembra bastante a faixa 2 do unknown pleasures (primeiro disco da banda), a Day of the Lords, acredito que seja pela cadencia e as notas das duas musicas serem parecidas. Letra interessante, no fim da musica ele canta "Eu coloquei minha confiança em você". Seria Debbie (viúva de Ian) dizendo isso pra ele?
6 - Heart and Soul: Outro ponto alto do disco. "Coração e alma/Um irá queimar" é o que canta Ian, numa interpretação crooner sombria, bem como a faixa por inteiro. A letra (como em todas as músicas do Joy) é importante: "Existencia - bem, o que isso importa?/Eu existo nos melhores termos que eu posso" e "Um abismo que ri na criação/Um circo cheio de tolos/Fundações que duram por anos/Então arrancadas pela raiz". O que me diz?
7 - Twenty Four Hours: Melhor linha de baixo do disco, 24 hours é mais um ponto alto. Procure a letra pra constatar o óbvio: Ian Curtis era o melhor letrista dos 80's (depois dele, só Morrisey).
8 - The Eternal: Se não a música mais sombria do disco, é a mais bem feita e por consequencia a melhor (na minha humilde opinião). O teclado me lembra muito a faixa-titulo do album Radioactivität do Kraftwerk. A letra tem uma história muito interessante: Ian, na infancia, tinha um vizinho com sindrome de Down da mesma idade que ele. O garoto ficava lá, atras das grades e do portão, aquele era seu mundo. O tempo passou, os dois cresceram, Ian se mudou e então um dia ele passou pela casa do antigo vizinho e viu que nada havia mudado e assim surgiu a inspiração para esta belíssima música, "O Eterno".
9 - Decades: Ultima faixa do disco, pra fechar com chave de ouro um disco impecavel. A primeir frase da música é a seguinte: "Aqui estão os jovens/O peso do mundo em suas costas". Interprete como quiser, diria Ian. O teclado dessa faixa, dizem por ai, foi "roubado" por Renato Russo na faixa "Eu era um Lobisomem Juvenil". Nada provado, vale ressaltar.
10 - Love Will Tear Us Apart (versão brasileira Herbert Richards): Pra quem não sabe, a versão do Long Play brasileiro do Closer vem com a famosa Love will tear us apart. A história é a seguinte, lá em 80, os discos do Joy Division não eram lançados por aqui e a versão brasileira era pirata. Quando a Factory liberou pra ser lançada aqui, eles resolveram que era uma boa idéia deixar a LWTUA. E assim ela ficou. Mas lembre-se, só no Long Play da Stilleto, no CD não existe.
Caramba, a sua resenha ficou perfeita! Adorei o texto, concordei com muita coisa que você disse sobre o disco. E essa história da "The Eternal" eu não sabia, que interessante...
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